um - ódio

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FLIPPED

| MICHAEL |

Eu não vi Luke por uma semana, principalmente porque me tranquei em casa e não fazia questão de sair. Mas claro que minha mãe tinha que arruinar me mandando pra escola.

Ela me fez vestir algo que não fazia ficar tão confortável quanto parecia, mas eu não me importei muito. Eu nunca me importei com roupas, desde que eu estivesse coberto com algo.

"Você está animado?" Ela perguntou, colocando meu lanche na minha bolsa. Eu debochei, percebendo o que ela tinha me perguntado. "Nós estamos falando sobre escola, mãe. Eu não acho que alguém nesse planeta inteiro fique animado pra ir pra escola."

Mas minha mãe estava, ela estava conversando entusiasmadamente com a diretora da escola enquanto eu cantarolava uma música que escutei na rádio aquela manhã. Eu não sabia exatamente a letra, mas a música era pegajosa.

"Então você é Michael Clifford," A diretora afirmou, sorrindo pra mim uma vez que ela deixou minha mãe ir. Ela tinha longos cabelos cor de chocolate que ficavam soltos livremente em seus ombros e usava um batom vermelho que me lembrou a briga que meus pais tiveram com Larissa sobre um batom. Eu nunca entendi porque garotas tinham de usar maquiagem de qualquer forma. "Sua mãe me disse muito sobre você."

Franzi o cenho, não tinha muito o que falar sobre mim, de verdade. Eu era apenas um garoto de dez anos irritado, teimoso e com cabelo loiro e sujo. "Tipo o quê?"

Ela balançou a cabeça com humor, uma risada escapando de seus lábios vermelhos, "Ela me disse que você gosta de andar de skate. Isso é verdade?" Eu não entendi direito porque minha mãe falaria aquilo pra ela. Quero dizer, mesmo que eu seja medíocre, tenho outras qualidades além de ficar de pé em uma tábua com quatro rodas. Mesmo assim, não me incomodei em reclamar sobre minha mãe me achar bom andando de skate, então apenas assenti.

"Você conhece alguma pessoa que frequenta aqui?" Ela perguntou, me dando um sorriso acolhedor, entretanto eu não achava isso simpático. Eu apenas balancei minha cabeça. Não queria dizer que conhecia alguém, porque tecnicamente, eu não conhecia Luke. E certamente não queria conhecê-lo.

"Ok, Michael, eu mesma vou te mostrar o colégio então," Ela disse, levantando de sua cadeira pra ir até a porta, a abrindo para mim. Eu passei por ela sendo recebido por várias crianças correndo pelos corredores parecendo gorilas na hora do almoço. Multidões não eram pra mim.

A diretora, a qual eu ainda não sabia o nome, estava prestes a guiar o caminho quando eu ouvi aquela voz alegre da pessoa que eu menos queria encontrar, "Michael?" Fechei minhas mãos em punhos enquanto eu continuava no mesmo lugar, não querendo encará-lo.

"Michael!" Eu ouvi mais uma vez, um resmungo saiu de minha boca uma vez que senti ele se aproximando. Ele correu em minha direção, ficando na minha frente com um sorriso brilhante, o tipo de sorriso que você usa quando ganha na loteria, não quando me vê.

"Michael! Você está aqui! Na minha escola! Eu devo estar sonhando. Me belisca!" Ele divagava, fechando os olhos e estendendo seu braço pra mim. Coloquei a mão no rosto, deixando um suspiro de irritação sair.

Luke abriu um dos olhos, apontando com esperanças para seu braço. Depois de alguns segundos o encarando, ele descobriu que eu não o beliscaria e então colocou seu braço de volta ao lado do corpo. Luke rapidamente disse para diretora que éramos amigos e que ele me mostraria o colégio. Eu tentei balançar minha cabeça lentamente para diretora, mas ela não pareceu notar e me empurrou em direção ao Luke, dizendo para nos divertirmos.

Luke colocou um dos braços no meus ombros entusiasmadamente, o qual eu imediatamente retirei. Ele fez um beicinho antes de colocar seus dois braços ao redor de minha cintura, me trazendo para mais perto dele. "Nós seremos melhores amigos, Mikey!"

Meus olhos se arregalaram e eu tentei empurrá-lo mas seu aperto era forte e ele era levemente mais alto que eu. Eu podia apenas escutar as crianças ao redor sussurrando e fofocando e eu não queria nada mais do que ser engolido pelo chão cinza.

"Me solta," eu resmunguei, beliscando seu braço. Ele estremeceu, afrouxando o abraço e eu me libertei. Eu vi as crianças ao meu redor darem alguns passos pra trás enquanto eu traçava meu caminho até o playground, sendo seguido por Luke, claro.

"Eu não estou sonhando," Luke gritou, socando o ar em vitória, "Eu não estou sonhando!" Revirei meus olhos e caminhei até o escorregador vermelho. Eu escalei as escadas de madeira e estava prestes a escorregar, quando Luke colocou a mão no meu ombro, "Vamos escorregar juntos."

E posso te garantir, se eu fosse capaz de descer daquele escorregador sem quebrar as pernas, eu teria feito isso. Mas eu queria poder andar de skate de tempos em tempos, então eu apenas escorreguei o mais rápido que podia e corri novamente pra dentro.

Fugi para o escritório da diretora onde eu falei pra diretora, que o nome eu agora sabia que era Margaret, que eu me sentia mal, e aquilo nem era uma mentira. Eu mostrei um sorriso sincero e ela ligou para minha mãe, que já estava pronta pra me buscar.

Uma vez que eu cheguei em casa e tive um pouco de chocolate quente feito, peguei alguns donuts de chocolate com granulado azul e percebi algo, eu odiava Luke Hemmings.


esse mini michael é muito emburrado, socorro, parece eu


flipped ▷ muke (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora