Capítulo 38- "A espera parece eterna..."

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Nas últimas 24 horas já recebi, aproximadamente, 32 ligações e 75 mensagens em todas as minhas redes sociais e no meu celular. Advinha de quem? Da última pessoa que quero ver na minha frente, e nem mesmo se estiver pintada de ouro pretendo fita-lo: Piter Hutcherson.

A dor ainda não passou e a única reflexão concreta que tive sobre ela foi: Mais um problema da dor, ela precisa sim ser sentida, mas nós nunca sabemos quando ela vai passar, só sabemos que ela está aí e dói muito, e que devemos apenas esperar, mas a espera parece eterna.

Eu já não aguento mais esperar, uma parte de mim diz que tem sim alguma coisa errada comigo e Piter ( ou só com Piter), mas a outra parte simplesmente me manda esquece-lo e que não devo buscar por respostas.

Não atender suas chamas e não responder as suas mensagens tem sido muito difícil de evitar, mas permaneço firme na decisão.

Ainda não conversei com ninguém -exceto Bruna-, e acreditem minha mãe já tentou me fazer falar várias vezes. Ainda bem que ele não veio até aqui... Ela já teria sacado tudo!

Amanhã é natal e eu queria mesmo estar bem com ele. Mas é uma possibilidade que já descartei da minha lista.

Hoje foi o último dia de aula, e ao menos tive uma notícia boa: fui aprovada. Não que eu duvidasse da minha capacidade intelectual, mas nunca se sabe afinal... Todos sabem da minha extrema dificuldade em química.

Pensar na matéria de química me lembrar Alex e tudo o que havia nos acontecido no início. Nossos beijos, nosso encontro e a forma que eu gostava dele, que afinal nem era tão intensa. O dia que ele me ajudou com o exame de química, aquilo vaí ficar sempre na minha memória. Mas parece que foi a tanto tempo atrás... Na realidade só se passaram uns meses.

Se eu tivesse ficado com Alex, será que eu estaria sofrendo dessa forma? Ou o destino já tinha previsto que eu ia 'voltar' a estar com Piter?

Pensamentos confusos e que só fazem a dor permanecer ali, apenas alterada para mais sofrimento e choro.

Já não como algo realmente sustentável a mais de um dia, não me desse pela garganta, a única coisa que consigo fazer é chorar. Tive de me esforçar bastante para não chorar em público na escola.

Minha mãe bate na porta, e logo em seguida tenho a certeza de que é ela, pois abre a porta logo em seguida e diz:

-Filha, todo mundo já está lá em baixo para a ceia. Você não vem?

-Eu vou me arrumar e logo em seguida desço, pode ser?

-Claro, estamos a suas espera! -pisca-me o olho.

-Ok -sorrio fracamente.

Levanto-me e vou em direção ao banheiro. Tomo uma ducha rápida e logo em seguida vou para a frente do meu armário e o observo.

O vestido azul? Não, foi muito caro para isso...
A saia jeans com a camiseta branca? Também não...
A calça vermelha? Definitivamente não...
O short amarelo e a camisa curta preta? É parece-me bem!

Visto a roupa em questão e logo em seguida calço meus All Star preto. Ponho meu cabelo para o lado direito e faço uma trança de forma que minha franja e alguns fios fiquem para fora. Passo um grossa camada de pó em volta dos olhos -para esconder as olheiras-, um pouco de lápis e um batom de cor nude.

Depois de pronta pego meu celular e desço as escadas.

Minha família toda -o que é muita gente- está reunida em diversas partes do cômodo de baixo. Meus primos e primas na sala, minhas tias, esposas de meus tios e sei lá mais o que, em geral as mulheres na cozinha, e os homens na varanda da casa, onde foram postas algumas mesas.

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