Capítulo 35 - Liberto

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1 mês depois...

Meg estava sentada em sua cama, quando homens empurram a porta brutamente. Oficiais com espadas e escudos nas mãos. Eram mais de cinco e logo atrás vinha Bagwell e a imperatriz. Os oficiais à seguraram com força e ela se debruçava.
- O QUÊ ESTÁ ACONTECENDO? - ela gritava. Quando Meg viu Bagwell já estava imaginando o que tinha acontecido. Dois oficiais à seguraram e três estavam ao lado de Bagwell e da imperatriz.
- Levem-a para fora. Quero que todos ouçam o que falarei. - Violet disse, e os dois oficiais a levaram para frente do quarto e Meg se mexia.
Quando todos estavam lá fora, muitos curiosos se juntaram e observavam o que estava acontecendo, entre eles o filho de Bagwell e muitos outros.
- O que está acontecendo? - Meg gritou.
- O que aconteceu?! COMO TEM CORAGEM DE PERGUNTAR ISSO??! SUA VADIA!! - Violet gritou e jogou a mão no rosto de Meg, fazendo virar sua cabeça. Todos olharam atentos. Meg riu para Violet nervosa - Você falou para Red fugir? ME ENGANOU!!! QUE TIPO DE AMIGA É VOCÊ?
A bruxa olhou para Bagwell furiosa.
- Me desculpe, Meg. Ameaçaram meu filho!! - ele disse, chorando.
Ela estava quieta.
- Eu confiei tanto em você, Meg. Confiei tanto!!! O que mais é mentira? O QUE MAIS FEZ PARA MIM?! - Violet gritava com lágrimas nos olhos.
Meg continuava quieta e Violet bateu novamente em seu rosto.
Aquele corredor estava cheio de pessoas curiosas ali observando. Eram tantas...
- NÃO VAI FALAR, DESGRAÇADA??! - e o silêncio reinava - PRENDAM ESSA IMPOSTORA!
E os oficiais foram andando com Meg até as celas. Por onde eles passavam todos a olhavam com nojo. Era uma sensação horrível.
Meg sabia que não podia ficar sem seu remédio! Com certeza iria ficar LOUCA!
Violet chorava, Bagwell observava tudo sem dizer uma só palavra e Meg era levada para as celas sem nada nos bolsos, estava inconformada com o que acabara de acontecer, mas ela sabia que iria ter troco.

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- Por favor, Noah! Acredite em mim! Eu nunca fiz nada com Thomas! Eu juro! - eu gritava para Noah, que estava sentado em uma das mesas e eu em pé na frente dele.
- Eu não acredito mais em você! - ele falou, sério.
- Eu posso explicar o que aconteceu pelo menos?
- Fala se quiser...
Então eu suspirei duas vezes e comecei a falar.
- Você tinha esquecido sua blusa no meu quarto. Então decidi te devolver e quando cheguei no seu quarto alguém estava tomando banho e eu jurava que era você! Tirei a roupa e fiz uma pose sensual. Quando fui perceber que era Thomas eu gritei e xinguei-o muito. Eu não sabia que era ele que estava se banhando.
- Você tem a inteligência de um jegue, Catarina. - ele me olhou sorrindo - Poderia ser meu pai também...
- Eu sei. Eu só...
Ele me olhou e levantou. Foi andando sem olhar para trás e eu fiquei de cabeça baixa. Não sabia mais o que fazer para ele acreditar em mim.

(...)

Assim que saí do jardim fui até o quarto para me despedir de Kentt. Eu não sabia o que ele ia falar. Será que ia cuspir em mim? Dei um suspiro e bati na porta. Passou um tempo e nada. Bati de novo e nada. Eu estava atrasado e todos já estavam se preparando para partir! Iria perder e ser punido. Respirei fundo e fui correndo para fora, onde todos os soldados preparavam os cavalos, comidas e água. Para ir para Ella eram 2 dias. Tínhamos que atravessar o deserto de Ursew, passar por algumas nações e pelo Yuda (cobrança de moedas). Então, quando chegássemos iríamos descansar, alguns treinar e então partiríamos para guerra. Já lutei em muitas e não iria desistir logo naquele momento.
Eu estava andando no corredor quando vi Anna correndo. Ela parecia desesperada pois corria e ao mesmo tempo olhava para trás. Com certeza Anna estava com medo de alguma coisa. Parecia muito assustada e seus cabelos voavam com o vento. Eu parei ela e à olhei. Anna me olhou e recuperou o fôlego.
- EI!!! - eu disse, tentando acalma-la e segurando seus braços - Está tudo bem! Me conte o que aconteceu!!
Ela ficou quieta e olhou para trás. Quando virou a cabeça eu a olhei novamente e a beijei. Quando terminamos o beijo ela me olhou, sorriu e me abraçou. Foi quando ouvi uma voz no fundo do corredor: era Benjamin!
- BAGWELL!! - ele gritava - Você precisa ir comigo! Todos já estão se preparando e se você ficar para trás sabe o que vai acontecer!
Eu concordei com a cabeça e olhei Anna novamente. Ela me abraçou fortemente.
- Iremos continuar a conversa quando eu voltar! Eu tenho que ir, meu amor.
Beijei sua testa e fui correndo atrás de Benjamin, que corria.
Nunca gostei dele, pelo simples fato de ser certo e agradável o tempo todo. Na minha mente, gente assim não presta por dentro. Esse sorriso no rosto para mim é fachada de uma mente conturbada e sangrenta. Eu odiava Benjamin e qualquer pessoa que esbanjasse simpatia.
Anota aí: simpatia não existe.

(...)

E lá estava eu sentado naquela cadeira, com as mãos doendo e quase sangrando de tão apertado que estavam aquelas cordas. Eu me sentia mal e estava com muita fome, o que me fazia ficar fraco e não aguentar nem o peso da minha própria cabeça. Com certeza aqueles foram os piores momentos da minha vida.
Estava olhando para o chão, com a cabeça doendo e ouvi barulhos de alguém se aproximando. No começo, pensei que eram as pessoas que tinham me amarrado ali, mas não. Era alguém que também estava de capuz, com os cabelos castanhos à mostra e se aproximando. Até pensei que era Catarina, mas os cabelos da mulher que se aproximara eram mais ou menos liso, o de Catarina cacheado, e o da mulher era um pouco mais longo do que o dela. Ela se aproximou e consegui perfeitamente ver uma faca em sua mão, o que me fez ficar medo da mulher estar ali para me machucar.
- Por favor, não!! - eu gritei. Foi quando ela pegou sua faca e cortou as cordas que amarravam minhas mãos e pernas. Eu levantei devagar por causa da fome e cansaço e sorri.
- O-Obrigada! - eu disse, e a abracei.
- Precisamos ir!!
Assim que ela disse isso, me puxou e corremos dali, deixando a porta aberta. Quando vi onde estavámos, me surpreendi. Corríamos nos fundos do palácio, e eu nem imaginava como aquelas pessoas me levaram para aquele lugar. Estava tudo escuro e eu não enxergava absolutamente nada, só sentia a água rasa nas minhas pernas.
Viramos um corredor e chegamos em uma parte clara dali, finalmente. A luz era normal e era outro corredor que dava para mais três corredores... Paramos um pouco e tentei recuperar o fôlego. Olhei bem para a mulher.
- Você poderia revelar quem é? Minha salvadora! - ri.
Ela aos poucos tirou o capuz da cabeça e me olhou. A mulher tinha olhos claros e era bem branca. Seus cabelos eram lindos e ela aparentava ter mais ou menos a idade do meu pai.
- Venha! Você precisa ir! - ela disse desesperada e na mesma hora colocou o capuz. Pegou meu braço e corremos.

(...)

Eu estava montado em um dos cavalos na frente da tropa. Tinham muitos soldados ali e muita gente do palácio e da vila observando aquilo. Todos estavam desejando para que os soldados voltassem sã e salvos e eles abraçando suas famílias. A imperatriz não estava ali por estar resolvendo questões políticas. Eu parecia que era o único que não estava conversando com alguém ali. Apenas sentado esperando partirem.
Os cavalos estavam prontos, bagagens prontas, comidas prontas, tranqueiras prontas... Ou seja, estava tudo certo. Eu apenas pensava no que Anna tinha visto para estar naquele desespero.
Passaram-se algumas horas, e finalmente ouvimos aqueles recados dos mensageiros nos portões do palácio. Ele gritava que todos os soldados estavam de partida e falava mais um monte de coisa que ninguém entendia. Ben sentou no cavalo ào meu lado.
- É uma longa viagem... - ele disse, sorrindo e olhando para multidão.
- Para mim, três dias não é nada. - falei.
- Bagwell, me diz uma coisa. Por que você não gosta de mim?! Nunca fiz nada para você! - ele gritou, olhando para mim, que sorri.
- Você é muito simpático.
Ele me olhou sem entender e os cavalos começaram a andar, tropas a se mexer, e tudo a se movimentar. Estávamos partindo para uma guerra e eu nem me despedi de meu filho. Aonde ele estava?

(...)

Eu e a mulher estávamos na porta dos fundos do palácio, aquela que tinha a abertura para as vilas. Ela me olhou e tirou seu capuz.
- Seu pai deve estar em partida.
- Eu sei. Não quero me despedir dele. Sei que irá voltar...
- Se você acha... - ela disse e andou até a estrada de terra - Eu preciso ir!
- Obrigada! Poderia me dizer seu nome? Por que me resgatou? Sabe quem está por trás de tudo isso?
- Você faz muitas perguntas. - riu ela - Até, Kentt!
Como ela sabia meu nome? Eu ia perguntar isso, quando ela simplesmente saiu correndo para o meio da floresta. Eu achei melhor fechar aquele portão.
Puxei as grandes portas com muito esforço e as uni.
Me afastei e fui para a parte principal do palácio. Foi difícil aquele tempo que fiquei preso com cordas. Isso foi realmente muito ruim.

(...)

E ali estava eu sentada na cama do meu quarto pensando em Noah. Como pôde não acreditar em mim?!
Nós éramos inseparáveis e ele era um pedaço de mim, mesmo eu não estando apaixonada por ele. Noah era incrível e eu queria que ele me entendesse.
Tão difícil saber que a pessoa que você gosta não está se importando com o que você pensa, fala, ou faz.
Mas era Thomas que tinha falado para Noah em um tom irônico algo que não devia! Ele era o culpado!! Merecia ser punido por tamanha estupidez.
Não aguentava mais aquele homem e eu queria ele fosse castigado com a morte! Nem me conhecia e queria rir de mim? Eu nunca matei ninguém naquela era, sempre procurei a paz. Mas Thomas Klintt merecia a morte, e eu mesma iria fazer isso.

...

Nação Aglis - O 1° RascunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora