treze - rei e rainha do baile.

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FLIPPED

| MICHAEL |

Eu acordei mais tarde naquela noite, em minha própria cama com minha mãe sentada ao meu lado, colocando uma toalha molhada em meu rosto. Eu sorri pra ela. "Sinto muito, Michael," Ela sussurrou, estudando meu rosto.

"Está- Está muito ruim?" Eu perguntei, sentindo uma pequena dor sempre que meus lábios se mexiam. Ela suspirou, me alcançando um pequeno espelho. Eu olhei para mim mesmo em horror; eu tinha um olho roxo, minha boca havia inchado e o piercing na minha sobrancelha foi substituído por dois pequenos buracos ensanguentados.

"Onde ele está?" Perguntei. Ela balançou a cabeça, me empurrando um pouco mais para o travesseiro. "Ele está lá embaixo. Ele está esperando pra falar com você."

Eu debochei, revirando meus olhos, "Eu não vou falar com ele. Se ele quiser conversar, que venha até aqui." Ela assentiu, deixando meu quarto depois de beijar suavemente minha testa.

Meu pai não apareceu em meu quarto naquela noite, o que eu achava que significava que ele era muito covarde para me confrontar e pedir desculpas.

No dia seguinte na escola, Calum correu até mim animadamente, "Você é meu ídolo. Escuta, Caroline terminou com Mitch por sua causa. Boatos de que ela quer namorar com você de novo." Por mais reconfortante que fosse ser o ídolo de Calum, isso não mudava o show de drama que eu vivia em casa.

Hoje eu apenas queria ver Luke. Eu queria ver meu Luke, sentar com ele no almoço e falar sobre o corpo de violões, se isso o fazia feliz. Mas lá estava ele, no canto da cantina com Ashton Irwin. Eles estavam rindo, comendo e pareciam estar se divertindo. E eu me senti mais miserável ainda.

O que aconteceu apenas fez as coisas ficarem piores, porque aparentemente o baile estava chegando. E Kim, melhor amiga de Caroline, decidiu subir em uma das mesas, chamar a atenção de todos e gritar, "Pessoal! Então, esse ano nós temos que escolher um rei e rainha pro baile novamente. E o rei e rainha do baile desse ano são obviamente Michael e Caro! Quer votar? Você pode votar bem aqui!"

Minhas esperanças eram de que o chão cravasse suas unhas em minha pele, comesse meus órgãos e sugasse meu sangue. Era um tiro no escuro. E a menos de vinte pés de distância de mim Luke ainda conversava com Luke como se a conversa de Kim não o tivesse afetado.

Eu não queria Luke, meu Luke, sentado com Ashton Irwin fingindo que eu não significava mais nada para ele. Ele estava gargalhando alto. Do que ele estava rindo? Como ele podia sentar e rir e ficar tão bonito?

Pra piorar, Caroline me puxou para a mesa que costumava sentar e começou a falar sobre colocar um piercing na orelha e se bronzear. Quando ela me perguntou algo que não ouvi, ela estalou os dedos na frente de meu rosto, "Mike? Você está bem? Tá olhando pro quê?"

"Nada. Podemos, hm, podemos não falar sobre bronzeado ou o quer que seja?"

Ela assentiu, "Claro. Do que você quer falar então?" Dei de ombros, "Não sei, o corpo de violões? Você sabe algo sobre isso?"

Ela mordeu o lábio antes de se curvar sobre a mesa para sussurrar em meu ouvido, "Não. Mas podemos falar sobre o seu corpo no armário de limpeza se é isso que você quer dizer." Meus olhos se arregalaram antes de eu empurrá-la levemente.

E eu não sei o que deu em mim. Era como se eu estivesse possuído ou algo assim. Andei até onde Luke e Ashton estavam sentados, "Luke, tenho que falar com você." Eu rapidamente o puxei de seu assento e o levei até o banheiro masculino.

Eu o empurrei suavemente contra a parede e olhei em seus olhos azuis antes de olhar para seus lábios, seus lindos lábios que eram cercados por um pouco de barba por fazer. Eu então lentamente coloquei minhas mãos em suas bochechas, olhei para seus olhos azuis mais uma vez antes de me inclinar para frente.

Mas antes que eu estivesse ao menos próximo de seu rosto, ele já tinha me empurrado e corrido do banheiro, em direção à saída do colégio. "Luke, espera! Por favor, podemos conversar?" Eu gritei, mas ele já havia ido em direção à sua casa. "Luke!"

"Que merda, Michael! O que tem de errado com você?" Calum gritou atrás de mim, batendo em minha cabeça. "Me deixa em paz, Calum."

"Você estava almoçando com a garota mais bonita do campus e estragou tudo por um garoto. Por Luke Hemmings, devo adicionar."

"Você não entenderia!" Gritei de volta. "Eu não entendo mesmo! Estamos falando de um garoto, Michael. O pesadelo de vizinho, o sabe-tudo chato. O viado."

"Cala a boca!" Eu gritei antes de empurrá-lo, o fazendo cair em uma das moitas. "Você virou gay? O que tem de errado com você?! Quer saber, se você decidir ir atrás do seu namorado então eu não preciso de nenhuma associação com um viado como você."

"Você é um homofóbico imbecil. Vai se foder, Calum." Enquanto eu andava para casa tudo o que pensava era sobre Luke, como de costume. Eu percebi que Calum estava certo sobre uma coisa: Eu virei gay. Completamente.

Eu passei dias batendo na porta de Luke e o ligando mas ele não respondia nenhum dos dois. Ele aparentemente se trancou no quarto, foi o que sua mãe me disse. Eu tentei ir pra cama mais cedo naquela noite, mas não conseguia dormir.

Eu fiquei olhando para sua casa pela minha janela por horas. Eu tinha que achar alguma forma de mostrar pra ele o que eu realmente sentia. Porque o que eu sentia por Luke era real.


flipped ▷ muke (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora