Capítulo 22 - O cofre

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E lá estava eu, esperando a Joanna à tempos e tempos... Ela disse que iria voltar "rápido" faz tempo. Cadê ela?
Aposto que só disse que tinha o registro para me enganar e eu deixar ela sair do meu quarto logo. Que mulher estúpida! Não sei como pude acreditar nela.

(...)

Emma e eu continuávamos andando pela cidade, já fomos para um parque e para um lugar cheio de flores.
- Pra onde estamos indo agora? - perguntei, rindo para ela.
- Está vendo essas casas repletas de pessoas correndo e se divertindo com suas famílias? E esses postes iluminados cheios de enfeites? - ela olhou e apontou para as casas.
- Estou. O quê tem?
- Cada uma dessas pessoas passou por uma dificuldade, e cada uma delas tem uma história para contar. Elas não ficam todos os dias desse jeito, apenas quando acontece algo de bom para alguém.
- Como assim? - perguntei, curioso.
- Alguém aqui recebeu uma boa notícia e contou para todos. Foi assim que a festa começou.
- Mas todos estão comemorando uma bela coisa que aconteceu à outra pessoa? No palácio nunca fizeram isso.
Emma me olhou e riu.
- Aqui é tudo diferente.
Ela correu em direção à casa que saía um barulho contagiante.
- Pra onde você vai? - gritei.
- Eu vou me divertir!! Vem!! - riu de longe e começou a dançar no meio da multidão rindo e olhando para as crianças.
Ela dançava como uma verdadeira dama. Parecia uma princesa dançando e rindo, ela era toda linda. Tinha um belo sorriso, um lindo cabelo e um caráter forte.
Quando eu me percebi estava no meio da estrada de braços cruzados à olhando.
- Não vai vir? - ela gritou de longe.

(...)

Eu estava com Violet, na grande cozinha, conversando sobre a vida e as coisas do palácio.
- Uau.
- Sim, e até então ela nem fala comigo. - ela dizia, enquanto dava um gole no vinho.
- Mas você e o Jayn não foi nada sério, não é?
- Anna, você pode não gostar do que vai ouvir.
Fiquei séria e a olhei vidrada.
- Eu e Jayn iremos nos casar, foi por isso a festa lá em baixo. Chamei pessoas de várias nações e comuniquei o casamento real. Não falei para ninguém do palácio pois era um evento apenas para convidados não-nativos - continuou.
- Como?? - gritei.
- Nós nos apaixonamos, Anna. Eu não controlo meu coração, me perdoe se não gostar.
- Está brincando? Minha amiga imperatriz vai se casar com o meu irmão! - à abracei fortemente.
- Tem certeza que não tem problemas?
- Absoluta! Agora irei para meu quarto, pois estou muito cansada, minha amiga.
Nós nos despedimos e eu fui até a sacada de meu quarto. Ele era um dos únicos quartos do palácio à ter sacada.
Estava pensativa... Aquele dia estava tão tedioso, e parecia que aquele palácio precisava de algo novo. Parece que cada dia que se passava, o palácio ficava mais chato. Mas pensando bem, tudo irá mudar: meu grande irmão vai ser o futuro primeiro cavalheiro de Aglis, sendo o mais poderoso apenas abaixo da imperatriz, mas nada o impede de mata-la.
Ouvi batidas na porta, coloquei as sandálias e à abri.
Era Bagwell, ele entrou assustado.
- Olá. O quê aconteceu? - perguntei, fechando a porta.
- Anna, é meu filho! - disse, com um tom de voz fofo. Ele parecia estar realmente preocupado!
- O quê aconteceu? - repeti a frase, gritando.
- Fui até o quarto dele pedir desculpas, e ele não estava.
- Mas ele pode muito bem ter ido à algum lugar...
- Anna, ele nunca sai do quarto! - ele dizia, dando voltas pelo quarto.
Cheguei perto dele, fiz ele se sentar na cama e fiz carinho em seu cabelo.
- Ed, Kentt está bem com toda certeza. Ele deve estar em algum lugar tentando esquecer os problemas, não gaste tempo com isso.
- Você tem razão. - ele disse - Mas se ele não aparecer logo, comunicarei à Violet o sumiço dele.
- Não vai ser preciso, ele vai aparecer.
Ele sorriu para mim.
- Quer dormir aqui? - continuei.
- Não posso, ainda estou treinando. O aniversário de Violet está chegando, e logo depois de alguns dias desse aniversário terei que ir guerrear à favor do reino de seu pai. E tenho que treinar muito com os outros oficiais se não quiser virar comida para terra.
- Soube que no mesmo dia do aniversário de Violet, morreu a mãe da mesma. É verdade?
- Sim. Parece que foi ontem quando a bela Kath faleceu quando parecia estar bem. - suspirou.
- Em falar em morte, nós esquecemos de Catarina completamente! O quê faremos?
- Eu não sei, Anna. Estou cansado de querer me vingar dela, se vingue sozinha.
- Como é? - gritei, levantando da cama.
- Não vejo necessidade em fazer isso. - ele disse.
- Mas eu vejo! Você sabe o quê ela fez para mim!!
- Sei. Quer dizer, você nunca me contou muito bem mas sei.
- Você acha que eu não vou querer vingança para uma pessoa que me manipulou e me usou como uma idiota? Acha que não quero sujar minhas mãos com o sangue de uma mulher que teve a coragem de trair minha confiança?
- Até agora não entendi o motivo de você ter tanta raiva dela, Anna.
Sentei na cama e suspirei.
- Sai do meu quarto. - falei baixinho.
- O quê?
- SAI DO MEU QUARTO! - repeti, gritando.
Ed levantou da cama sem dizer nada, conformado, e saiu do quarto. Fui até a sacada novamente e cansei de ver aquele mesmo cenário, então resolvi andar um pouco pelo palácio, ir até a enorme sacada que dava para olhar o jardim...
Vesti um vestido de renda que arrastava no chão, retoquei o batom vermelho e saí de meu quarto.

Nação Aglis - O 1° RascunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora