Nação Aglis - O 1° Rascunho

Capítulo 8 - Por quê?

Estou saindo de meu quarto. Avisto Kentt sentado em sua cama; a porta do quarto estava aberta. Bagwell não estava lá. Eu o olho triste e vou até o quarto, fecho a porta e sento ao seu lado.
- O que houve? - eu disse.
Com certeza você deve estar estranhando o fato de em 2 semanas eu ser amiga de um homem que é filho de um guarda que queria que eu morresse sem dó. Mas assim que entrei no palácio, conversei com ele bastante e ele concorda sobre Violet ser uma péssima mulher e uma péssima imperatriz.

E combinamos gostos.

- Meu pai. - ele disse me olhando no fundo dos olhos.
- O que tem ele?
- Eu não queria te dizer. - ele abaixou a cabeça e fechou os olhos.
- Diz, por favor.
- Ele fez um plano. - ele disse, levantando a cabeça, muito sério.
- E que plano é esse?
- Para te tirar do palácio.
- Mas por que ele me tiraria do palácio?
- Não sei, só sei que ele está contando para os outros guardas nesse exato momento. Deve estar procurando um jeito, alguma coisa que você fez, qualquer coisa para você ser expulsa.
- Mas eu não entendo. Não fiz nada à ele e ele deseja minha morte.
- Soube à pouco tempo que ele não gostava de Vitae. O seu pai, rei Túlio, mandou matar a amante que ele tinha.
- Como assim? - eu disse, arregalando os olhos para Kentt.
- Ele tinha uma amante. Já que minha mãe não vive em Aglis, ele aproveitou e começou a namorar uma moça às escondidas.
- E quem seria?
- Marya, que morava em Vitae, filha da dama da rainha, uma moça bonita, negra de olhos claros, assim como a mãe.
- E a mãe foi a dama da rainha?
- Sim, a Meg. Que foi presa por Violet achar que ela colocou idéias na cabeça do príncipe que a imperatriz trocava romances, fugir.

Assim que Kentt disse isso, lembrei daquela moça da prisão.
Ela era dama de Violet, foi presa por pensarem que ela colocou idéias na cabeça do antigo príncipe de outro reino, e é negra de olhos claros.
Ela não me disse que a filha já namorou um guarda real.
Ela nem me disse que tinha filha!

- Mas o que aconteceu? - eu perguntei assustada.
- Os guardas flagraram Marya colocando veneno no banquete dos camponeses e...
- Mas então ela mereceu, ele nunca à mataria sem ter certeza. Era difícil mortes em Vitae. - eu disse, interrompendo Kentt.
- Sim, mas meu pai nunca acreditou nisso. Achava que você que tinha falado pro seu pai matá-la.
- Nunca faria isso.
- Então, meu pai desde aí odeia, ou odiava, não sei, o reino Vitae.
- E ele quer me tirar daqui por isso?
- Sim. - ele disse, abaixando a cabeça.
- O que houve?
- Gosto tanto de você. Nunca tive uma amiga como você, aliás, nunca tive uma amiga. Não quero que se vá, Catarina.

Eu olhei para aqueles olhos tristes, coloquei meu dedo indicador no seu queixo e disse, em voz alta e confiante:
- Eu não irei embora. Violet é minha amiga, e ela não me expulsaria. E ele não vai achar nada para me tirar desse palácio. NADA! Está ouvindo? Ficarei aqui, com você, meu amigo.
- Entendo, Catarina. Eu confio em você. Não me abandone.
Nós nos olhamos e nos abraçamos.
- Acho melhor eu ir, se o seu pai aparece aqui...
- Tá bom! - ele disse, interrompendo.
Dei um beijo em sua bochecha, um sorriso bobo, abri a porta e depois a fechei.

Não sei se estou apaixonada, mas sinto como se só gostasse dele. Amor impossível, já que parece que o o pai de Kentt quer me tirar desse palácio e me deixar vivendo como escrava.

(...)

Assim que Catarina foi embora, me levantei da cama e procurei uma roupa para o banquete real de hoje. Virá uma nova princesa para o palácio, princesa da nação Ella. E um príncipe. Dois irmãos.
Parece que a nação está em guerra, e o rei mandará eles para Aglis.

Está tudo incrível, as comidas, as roupas, tudo maravilhoso no palácio.

Estava pensando longe e meu pai abre a porta com um sorriso no rosto. Eu estranho sua alegria e digo, com medo:
- Por que essa alegria?
- Achei um jeito de mandar aquela princesa piolhenta para fora desse palácio de uma vez por todas. - ele disse rindo.
- E que jeito é esse?
- Estava comentando com os guardas que hoje, virá a princesa Anna da Nação Ella. Virá com seu irmão, mas ela é a minha estrela. Parece que Anna foi à Vitae quando tinha 17 anos, e Catarina 13 na época. Foi com seu irmão e pais. Tinham assuntos à resolver, pois o rei de Ella era muito amigo do rei Túlio, e os dois resolveram crises de finanças de Vitae juntos. Aí começou uma bela amizade entre Catarina e Anna. Foi aí que não sei o porquê, mas houve um desentendimento entre as duas e acabaram se odiando desde então. Ela implorou para seu pai para ir embora. E acabaram indo e nunca mais voltando à Vitae por conta de Anna.
- E você acha que Anna vai fazer algo pra prejudicar Catarina? - eu disse, tremendo.
- Eu tenho certeza. - meu pai gritou, com um sorriso no rosto. - Nunca conte isso à ninguém.
Eu concordei com a cabeça. Ele deitou na cama, tirou a blusa e adormeceu.
Peguei a roupa para aparecer no banquete de boas-vindas à Anna e o irmão e saí do quarto tremendo.

Será que Anna faria algo para prejudicar minha amiga?
Não sei como, mas eu não deixarei Catarina ir embora desse palácio. Minha primeira amiga, primeiro amor.

Parece que o banquete começou.

(...)