Sentindo na pele as lembranças do passado

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Olá pessoal, mais um pedacinho para vocês, o capítulo ficou curto mas realmente não daria para postar tudo e não daria para cortar em outra parte então perdoem eu u.u ! Vamos lá? Ótima leitura!

O tempo parecia parado, enquanto que a paisagem parecia passar como um vento por meus olhos. Meia hora de perseguição e os cavalos começaram a sentir o peso do esforço da corrida, mais um pouco eu pensava desesperada, então mesmo com dó eu chicoteei meu cavalo e André fez o mesmo. As vozes eram ouvidas cada vez mais perto, e eu pressentia em minha espinha gelada que não conseguiríamos escapar, eu precisava avisar eles que eu estava chegando, que eu estava ali e precisava de ajuda. Tentei morder meu dedo, mas quase me desequilibrei do cavalo.

— Preciso de um ferimento André!— Eu gritei para ele.

— Como?

— Preciso de um corte em mim.

André era esperto e não discutiu comigo. Puxou da faca e me cortou o braço com agilidade e eu senti a quentura do sangue escorrendo. Agora era questão de tempo e de vencer cada metro sem ser capturada para dar tempo de meu cheiro chegar a eles, continuávamos forçando os cavalos ao limite. Já avistávamos os cavalos dos soldados que se aproximavam rapidamente, quando adentramos o limite sombrio eu pensei que estaríamos salvos, mas o capitão gritou para os soldados com energia.

— Não importa onde estamos, o rei quer aquela garota e temos que levar o traidor de volta, ou eles com o rei ou nós com sua ira. VAMOS!

Soltei uma imprecação. Corríamos ainda perigo e incitei o cavalo ainda mais, o pobre animal sofria. Tinha meu coração aos pulos que disputava com o ritmo do cavalo, precisávamos nos manter vivos até que os príncipes chegassem, mas os cavalos já espumavam nos cantos da boca. Meu coração se encolheu de pena da pobre criatura e de medo de ele não aguentar, mas não podia dar descanso ao animal, assim continuamos no mesmo ritmo que corríamos desde o inicio.

Ouvi o zumbido que cortava o ar liberando um som musical e em seguida uma flecha acertou a traseira do cavalo de André fazendo o meu cair junto.

Não deu tempo de nada, quando conseguimos levantar vimos que tudo havia sido em vão. Estávamos cercados. Entrando na minha frente André foi andando para trás me empurrando com suas costas fiquei encostada em uma árvore com ele me protegendo com seu corpo. Não tinha nada além de uma faca pequena, mas se manteve em posição de combate e eu rezei baixinho para que os os príncipes chegassem logo.

Os homens deram passos até nós e então ele se preparou para a luta, desviou de uma espada, e acertou um murro no soldado que se aproximou de mim, com um chute ele acertou outro, e cortou o braço de um que tentou me pegar, mas eram muitos homens e com uma lança longa um soldado o atravessou.

Ouvi apenas um arfar de dor e André com um baque seco caiu e ficou imóvel, desesperada eu soltei um grito, abaixei para tentar ajudá-lo não conseguindo fazer nada, um soldado me pegou pelos cabelos me levantando sem se preocupar com André caído, me levando para longe ele cantarolava todo jocoso enquanto me arrastava com uma mão como se eu fosse um animal já morto. Me esperneei, gritei arranhei seu braço, mas ele não soltou meus cabelos até achar um local com menos árvores.

Depois que me soltou me jogando com tudo no chão ficou de cócoras me olhando de perto, senti o seu hálito de vinho barato e nicotina e também o suor e sujeira, seus olhos castanhos brilhavam de diversão e ele sorria ao me analisar dos pés a cabeça, subindo e descendo os olhos várias vezes, estacionando no meio dos meus seios e no vão de minhas pernas.

Tinha o rosto vermelho e uma cicatriz no lábio superior que deixava seu sorriso desprovido de vários dentes ainda mais bizarro.

— Então você é a menina que chamou a atenção do rei não é? Aquela que conseguiu sobreviver a um veneno secreto e poderoso.

