Capítulo 13- Pega-pega

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Meu celular vibra. Vejo no ecrã: Alex. Atendo a chamada.

-Eu não vou desistir até saber o que se passa! -diz-me uma voz irritada.

-E eu já disse que não é nada...

-Porra Amanda para de mentir. Num dia você sai comigo e no outro me evita. Como você acha que eu estou me sentindo?! -zangou-se Alex.

-Ok, não posso fazer isso estou confusa... Alex... Piter.... Bruna... É tudo tão complicado... Desculpa não era essa a minha intenção... Estou a magoar todo mundo... -digo-lhe entrando no meu quarto com lágrimas no rosto.

Entrei no banheiro, olhei-me ao espelho, eu estou tão cansada. A conversa com Piter me caiu como um peso nas costas, e que eu tenho de carregar e decidir sozinha. Preciso dormir. Lavo o rosto. Alex ainda está ao celular, mas não fala nada.

-Vem abrir a porta para mim -ordena Alex.

-O que? Que porta?-pergunto confusa.

-A da sua casa -imagino Alex a revirar os olhos.

Desço as escadas rapidamente. Mas antes de abrir a porta arrumo um pouco o cabelo e me perfumo.

-Oi, agora pode falar tudo... -diz-me Alex sentando no sofá- Você está sozinha?

-Sim estou, porque?

-Nada -diz com um sorriso perverso.

-Oh meus Deus não faz essa cara! -falo tímida e ele rir-se de mim.

Sento-me ao seu lado no sofá, mas estamos ambos em silêncio. Como vou contar para ele? Meu cérebro está a mil por hora. Não posso magoar mais ninguém. Mas isso é impossível quando três das pessoas que mais gosto estão envolvidas: Alex, Bruna e Piter.

-Estou esperando, eu quero saber a verdade -diz Alex quebrando o silêncio.

-Mas eu vou não contar-lhe, não posso magoar mais ninguém -digo seriamente.

-Melhor magoar-me com a verdade do que continuar a me iludir -responde no mesmo tom -EU QUERO SABER PORRA!

Saí correndo pela casa como uma criança e Alex veio atrás de mim.

-EU NÃO VOU CONTAR-LHE NADA! -grito atrás do balcão da cozinha, nem em impasse de vai-e-volta.

-ISSO É O QUE VAMOS VER! ISSO É O QUE VAMOS VER! -grita-me, novamente com o sorriso perverso.

Entro no meu quarto e coloco toda a minha força para fechar a porta, mas Alex está a fazer o mesmo no outro lado da porta. Ele é mais forte e vence-me na disputa e acaba por abrir a porta, sou lançada para cima da minha cama e Alex faz o mesmo só que ele lança-se em cima de mim.

-LA, LA, LA, LA, LA. .. -canto aos berros.

-Cala a boca Amanda -condena Alex.

-Não -digo irritada e continuo -LA, LA, LA, LA. ..

-Então deixa que eu o faço -diz Alex com um sorriso.

Oh merda isso de novo não, eu e minha boca...

Alex beija-me só que com muito mais intensidade que das vezes passadas. Sua respiração está acelerada e sinto isso na minha pele, o que é bom. Não pensem asneiras, ok?

-Me sinto como uma vaca... -sussurro para Alex saindo de seu beijo.

-Hã? Não entendi... -diz Alex confuso saindo de cima de mim.

-Você quer mesmo saber a verdadeira razão de eu estar te evitando? -pergunto seriamente.

-Sim, não se preocupe eu aguento! -ele brinca.

-Bem: a) minha melhor amiga está afim de você; b) meu melhor amigo está afim de mim; c) eu estou confusa entre você e ele e d) eu me sinto uma vaca por ter ficado com os dois -admito e levo as palmas da minha mão a face envergonhada. Sem querer lágrimas rolam no meu rosto.

-Ei!? Não precisa ficar assim eu disse que aguentava... -brinca Alex tentando me animar.

Ele puxa-me para um abraço e rapidamente sua camisa vermelha fica encharcada.

-Shhhhi... Está tudo bem você tem o direito de ficar confusa, afinal não é todo dia que uma jovezinha tem sua atenção disputada por um cara superbom e outro nem tanto -brinca Alex.

-Ahh Piter vai adorar o elogio, não é todo dia que um cara chama-o de superbom -ironizo enxugando as lágrimas.

-Isso soa tão gay- irrita-se Alex -Estou a falar de mim.

-Hrum sei...

-Já é tarde preciso ir, fica bem -despedi-se e me dá um beijo na testa.

-Fica bem -digo.

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