Nação Aglis - O 1° Rascunho

Capítulo 44 - Coroação

Finalmente era a minha coroação. Acho que não existia ninguém no mundo que estava mais feliz do que eu. Depois de passar por selecionados inúteis e muita preparação EU CONSEGUI! Sempre sonhei em ser uma imperatriz e finalmente meu sonho estava se realizando. Não dava para acreditar que eu tinha uma nação em minhas mãos. Era a minha coroação e eu estava deitada no imenso quarto 1 no palácio de Sterwood, construído em 1640, um dos castelos mais antigos que já construíram. Só perde para o de Hins (a nação mais rica do mundo, tendo como rei, Saulo, de 110 anos. Apesar da idade avançada, o rei era muito bem cuidado e conservado. O castelo de Hins foi construído em 1477.

Em Sterwood tudo era tão diferente de Aglis. As pessoas bem humoradas, sem escravidão, muitos casais sorrindo nos cantos de ruas e amor envolvido em todos os cantos. O castelo em si já era maravilhoso, sendo feito totalmente de ouro e cristais. O primeiro à ser decorado com essas coisas. Dentro também era muito diferente do palácio de Aglis. Lá era tudo tão lindo e arrumado. A imperatriz falecida tinha ótimos gostos e o trono era todo enfeitado com direito à flores.
O mar de Sterwood tinha águas cristalinas e salgadas. Quase todos se divertiam e banhavam ali, principalmente crianças.
Estava penteando o cabelo no meu "novo" quarto. Nem merecia ser chamado de quarto e sim suíte! As coisas eram decoradas com ouro e flores. Diziam que a imperatriz amava flores por isso a maioria das coisas ali tinham coisas floridas ou parecidas. Eu me sentia desamparada ali porém não sozinha.
O "quarto-suíte" estava equipado com velas por todos os cantos, assentos, uma cama enorme totalmente enfeitada e bonita, mesas, uma sacada com vista para o mar e metade da vila K-30 do canal 4 em Sterwood. A nação era dividida em 5 canais, o 1, o palácio, que era aonde eu estava, o canal 2 que ficavam mercadores ricos, empreendedores bons e empregados de sucesso; o 3 que tinham guardas e outras pessoas que já moraram no palácio; elas ganhavam muito bem dos superiores e não faziam nada; o canal 4, que tinha muitas pessoas humildes, trabalhadores honestos e mendigos, porém os melhores trabalhos eram encontrados ali; e o canal 5 que abrigava as pessoas mais pobres e sem condições de trabalhar. Ali tinha muitas casas de repouso, de ajuda para viciados em bebida e principalmente: lugares para ajudar deficientes. Mesmo tendo todos esses estabelecimentos, o lugar era lotado de sujeira e animais, o que fazia aquele canal abrigar apenas os mais excluídos e problemáticos de Sterwood.
As tintas para pintar as unhas eram tão lindas que impossível era escolher alguma. Tudo tão belo e chamativo naquele reino que me apaixonei.
Eu queria ser a melhor imperatriz para aquele reino, não desmerecendo a antiga, que fez muitas coisas boas ali libertando muitas pessoas da escravidão, da fome e desgraça. Eu estava disposta à fazer o bem.
- Filha?! - ouvi minha mãe batendo na porta e ela entrou devagar. Eu a olhei e sorri penteando meus cabelos.
- Está todo mundo lá em baixo?
- Sim. O príncipe Jake está lá, Catarina. O que acha de dar uma nova chance ao amor? Ele é muito simpático e quer te conhecer.
- Não quero focar em ninguém, apenas em acabar com Aglis.
Minha mãe abriu um sorriso irônico e pegou a escova de minhas mãos. A mesma começou a escovar seus próprios cabelos se olhando no espelho.
- Tenho tanto orgulho de você...
Eu ri.
- Também tenho de você. Percebeu que sua história é um pouco parecida com a minha?
- Como assim?
- Você acordou em Vitae, lembrou da nação de uma grande amiga e foi para lá. - O que muda é que sempre fui amiga dela, Catarina. Já você e Violet tem uma rivalidade.
Eu ri e peguei a escova das mãos dela.

(...)

- Kentt, você precisa comer. - disse Emma, entrando no cômodo com uma bandeja cheia de pães.
Eu olhei e virei o rosto para a lareira novamente.
- Você não entende. Meu pai morreu, Emma. Nunca passará isso. - falei, segurando as lágrimas que já não aguentava mais esconder.
- Eu entendo, - ela se aproximou e sentou ao meu lado segurando ainda a bandeja - mas você precisa comer ou vai ir também.
Eu dei um pequeno sorriso e olhei para a bandeja. Tinha muitos pães diferentes com vários tipos de recheios. Ela deveria ter passado quase uma noite para preparar tudo aquilo.
- Emma, isso deve ter sido muito caro!
- Eu só gastei na massa do pão.
- VOCÊ FEZ? - gritei rindo.
- Fiz. Não foi só o recheio que preparei. - falou, pegando um pão com recheios em cima e me oferecendo. Eu peguei e dei uma mordida.
- Está maravilhoso. Você podia criar seu próprio lugar para vender.
- Você sabe que isso pode custar caro sem contar com a massa e aluguel para os nobres.
- Mas valeria a pena. Sua comida é simplesmente maravilhosa. - sorri e a beijei.
- Esse sorriso que eu gostaria de ver.
Ela colocou a bandeja do seu lado e colocou a mão em sua barriga. Eu olhei e sorri.
- Aqui tem uma cria, Kentt. - ela disse chorando de alegria. Eu comecei a chorar mesmo sabendo da novidade à semanas. Quando comecei a chorar lembrei do meu pai e as lágrimas da felicidade e tristeza vieram juntas numa horrível harmonia.
Emma ficou feliz com meu choro mas depois acabou percebendo que mudei a expressão e ela me abraçou forte.
- Eu estou aqui, Kentt. - dizia ela, me acariciando na cabeça tentando me confortar.