O encarei com raiva, não podia faze nada agora, mas não ia demonstrar medo, então era isso, o boato sobre eu ter sobrevivido tinha chegado aos ouvidos do rei Júlio, suas espiãs eram mais eficientes do que se supunha.

Ele chegou perto do meu rosto e me segurou firme entre meu maxilar e orelha senti seus dedos machucarem a carne, com uma virada brusca no meu rosto ele me deixou de lado, chegando ainda mais perto quase encostando em meu pescoço e puxou o ar demoradamente soltando um gemido de satisfação.

— Que delicia de cheiro, será que ficaria bom misturado com o cheiro da minha porra? Iria adorar te empalar completamente, estou muito tentado a isso.

Cuspi nele para mostrar o quanto o repudiava, ele me deu um tapa com as costas da mão sem me soltar do aperto e eu pisquei várias vezes para recuperar o foco, queria chorar, pensei na hipótese de implorar, mas fiquei firme, mesmo apavorada não ia me rebaixar, não mais, e com uma coragem que nunca pensei que teria mordi seu braço e ele gritou, a única coisa que consegui encontrar para fazer, fiquei com medo do que ele faria agora, mas no fundo de meu ser me senti livre, eu sofreria, mas não calada, não ficaria apavorada ao ver um maldito sádico como fiquei a primeira vez.

— Então a cadelinha quer morder hein! Vamos ver se ficará com essa pose toda depois do que eu fizer com você.

Ao dizer isso ele me jogou no chão e levantou meu vestido com brutalidade e abaixou cheirando com força minhas roupas intimas, tentei lutar, tentei tirar ele dali puxando seu cabelo com toda força, mas ele parecia nem sentir ou nem se importar.

— Humm tem cheiro bom hein, acho mesmo que o rei não vai se importar se você chegar um pouco usada, afinal ele não a pediu intocada a pediu viva, mas fique tranquila doçura, não estragaremos você demais, temos aqui cinquenta homens, pelo menos uns vinte você aguentará ainda consciente.

Senti o desespero me tomar e comecei a chorar ainda puxando seu cabelo e a visão de Samuel veio como um raio na minha cabeça, ele segurando uma menina pelo quadril e forçando dentro dela, sangue pingando, a menina gritando com seu rosto encoberto pelo desespero, pelas lágrimas e por caretas de dor e me veio a mim mesmo nessa situação, a mim mesma fazendo aquelas caretas, e um frio doído perpassou por meu estômago de pavor.

Eu ia passar por aquilo? Tinha me livrado daquilo na época. Mas era meu destino passar por isso?

A plateia estava lotada, muitos homens gritavam, incentivavam o maldito, levantavam suas espadas ao alto enquanto assistiam animados aquilo, se deixando levar pelo grito de incentivo dos homens que esperavam a sua vez ele rasgou meu vestido me deixando nua, eu gritei desesperada e me esperneei quando ele se debruçou por cima de mim, o peitoral de sua armadura machucou meu corpo, machucou ainda mais porque eu lutava desesperadamente sem me importar com o ferro mordendo minha carne.

Mas ele era muito grande e sem se importar com a minha luta começou a morder meu ombro e depois meus seios enquanto me forçava a abrir as pernas, a dor das dentadas eram terríveis, mas não me desencorajou a desistir, tentava de todo modo o tirar de cima de mim.

Os homens gritavam palavras obscenas e diziam para ele andar logo, porque queriam a vez deles, meu desespero aumentava cada vez que os ouvia.

Eu lutava e esmurrava o homem tentando o tirar de cima de mim usando toda a força que eu consegui, mas ele era muito mais forte, e estava desesperada ele logo conseguia forçar minhas pernas a abrir, quando senti seu membro rijo encostar em mim eu soltei um grito alto e desesperado, já sem forças, já sem esperanças, não adiantava nada mais lutar.

Um urro medonho dominou a floresta.

E então o que acharam? Espero de coração que tenham gostado e se achar pertinente deixem um votinho de presente :D







Tratado dos Párias- Príncipe CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora