{...FlashBack...}
- Um garoto? - Kyle perguntou, seu sorriso desmanchou-se e sua esposa soltou uma risadinha ao perceber que seu marido estava com ciumes.
- O nome dele é Alan. - Katherine disse, sorrindo.
- E como vocês se conheceram? - Emily perguntou.
- Bom, hoje na escola, ele me ajudou.
- Não me diga que seus materiais caíram e ele te ajudou a pegar? - Emily perguntou.
- Não, mamãe. - Katherine bufou.
- Então? - Kyle perguntou.
- Eu sem querer cai numa enorme poça de água, e então, ele me ajudou.
- Você não se molhou? - Kyle perguntou.
- Bom, se era uma poça de água. - Katherine revirou os olhos.
- Engraçadinha! - Kyle mostrou língua.
- Você é mesmo o pai dela? - Emily perguntou.
- Eu também duvido disso, mãe. - Katherine disse.
- Enfim, e como você fez? - Kyle perguntou.
- Bom, minhas roupas não molharam tanto.
- Mas e esse garoto... - Kyle começou.
- O que tem ele?
- Continue falando sobre ele.
- Ah. - Katherine abaixou sua cabeça e ficou com ela abaixada no balcão da cozinha. - Ele foi o único. - Katherine suspirou
- O único? - Emily perguntou, ela jogou umas pétalas de margaridas no cabelo de Katherine.
- O único a não dizer que eu sou estranha.
- As outras crianças dizem isso de você?
- É. - Katherine levantou a cabeça, deixando cair algumas pétalas do seu cabelo.
- Você sabe que não deve ligar para essas pessoas.
- Foi o que ele me disse.
- Sério? O que mais ele disse?
- "Eu gostei do seu cabelo". - Emily riu.
- Hm. - Kyle resmungou.
- O que?
- Eu espero que ele te faça feliz.
- Eu também. - Katherine sorriu.{...}
Dia 15 de agosto. - Sábado. - 2:00 da tarde.
- Tudo bem, não se esqueça de comprar aquela parada. - Alan riu. - Oxigênio? É isso? Desculpe, eu não sei nada sobre câncer.
- Sim, é um aparelho de oxigênio. Estranho, não? Mas irá me ajudar.
- Alan! Eu tenho que ir, tem um monte de garotos olhando para mim, com uma cara de: "Eu vou te matar". - Alan riu. - É sério.
- Tudo bem, eles irão entender o porquê você fica saindo a cada segundo.
- Tudo bem. - Katherine suspirou. - Alan.
- Hm?
- Eu te amo.
- Eu também te amo. - Alan sorriu e Katherine fez o mesmo e desligou o celular, ela bufou e cruzou os braços.
- Então... - Ela começou.
- Fique calada. - Edward disse.
- Calma. - Ela levantou as mãos, em sinal de rendimento. - Podem falar.
- Onde você estava? - Tao perguntou, por uns instante, ela pensou ter escutado a voz de Kris.
- Ah, com o Alan.
- Alan? - Sehun perguntou.
- É, Alan Clark.
- Pessoal, é mesmo a Katherine? - Luhan perguntou.
- Você ficou louca? - Kai perguntou.
- Deve haver um bom motivo para isso. - Chen disse.
- É há um bom motivo. - Katherine disse. - Ele... - Ela parou, com uma enorme vontade de chorar, seus sentimentos estavam lhe atacando, tudo que aconteceu, agora era ele, seu amor, ela havia segurado as lágrimas enquanto via ele tomar todos aqueles remédios, mas não dava mais, ela sabia que podia chorar, mas não queria demonstrar fraqueza, mas, chorar é para os fortes.
- Katherine? - Luhan chamou, naquele momento, ele desejou poder vê-la.
- Ele... - Ela começou, engolindo o nó que estava em sua garganta, Katherine sentou no chão e suspirou. - Câncer terminal.
- Câncer? - Chen sussurrou.
- Está brincando?
- Eu... - Ela abraçou seus joelhos, e ficou assim, por alguns segundos. - Chan, eu posso chorar?
- Katherine. - Chanyeol sussurrou.
- Eu sou tão fraca. - Ela disse, derramando suas lágrimas, as lágrimas que ela havia segurado o dia todo enquanto estava ao lado do Alan.
- Você é garota mais forte que eu conheço. - Chanyeol disse, se agachando e limpando as lágrimas de Katherine. - Não se preocupe.
- Ele ficará bem, Kath. - Suho disse.
- Enquanto você ficar com ele, tudo ficará bem, você se esqueceu que você tem o dom de fazer as pessoas ficarem boas? - Chen disse.{...}
5:00 da tarde.
Katherine parou e suspirou.
