"Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar
Que me acalma
E me traz força pra encarar tudo..."(Dia Especial)
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Estavamos só nós dois, caminhando sob a luz da lua. O vento gélido soprava suavemente causando alguns arrepios.
Matias sorriu para mim. Aquele sorriso caloroso, de lábios fechados que estreitaram seus olhos, que até aquele momento não paravam de me olhar. Aquele sorriso, aquele olhar, me desarmava por completo e ao mesmo tempo me preenchia de sensações que jamais imaginei que sentiria.
Tomei a iniciativa de pegar em sua mão. Ele não rejeitou. Por outro lado, parou em minha frente e fez um carinho em meu rosto. Sem dizer uma palavra sequer, aproximou-se e me beijou.
Eu o abracei. Ele retribuiu. E eu desejava que aquele momento nunca acabasse.
[***]
Sabem aqueles sonhos que você acha que é verdade por estar em um sono tão profundo?
Acordei balbuciando algumas palavras por causa desse estranho sonho. É como se eu ainda sentisse aquele beijo e o abraço caloroso.
Paranóico, não?
Passo alguns minutos olhando para o teto branco de meu quarto até criar coragem para levantar.
Assim que levanto dou um espirro atrás do outro. Sinto meu corpo todo doer. Que interessante. Agora estou gripada. Quem mandou pegar sereno ontem a noite?
Meu nariz está entupido agora. Estava bom de mais para ser verdade. Tomo um analgésico, entro no chuveiro, visto meu pijama novamente e desço para comer algo.
ㅡ Bom dia! ㅡ Falo um pouco fanha devido a crise de espirros.
ㅡ Bom dia, senhorita. ㅡ Respondeu meu pai enquanto lia o jornal. ㅡ Por quê a senhorita não acordou cedo para irmos a igreja?
ㅡ E hoje iriamos de manhã? ㅡ Perguntei enquanto colocava suco no copo.
Meu pai apenas balançou a cabeça afirmando e encaramos Hélio que preparava ovos.
Em sua defesa, Hélio diz:
ㅡ Ah, não vem não! Eu a chamei três vezes e ela não acordou. Essa tem um sono mais pesado que elefante.
Comecei a ter outro ataque de espirros. Meu nariz escorre e limpo com a manga do pijama.
ㅡ Eca. Menina nojenta. ㅡ Hélio olha pra mim fazendo careta enquanto despeja os ovos em seu prato. Tento esfregar meu braço nele, mas se esquiva. ㅡ Sai! Ô pai, olha a Calissa com seboseira!
ㅡ Você já tomou um anti-alérgico? ㅡ Meu pai pergunta visivelmente preocupado. ㅡ Pegou sereno ontem, não foi?
ㅡ Tomei um analgésico. Mas estou me sentindo um pouco febril. ㅡ Faço carinha de cachorrinho abandonado.
ㅡ Deixe-me ver. ㅡ Sentei no colo de meu pai. ㅡ Você está com febre. Vá para cama que daqui à pouco irei medir sua temperatura.
ㅡ Quem está com febre? ㅡ Mamãe perguntou ao chegar na cozinha.
ㅡ Acho que sou eu. ㅡ Respondi enquanto papai prendia meu cabelo.
ㅡ Crise alérgica novamente? Deve ter sido do sereno que você pegou ontem.
ㅡ Pois é. Ontem eu dormi no quintal e acordei na minha cama. Não sabia que ainda tinha meu poder de teletransportação. ㅡ Ri.
Fui ao meu quarto, tomei um banho demorado para ver se aliviava minha febre. Penteei meus cabelos e vesti um pijama de mangas compridas.
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Inimigos de infância
HumorA convivência entre Matias e Calissa nunca foi uma das melhores. Quando os padrinhos de Calissa se mudam para a casa ao lado, a convivência com seu inimigo declarado se torna diária com direito a vista privilegiada. Inteligente, bom em tudo o que f...