5 - Katie Bender

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Desci a caminho do riacho. Não demorou muito e encontrei Katie terminando de encher os baldes com a Água para levar para casa. Eu a cumprimentei e ela me retribuiu com um largo sorriso espontâneo. Ela estava particularmente maravilhosa naquela manhã. Estava quase como no meu sonho, com os cabelos soltos, caídos até a cintura, e um vestido bem fino e leve. Os olhos verdes refletiam a cor da água do riacho e ficavam ainda mais intensos. Mais uma vez eu poderia ficar estático, horas olhando para ela como se ela fosse uma miragem. Ofereci minha ajuda e ela assentiu com a cabeça e me agradeceu. Ela não parecia exatamente a moça da noite anterior. Estava mais livre, mais ousada, mais alegre.

Disse que precisava sim da minha ajuda, mas queria me mostrar uma coisa antes. Tive medo do que poderia ser, mas ao mesmo tempo, muitas expectativas. Mais uma vez me puxou pela mão, me levou até a margem do riacho e me deu sorriso malicioso. Não era muito largo nem muito fundo, mas tinha um poço de aguas límpidas que até davam para um mergulho e algumas braçadas. Katie começou a despir a pele branca de um corpo perfeitamente desenhado, sempre olhando para mim e sorrindo, enquanto eu ali, parado, sem reação, observava cada gesto da moça sem saber o que fazer.

A garota exibia pelo corpo algumas marcas e hematomas, além de uma pequena inscrição nos punhos. Perguntei o que era e ela desconversou e disse que vivia se esbarrando contra os móveis e tropeçando nas coisas. Não perguntei nada mais, afinal, nada daquilo maculava a perfeição dela. Só podia ser outro sonho. A garota completamente nua virou-se de costas para mim e lentamente entrou na água e me chamou:

- Você não vem? - me olhou com uma cara de incredulidade.

- Eu devo estar ficando louco - pensei comigo mesmo, mas imediatamente me despi e me joguei na água também. Ela se agarrou bem forte a mim e com os lábios molhados me garantiu um beijo quente como se tivesse planejado tudo aquilo. Tive medo de alguém nos ver ali. Eu era bem mais velho que ela e certamente os pais da moça não iriam gostar de presenciar tal cena. Eu queria ter forças para relutar, mas meu desejo ardia como nunca e me queimava a pele, embora a água estivesse gelada. Retribuí os beijos ferozmente apertando-a contra o meu corpo e passeando as mãos por seus quadris.

Eu distribuí mais beijos pelo corpo daquela mulher. Aquela garota era completamente diferente de todas as putas que eu já tinha encontrado na zona. Ela era sagaz. Sabia como virar a cabeça de um homem, como atingir cada ponto de prazer masculino. Era vadia, sabia me provocar e se fazer de santa e me lambia como se quisesse marcar território. Coloquei a boca em seus seios apalpando-os e dando pequenos beliscões enquanto ela gemia de prazer. Trepamos ali mesmo, sem luxo, regalias, sem privilégios.. Somente com um desejo que eu jamais sentira por alguém.

Fora da água ficamos lado a lado completamente despidos, molhados e exaustos. Me senti, pela primeira vez, livre de qualquer rótulo ou máscara que sempre me acostumei a carregar para garantir o respeito perante a sociedade. Eu era apenas homem, como um animal irracional, insujeitável a ordens e padrões sociais, guiado apenas por sua própria libido e necessidades fundamentais.

Passamos o restante da tarde completamente entregues um ao outro, como se não houvesse nenhum segredo ou passado entre nós dois. Fazíamos o que tínhamos vontade, dizíamos o que queríamos dizer, comíamos o que queríamos comer. Éramos espíritos livres criados para o sexo e selvageria. Aquela garota nunca foi mulher de ordem. Eu não fazia ideia de quem ela era, mas sabia que tinha experiência. Era arteira e rebolava como ninguém.

Eu estava definitivamente cansado, mas me sentia vivo como sempre, jovem como nunca. Os prazeres dessa vida são mesmo revigorantes e eu, mais do que nunca queria experimentar cada vez mais dessa experiência profana, mas precisávamos voltar à realidade. Nos lavamos, coloquei minhas vestes e ela seu vestido fajuto que, grudado no corpo molhado, ficava completamente transparente. Balançou os cabelos para que os fios se soltassem uns dos outros e seguiu em direção aos baldes d'água comigo logo atrás olhando desconcertado para seu caminhar, que mais parecia uma dança.

Eu ainda queria uma explicação para aquele momento, embora soubesse exatamente de cada detalhe do que havíamos feito, afinal, sou um homem bastante experiente. Olhei para ela sem jeito, escolhendo as palavras certas para iniciar uma conversa. Ela adivinhou meus pensamentos e respondeu com um riso:

- Você não entendeu nada né, tolinho? Dá para ler na sua cara. - desdenhou - Depois, nós mulheres é que somos faladeiras e complicadas.

Eu fiquei perturbado com a naturalidade com que ela falava mesmo depois de tudo aquilo.

- Não há mistério nenhum no que aconteceu entre nós, Dr. Julian. - Falou com seriedade - As coisas são o que são. O corpo foi feito para o desejo, como o desejo foi feito para carne.

- O q.. O que diremos quando... quando chegarmos em sua casa? - Perguntei inseguro.

- Não precisamos explicar nada do que não for perguntado, e tão pouco nos perguntarão sobre o que não viram.

- Mas e as roupas molhadas? Seu cabelo desengrenado? Eles vão perceber.. - Questionei sem tirar os olhos do bico dos seios dela, completamente visível sob o vestido ensopado.

- Eles vão perceber o que, meu caro senhor? Falando assim até parece que cometeu algum crime!! - Continuou com um sorriso inocente e com uma naturalidade como se nada tivesse acontecido - Sorte a minha que você chegou a tempo, meu super-herói. Eu sou sempre tão desastrada. Teria morrido afogada se você não tivesse me salvado. Mamãe sabe que eu nunca soube nadar.. Seria trágico se o senhor não tivesse chegado a tempo e me tirado da água. Serei eternamente grata.

A garota falou com tanta segurança que até eu já estava me convencendo de que, de fato, nada havia acontecido e eu realmente tinha sido seu herói.

Peguei os baldes dela e voltamos para a estância. Ela toda falante e sorridente e eu simplesmente concordando com o que ela dizia e rindo sem graça de suas brincadeiras. Eu ainda temia sobre o que viria acontecer quando chegássemos em casa.

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Queridíssimos leitores,

Esse capítulo foi um pouco diferente dos outros. Um tanto mais quente, eu diria. Procurei não exagerar para não perder as características da estória, mas é importante colocar para que venham a compreender a cabeça do nosso personagem Julian.

Deixem seus comentários a respeito.

Obrigada,

Bom dia!!

Katie BenderOnde histórias criam vida. Descubra agora