Capítulo 2-Tom morreu e eu viro a "engraçadinha".

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E quando finalmente chega o dia que eu posso dormir até mais tarde -sábado- Ligam pra mim as 7:00hrs da manhã. Mas era o Alex. Eu fiquei tipo assim: ? oii? Infelizmente não era coisa boa, o seu companheiro de infância havia falecido naquela manhã, seu mais leal companheiro: "O gato Tom". Esse gatinho estava com ele desde que ele tinha 8 anos, eles eram inseparáveis, comiam juntos, dormiam juntos, brincavam e muito mais coisas que o Alex vivia contando. Ele deve tá bem triste, mas fazer o que né? É da vida.

Espera um minuto...

Vocês viram o que eu acabei de dizer? É da vida? Que tipo de adolescente diz para alguma coisa da vida"? Eu acho que o sono está afetando meus neurônios!

Espera mais um minuto...

Quais neurônios? As vezes eu defino o meu cérebro como um lugar sem uso, um espaço vazio, quer dizer vazio é exagero, pois nele eu gravo todas as minhas músicas, histórias e alucinações sobre o fim do mundo.

Voltando ao Alex, eu acho que vou dar uma forcinha, além do mas não vai custar eu ir no funeral de um gato, ou será que vai? Só pra vocês saberem eu nunca fui a nenhum funeral em toda a minha vida. E se de repente aquele gato louco decide que não morreu e começa a miar na frente de todos? (quando eu digo "todos" me refiro a Alex, Matheus e a mim). Tá esqueçam isso pode ser apenas mais umas das minhas ideias malucas, ou não, mas uma coisa dessas um dia será um fato, e não digam que não os alertei!

Quando fui tomar meu café da manhã, minha mãe e o Matheus já estavam sabendo da morte do coitadinho. Meu pai estava na sala assistindo ao noticiário:

-Amanda minha filha, vem cá! -Pronto. Lá vem bomba.

-Sim.

-Dê meus pêsames ao rapaz! -disse meu pai e eu levantei uma sobrancelha.

-Sério? O senhor está mandando os pêsames por um gato? -Caralho, vocês deveriam ter visto a cara assustadora que ele fez, ele estava me fuzilando. Aí medo. É agora que eu moro.

-Você é insensível Amanda?

-Não pai. Imagina. Desculpas. -falei me livrando de uma enrascada.

Depois que tomei um delicioso café da manhã, o que pra mim é a refeição mais importante do dia (não queiram me ver com fome), andei em direção ao meu quarto. Abri meu guarda roupa e fiquei a pensar que roupa eu usaria. Em outra ocasião eu ficaria totalmente feliz em ir a casa do Alex e pelo convite ter sido feito por ele mesmo, mas não era o caso. Mas eu tinha uma questão a pensar: que roupa eu uso para ir a esse funeral?

Alternativa a) vou de preto

Alternativa b) leia a alternativa "c"

Alternativa c) sem ser preto? Não tenho a mínima ideia do que usar.

Então eu tive um breve relance do que eu usaria. Decide escolher a alternativa "a". No natal do ano passado minha tia havia me dado um vestido preto de mangas longas que ia até mais ou menos acima dos joelhos, e eu nunca havia usado o vestido pois ele me parece de velhinha , e eu definitivamente não gosto de usar vestidos, eles me deixam desconfortável, me sinto livre de pano na parte inferior do corpo, então basicamente me sinto nua. E para completar meu look que acabei de intitular como: "A velhinha de luto", coloquei uma sapatilha preta. Fiz um rabo de cavalo um pouco desajeitado -até porque não queria dar a impressão de que passei horas decidindo o que usar e fui até o quarto do Matheus.

Bati na porta e entrei:

-Você já está pronto?

-Por acaso você diria que estou pronto? -disse ele num tom irônico.

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