- Ele está em estado de coma.
- Coma? - Katherine sussurrou.
- Sim, mas acalme-se.
- Mas... Ele está reagindo? Está tudo bem? Quer dizer...
- Sim, ele está bem. Temos apenas que rezar por ele.
- Obrigado. - A enfermeira assentiu. Katherine sentou-se em uma cadeira que havia ali e esperou. Ela pegou seu celular e mandou mensagens para Alan.
"Alan, venha até o hospital."
"O que?"
"Por favor, eu te explico melhor quando você chegar aqui."
"Tudo bem."
{...}
Domingo. - 2:40 da manhã.
- Eu perdi todos, Alan.
- Você tem eu.
- Não, eu o perdi.
- Não! Jamais, eu jamais deixarei você.
- Eu não quero perder o Chan.
- Você não vai.
- Sim, eu vou. Eu vou perder todos.
- Não! Eu estarei aqui, para sempre. Sempre.
- Alan...
- Katherine! Eu te amo. E nada, e nem ninguém, vai nos separar. Estamos juntos agora.
- Eu te amo, Alan. - Katherine o beijou. Ela sentia falta dos lábios dele, sentia falta dele. Mas agora, eles estavam juntos novamente.
{...}
Dia 10 de agosto. - Segunda-feira.
"Ele não acordou." Katherine pensou. Ela sentia um vazio tão profundo, não sabia o que estava fazendo de sua vida, se sentia sozinha, fraca, morta, não sabia ao certo o que estava sentindo, mas sabia que machucava, e ela só queria que aquela dor passasse, que essa dor que estava dentro dela fosse embora. Sehun chorou ao ver Katherine daquele forma, ela estava jogada em sua cama, parecia estar morta, ela estava, literalmente. "O que eu estou fazendo?" Katherine pensou, ela sentia-se culpada por ter seus pulsos marcados, ela queria chorar, mas não podia, queria gritar, mas preferia ficar quieta, ela não estava bem, mas ninguém percebia. Ela só queria morrer. A casa estava em um silêncio profundo e perfeito, aquele silêncio que permitia ela pensar em sua vida, não havia sons, não havia vozes, não havia músicas nem risadas, só havia o som da sua respiração.
- Katherine. - Sehun sussurrou.
- Sehun. - Ela respondeu, ainda olhando para o teto sem vida. - O que você...
- Eu te amo, Katherine. - Ele soluçou, entre suas lágrimas. - E prometo que... - Ela o interrompeu.
- Eu também, Sehun. Eu também te amo.
- Eu prometo, Katherine...
- Você promete?
- Eu prometo que sempre estarei com você.
- Cala-se, Sehun! O último que me disse isso, não está mais comigo.
- Mas eu sou diferente, eu jamais vou te deixar. Eu prometo.
- Kris... - Katherine sussurrou, enquanto derramava a única lágrima.
{...}
- Katherine... - Matthew começou. - Eu... Eu lamento.
- Eu também, mas essa é minha vida.
- O que você quer dizer com isso?
- Eu perdi meus dois pais, um dos meus amigos ficaram cegos, minha melhor amiga com quem eu compartilhei segredos mentiu para mim fingindo que me amava, o namoro com meu namorado foi uma farsa, eu perdi meu melhor amigo e eu o vi morrer diante de meus olhos e agora, estou perdendo Chanyeol. - Matthew abriu sua boca para falar algo, mas nada saía. Ele não tinha palavras.
- Katherine, tudo melhora um dia. - Suke disse.
- Suke... Você está... Sangrando.
- Seus demônios estão acordando. - Suke sorriu.
- Suke! Não! - Tachi gritou. As luzes da sala de aula começaram a piscar, e começou a chover forte de um segundo para o outro, Katherine arregalou os olhos.
- Professor, as luzes. - Anna disse.
- Suke, você está bem? - Matthew perguntou.
- Não deixe eles tomarem conta de você. - Suke disse, algumas lágrimas caíram de seus olhos, ele abaixou sua cabeça e chorou mais. - Irmão... Por favor. - Ele levantou a cabeça novamente.
- Suke... - Katherine sussurrou. Ele estava chorando sangue, seu nariz e seus olhos estavam sangrando.
- Não! Não! Não! - Suke gritou, tão alto ao ponto de soltar faíscas das luzes e elas se apagarem. Todos se afastaram dele, Tachi correu até seu irmão e o abraçou forte, mas Suke não havia seu amado irmão mais velho, ele via uma criatura terrivelmente feia, ele empurrou seu irmão, Tachi se afastou, agora todos estavam afastados por medo, menos Katherine, ela continuava parada, observando o garoto, ela podia sentir a dor dele, podia ver dor e desespero nos olhos do garoto, ela queria ajudar, de algum modo, mas não sabia como. - Fuja! Fujam todos! Antes que eles matem vocês. - Katherine derramou algumas lágrimas, ela se impulsionou para frente e abraçou Suke, enquanto todos sentiam medo dele, ela queria apenas ajuda-lo, ela acariciou os cabelos de Suke e beijou sua testa, logo os gritos pararam, as lágrimas misturadas com sangue pararam e ele havia se acalmado. Tudo estava bem agora. Ele estava bem.
{...}
- Suke... - Ela sussurrou, enquanto acariciava seus cabelos escuros. - Tudo ficará bem.
- Eu me sinto seguro com você. - Suke sussurrou.
- Você está seguro, Suke.
- Obrigado... - Ele sussurrou, derramando uma lágrima. - Obrigado, Katherine.
- Eu cuidarei de você.
{...}
- Hey... - Alan começou.
- Alan. - Ela suspirou.
- Você está bem?
- Acho que sim.
- Venha, vou te levar para casa.
- Não. Eu... Eu não quero ficar em casa, pode me levar para o hospital?
- Você quer mesmo ir para lá?
- Sim, por favor.
- Tudo bem, mas eu não quero te ver assim, Kath.
- Assim como?
- Você está muito mal. Você está cansada, e tem que ir para casa.
- Eu estou bem, Alan.
- Katherine. - Alan suspirou.
- O que?
- Você é teimosa. - Alan bufou.
- Eu não estou cansada, eu estou bem. Por favor, eu quero ver o Channie.
- Tudo bem.
{...}
- E então, ele disse que se sentia seguro comigo. - Katherine disse. - Ninguém nunca disse isso para mim. - Ele sorriu e riu fraco.
- Eu me sinto seguro com você também, Kath.
- Eu fiquei preocupada... - Katherine disse, sorrindo com lágrimas nos olhos.
- Eu estou...
- Katherine! Acorde.
- O que? - Ela gritou. Um segundo depois, sua ficha caiu de uma vez. - Era um sonho. - Ela olhou para o lado e viu Chanyeol num sono profundo.
- Você sonhou com ele? - Kai perguntou.
- Sim. Ele estava de volta.
- Ele ficará bem, Kath. Acredite.
- É claro que ele ficará bem, ele é forte.
- Kath, você mudou.
- Eu?
- Sim, você mudou.
- Obrigado. - Ela sorriu. Katherine voltou a olhar para Chanyeol e sorriu ao lembrar-se dos lábios de Chanyeol juntos aos dela. - Quem é você, Park Chanyeol? - Ela sussurrou.
{...}