- Tem alguém aí? - Ela perguntou. Nada. Não havia nada e ninguém. Ou era o que ela pensava. Ela continuou, estava com medo. - O que aconteceu nesse lugar? - Ela sussurrou, enquanto olhava as salas de aula, sua faculdade estava diferente, estava tudo acabado, as salas estavam uma bagunça, e algo fazia ela se sentir mal, havia alguém ou algo naquele lugar que fazia ela soar frio, ela suspirou e continuo andando pelo longo corredor, aquele corredor parecia maior do que nunca, mas ela continuou e foi até o fim, mas havia algo diferente, a sala do diretor Jackson estava aberta, Katherine mordeu os lábios, e continuou a andar, até a sala dele, ela parou e colocou apenas sua cabeça para ver se havia alguém. Ninguém. Nada. Ela ainda se perguntava o que ela estava fazendo ali, mas não sabia. Ela entrou por completo, assim como as outras salas, estava tudo uma enorme bagunça, papéis jogados no chão, e o chão estava molhado, Katherine se perguntava o que havia acontecido ali, ela viu uma luz saindo do computador que estava em uma mesa, ela sentou-se na enorme poltrona do diretor Jackson e apenas observou o computador, ela se perguntou porque ele estava ligado e sem senhas, e então, por curiosidade, ela vasculhou o computador, mas logo parou, ela sentia alguém a observando, olhou para porta e não viu ninguém, Katherine engoliu o nó na garganta e continuo a mexer no computador, Katherine abriu a boca ao ver algumas mensagens entre o professor Matt e o diretor Jackson. Ela não sabia que eles eram amigos. E não eram, na verdade. Ela continuou e abriu as mensagens e as leu. Katherine arregalou os olhos ao ler tudo até o fim. - Eu preciso sair daqui. - Ela sussurrou, mas estava com tanto medo que não conseguia se mexer. Ela suspirou, e levantou-se. Ela mordeu os lábios, queria chorar, ela saiu da sala e ouviu uma gargalhada vindo do começo do corredor, ela arregalou os olhos e deu alguns passos para trás. Naquele momento, não havia saída, aquele corredor fazia ela se sentir mal, e não havia saída atrás dela, apenas uma escada na sua esquerda, que daria no segundo andar, mas ela não tinha coragem, ou ela seguia pelo corredor que escutou a risada maligna, ou ia para o segundo andar, entre essas, a melhor opção era se matar, ou pular da janela, que seria praticamente a mesma coisa, mas ela não fez nenhum dos dois, Katherine apenas se agachou e ficou ali, sentada, esperando que alguém viesse salva-la, mas ela sabia que ninguém viria. Estava frio. E a chuva tão forte, a única coisa que ela queria naquele momento era poder sair daquele lugar. Ela ouviu a risada novamente, Katherine arregalou os olhos, sem pensar duas vezes, ela levantou-se e correu, correu até sua sala de fotografia e trancou a porta, não queria passar mais nenhum segundo naquele lugar, ela deu alguns passos para trás, ainda olhando para porta. - Mas que porra! Se acalme, Katherine. Nada aconteceu. E aquelas mensagens... Nada aconteceu. É tudo mentira. - Katherine respirou fundo, e fechou os olhos. Ela manteve os olhos fechados por um bom tempo, mas quando os abriu novamente, se arrependeu. Havia um garoto, ele estava sentado em uma das cadeiras, apenas ali, sorrindo e sem dizer nada. Katherine se afastou um pouco, o garoto, sem dizer nada, levantou-se e aproximou-se um pouco mais de Katherine. Ela apenas parou. Ele sorriu mais uma vez, ergueu sua mão, e lá estava uma lâmina, e na lâmina havia um nome, mas Katherine não podia ver com clareza, ela pegou a lâmina novamente, e leu: "Park Chanyeol". Ela arregalou os olhos, levantou sua cabeça para olhar para o garoto, mas não era mais o mesmo, era Chanyeol, ela suspirou e deu alguns passos para trás, Chanyeol estava chorando, era um choro tão terrível. E então, mais uma vez, ela acordou.{...}
Ainda dia 15 de Agosto. - 00:00.
- Eles não podem fazer isso. - Katherine gritou, batendo seu punho na mesa de madeira. - Suke não é louco. - Ela sussurrou. - E aquela mulher, como ela pode matar meu professor? Na verdade, porque ela o matou? É sério que estou falando sozinha? Sério que eu invadi minha faculdade? Porra! Isso não pode ser verdade. - Katherine derramou uma lágrima. - Eu tenho que sair dessa porra. - Ela levantou-se da cadeira tão rápido, que deixou alguns papéis caírem no chão molhado, Katherine bufou e agachou para pegar os papéis, enquanto ela pegava os papéis, pode ver dois pares de botas escuras, ela arregalou os olhos e levantou a cabeça devagar, ela via o mesmo garoto do seu sonho, Katherine largou os papéis e caiu na água suja que tomava conta do chão. Ele ergueu sua mão para ela, parecia que ele queria ajuda-la a se levantar, ela não aceitou sua ajuda, por medo. - Deixe-me em paz. - Ela disse, ele colocou suas mãos no bolso e saiu da frente de Katherine, dando passagem para ela passar. Aquilo era suspeito. Katherine levantou-se, ela estava toda molhada, os idiotas pensariam outra coisa, Katherine olhou para o garoto, ele apontou para porta, fazendo sinal para que ela saísse. "Porque ele não fala?" Ela pensou, Katherine respirou fundo e saiu correndo, ela correu o mais rápido possível pelo corredor, mas quando olhou para trás, ele não estava a seguindo, Katherine ficou olhando para o final do corredor, esperando que ele saísse da sala, e assim ele fez, ele saiu e apenas ficou olhando Katherine, agora que ela estava mais calma percebeu que ele usava uma máscara azul que tinha dois buracos para os olhos, ela suspirou. - O que é você? - Ela perguntou, ele deu de ombros e subiu a escada que havia na esquerda, daria no segundo andar, ele colocou sua mão para fora e acenou. Katherine deu de ombros e voltou a olhar para frente, e lá estava ele, na frente dela, com sua cabeça tombada para direita, e agora, sem máscara, ele sorriu. Ela arregalou os olhos. - Você... - Ele colocou seu dedo indicador na boca de Katherine, seus dedos estavam vermelhos, provavelmente sangue, ela suspirou, ele tirou o dedo da boca dela e chegou mais perto, ele pegou o braço direito de Katherine e colocou algumas lâminas na palma da sua mão, ele sorriu novamente e deu passagem para ela passar. - O que você quer comigo? - Ele parou de sorrir. E acenou. Katherine apenas correu. Mas sentia que devia ter ficado. Mas ela apenas correu.
{...}