Depois da festa de ontem acordamos tarde e Mary acaba ficando para o almoço. Minha mãe e meu pai a adoram.
Depois do almoço e de ter mais conversas animadas sobre a festa e sobre Marcos, levo Mary em casa. A casa da Mary fica a duas quadras da minha e entre elas tem uma praça com varias arvores antigas para os moradores do bairro passearem em seus tempos livres. Me despeço dela rapidamente e tomo meu caminho de volta, estava com muita vontade de terminar de ler um livro que estou lendo já faz uma semana. Volto em direção à praça e caminho ate as arvores onde tem um cedro que fica mais escondida ao fundo do parque.
As pessoas sempre evitam esse lugar, acho que é por que essa área vira de terra seca e com folhas por todos os lados. Sorrio comigo mesma, eles não sabem o que estão perdendo. Tenho sorte o lugar fica inteiro pra mim - ou melhor, a arvore toda -. Sento entre suas enormes raízes para ler e aproveitar um pouco o clima. Aqui é sempre muito quieto, então é ótimo para fazer as duas coisas. Começo a leitura. Uns vinte minutos se passam desde a hora em que cheguei e ouço um barulho entre as raízes, mas não me preocupo, deve ser um esquilo. Leio mais um pouco, mas o barulho volta a se repetir outras duas vezes, então descido me levantar e ver o que é, já esta começando a me irritar, estou na minha parte favorita do livro em que os protagonistas estão se abraçando carinhosamente e toda essa coisa melosa. Coloco o marcador no lugar certo e deixo o livro sobre minha bolsa. Dou a volta entre as raízes da arvore, elas se repartem em algumas partes, passo pela primeira e nada na segunda também não, mas quando chego à terceira descubro um garoto de cabelos castanhos meio compridos sentado comendo uma Rufles ruidosamente, pigarreio, mas ele parece não me ouvir, esta distraído olhando o celular então repito o gesto, só que mais alto. Dessa vez ele me escuta e levanta os olhos para ver quem o esta chamando.
Quando nossos olhos se encontram, vejo olhos verdes profundos, sinto um arrepio na espinha mas controlo minha expressão.
-Com licença, mas você poderia fazer um pouco menos de barulho? – falo de maneira educada não demonstrando como estou irritada por ele estar mastigando aquela maldita batata daquele jeito ruidoso horrível.
-Como?- ele pergunta com ar angelical
-E que estou lendo ali atrás - aponto para o lugar onde estava sentada – e você esta fazendo uma bagunça com minha concentração comendo essa rufles assim – tento imitar o ruído, e ele ri. Me cinto corar, Meu Deus como sou idiota.
-Tudo bem, é que pensei que ninguém vinha aqui.
Como assim? Eu sempre venho aqui, bom, menos ontem que foi o meu aniversario, mas acho que isso não conta, todos sabem que sempre venho pra cá quando tenho chance, mas pera ai não me lembro de tê-lo visto no bairro, aqui todo mundo conhece todo mundo. Talvez ele seja novo, mas não importa, só quero voltar pro meu livro.
-bom, eu venho. – afirmo.
-tudo bem, vou tentar não fazer tanto barulho - diz ele.
-tudo bem, obrigado - lhe dou um sorriso educado e saio de volta para meu lugar.
Tento voltar minha atenção para meu livro mas não consigo agora que sei que tem mais alguém aqui na minha arvore, e que esse alguém continua fazendo barulho com a maldita batata frita. Solto um ruído de raiva e me levando ouvindo uma risada baixa, então ele fez de propósito, O que me deixou ainda mais irritada. Decido sair daqui antes que faça alguma besteira.
Coloco meu livro de volta na bolsa sabendo que lerei o capitulo tudo de novo por que não consegui desfrutar da minha cena favorita e vou embora.
Passo por ele, mas não ouso olha-lo de fato, mas pela visão periférica o vejo dando um tchauzinho, o que me deixa mais furiosa, e parece que ele percebe porque alarga mais ainda o sorriso e gargalha, ando ainda mais rápido, para não correr o risco de eu voltar atrás e estapeia-lo.
Idiota.
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Estrela Perdida
FantasíaDepois de ganhar um colar místico de sua mãe, Celeste vê a sua vida virar de cabeça para baixo quando passa a ter sonhos com um garoto misterioso e ver seus olhos verdes em todos os lugares. Celeste pensa que esta imaginando tudo quando o dono desse...