Tratado dos Párias- Príncipe Caçador

Sem saída!

Olá pessoal ! Primeiramente quero dar os parabéns a JaquellyneAp pelo seu aniversário então como não dá para dar presente físico pelo watt dou um simbólico e cheio de carinho te dedicando esse capítulo :) Bom vamos lá então? Espero que gostem e ótima leitura :D

André entrou na frente de Tiago para o proteger por hábito, mas ele o tirou da frente se aproximando e parando bruscamente, me encarou bem de perto e eu sustentei seu olhar. Jamais iria permitir que ele me tratasse dessa maneira, ele chegou ainda mais perto abaixando a cabeça e encostando seu nariz ao meu, seus olhos ardiam de raiva, quando falou senti seu hálito de cravo, não achei ruim ao menos não era sálvia.

—  Como ousa? Eu poderia matá-la com minhas próprias mãos, poderia lhe ensinar a ter mais respeito, poderia...

Não o deixei terminar a frase e respondi no mesmo tom. — Faça isso. Me prove que eu estou certa e André errado, mostre que é tão igual ou mesmo pior que seu pai, André sempre te defendeu, mas eu sempre tive minhas duvidas!

—Como assim sempre? Você o conhece desde quando para ter confidências com ele? Qual o vínculo real de vocês dois? Vamos me diga?

Antes que eu respondesse ele se afastou pisando duro e agora olhava de André para mim e vice versa, exigindo uma resposta, cruzou os braços e manteve seu olhar de um a outro exigindo que tomássemos atitude e o respondesse.

André me olhava pensativo parecendo pesar o que ia dizer, eu não sabia o que dizer, não poderia por André em situação complicada e nem me complicar, mas as coisas haviam chegado em um ponto perigoso, não imaginei uma reação tão explosiva de Tiago, André também sentia isso porque olhou para ele com preocupação e pensativo então por fim falou de uma vez, me fazendo travar como um rato acuado por uma gato e um gato muito raivoso.

— Ela é a sobrevivente da chacina de mais de dois anos atrás senhor.

Tiago apertou os olhos para o nada, parecia tentar absorver aquela informação.

— Espera! O que disse? Você tentou assassiná-la e ela confia em você ao ponto de trocar confidências é isso? E não era para essa menina ter dezessete anos? O que diabos está acontecendo aqui? —Ele gritou olhando para mim.

Eu estava paralisada, em poucas palavras eu fui desnuda, desarmada e estava nas mãos de Tiago, entendia André, estava uma situação complicada para poder explicar sem comprometer a historias com lacunas.

Suspirei derrotada, hora de falar toda a verdade e esperar entrar na masmorra, me veio o pensamento idiota de que pelo menos ia morrer sabendo o que diabos o rei fazia lá dentro, sentei no banco e fiquei em silencio tentando imaginar como faria agora. André sentou ao meu lado.

— Me desculpa, não tinha outra saída.

Peguei sua mão e fiquei quieta um tempo depois falei em um sussurro. — Eu sei.

Tiago ficou olhando para nós dois sem dizer nada, parado em pé nos analisando, André olhou para ele e levantou falando.

— Vou deixar vocês dois conversarem a sós, enquanto conversam irei cuidar dos arredores para ver se não tem nenhum curioso com insônia por ai.

Pela primeira vez, ele beijou minha mão com carinho, aquilo era mais um pedido de desculpa eu sabia.

—Com licença senhor. —Tiago não disse nada, apenas olhava fixo para mim.

— Acho melhor você sentar Tiago se quiser realmente ouvir toda a história.— Em silêncio ele sentou ao meu lado, distante no banco e esperou.