One Infinity

Capítulo 54- Anoréxica?

-Ahhh não Amanda! -Piter me abraça forte- Você é anoréxica.

Não respondo e só o abraço.

-Eu deveria ter percebido -se culpa- Seus comentários sobre estar gorda e o fato de comer muito pouco.

-Não se culpe, você não tem nada a ver com o fato de ter uma namorada gorda.

-E se você fosse gorda? Que com certeza não é -comenta- Qual seria o problema?

-Todo, você merece uma menina perfeita como aquelas da praia!

-Amanda, você é melhor que elas.

-Você só diz isso, por que é meu namorado.

-Não é verdade, todos dizem isso. Ou você acha que Alex, Taylor e eu nos apegamos a qualquer uma?

-Não, mas....

-Amanda, você poderia ser gorda, magra, ruiva, morena, loira, alta, baixa e mesmo assim eu teria me apaixonado por você. Pelo seu sorriso e pelo seu jeito de ser, até se você fosse careca e não tivesse dentes, mesmo assim, seria minha e eu me apaixonaria por você todos os dias.

-Piter, não adianta me dizer isso. Você só quer me animar, meu espelho me diz outra coisa e eu tenho olhos. Não sou cega.

-Pois você me parece cega -me pega pelo braço e me puxa para a frente do espelho- Se olhe. O que você vê?

-Uma gorda com a cara inchada e olhos vermelhos pelo choro -tento sorrir.

-Uma menina linda que tem chorado sem motivos -corrigi.

Ele sobe minha blusa até uma altura que dê para ver minha barriga e pega uma caneta. Coma caneta ele circula meu ventre, o que me trás cócegas e eu sorrio de lado.

-Isso daqui é a barriga que muitas gostariam de ter -ele aponta.

Pega outra caneta e dessa vez me pede licença para fazer uma ceta que aponte para meus seios o que me faz sorrir, pois ele está vermelho de vergonha.

-Isso daqui são seios perfeitos que fazem os caras delirarem e quererem me matar por ser seu namorado!

Dessa vez eu sorri alto e então ele me vira de lado e eu fico de perfil, dessa vez ele faz uma ceta no espelho apontando para o meu bumbum.

-Cara, você não tem noção de como eu amo olhar para esse bumbum. Eu fico doido, e você não tem noção!

A essa altura as lágrimas já estão longe e eu estou a morrer de rir com os comentários de Piter.

-Você é minha princesa, você é linda e nada vai mudar isso. Deixa de besteira e para com isso. Você só faz mal a si mesma, não pode continuar assim, vai ficar doente, vai se matar, vai me deixar.

E agora quem chora é ele.

-Você não pensou no que estava fazendo não é? -soluça- Você pensou nos seus pais, em seus amigos ou em mim?

-Não...-caio na realidade- Me desculpa, eu não pensei em nada.

-Você poderia ser encontrada morta no banheiro da sua casa ou no seu quarto por inanição -se desespera- PORRA Amanda que merda estava fazendo?

-Okay, okay, eu fui uma tola -admito- Se você me prometer que não vai contar para ninguém, eu vou fazer de tudo para voltar a comer normalmente.

-Você promete?

-Prometo.

-Ótimo -diz e se levanta, enxuga algumas lágrimas e vai em direção ao seu guarda roupa, de lá ele tira uma caixa grande e branca de presente da Cloes's -uma loja de vestido que já falei, mas que vocês não devem se lembrar- e me entrega a caixa sorrindo- Bem, te trouxe mais um presente.

-Piter a sério, não precisava -digo um pouco irritada por ele ter gastado comigo.

-Eu sei. Mas eu achei a sua cara e decide comprar para te dar hoje -sorri- Por favor, abra.

-Você não existe! -dou um selinho em seus lábios e devagar tiro o laço a caixa.

Lá dentro tinha um vestido cor salmão. Levanto a peça e observo seus detalhes. Vai até um pouco acima da altura dos joelhos, tem um leve decote e a parte das costas é totalmente nua, o que me faz questionar que tipo de sutiã eu usaria com ele, mas para minha surpresa Piter tinha pensado em tudo e no fundo da caixa tinha um desses sutiã que tem as costas livres e que seguram de lado, mas sem tiras, se é que vocês me entendem. O vestido era realmente a minha cara e era lindíssimo.

-Piter ele é... Perfeito! -suspiro e o abraço.

-Que bom que gostou! -ele me beija- Vai usar ele agora.

-E para onde nós vamos? -me espanto.

-Sair! -diz e sai do quarto.

Entendo que ele saiu para que eu me vestisse e não demoro a descer o tecido pelo meu corpo. Me olho no espelho e observo que o vestido valorizou um pouco do meu corpo, mas mesmo assim ainda não me acha tão magra quanto Piter diz. Minutos depois ouço ele bater e na porta e permito que ele entre. Piter chega com uma sacola em um das mãos e seus olhos percorrem o meu corpo.

-Wou! -solta- Você está irresistivelmente linda.

-Obrigada amor! -sorrio tímida e ele assente.

-Use isto! -ele me entrega a sacola e lá dentro vejo uma corrente dourada que tenho desde o nono ano, um par de brincos que combinam, os saltos que Bruna havia me dado a meses atrás no dia do assalto e o batom rosa escuro que mais gosto.

-Mas...? -fico confusa por ele ter aquelas coisas ali.

-Agradeça sua mãe! -pisca um olho.

Eu termino de me arrumar enquanto Piter se troca em seu quarto. Deixo os meus cachos de modo elegante -não me perguntem como consegui fazer isso. Sou muito sortuda mesmo, ele me arranja uma roupa magnífica dessas logo depois de ter me proporcionado um dia tão maravilhoso. Eu amo meu namorado!
Depois de um tempo ele vem até a sala onde estou e eu fico de pé.

-Você parece uma princesa! -comenta.

-Não seja bobo, você que parece um príncipe! -digo analisando a calça de couro preta e justa que ele usa, junto com sua camisa social e um tênis da Nike, o que me faz sorrir.

-Nesse caso, obrigado -brinca.

-Eu que agradeço!

-Pelo quê?

-Por tudo, obrigada! -beijo-o.

-Bem -diz separando nossos lábios- Vamos?

-Sim -dou uma última olhada no espelho que está na sala de Piter e seguro em seu braço, ainda me impressiono com o fato de Piter ser tão alto perto de mim, mesmo quando estou com saltos.

-Ainda não entendo como você pode se achar gorda! -diz observando meu reflexo no espelho.

-Nem eu -comento.

-Bem -muda de assunto- Você quer falar com seus pais antes de ir? Já são 19hrs e você ainda não foi lá.

-Tudo bem.

Piter abre a porta e nós dois vamos até a frente da minha casa, abro a porta e entro.
Estranho o silêncio que está na casa e o fato das luzes estarem apagadas deixando o lugar totalmente escuro.

-Mamãe? Papai? -chamo enquanto ligo a luz da sala.

-SURPRESA! -ouço todos gritarem e saírem de seus esconderijos o que me faz gritar de susto.