I Found You

~ 13 ~

#Mensagem:

Temos de estar no Pablo's as 9. Se ainda quiseres ir comigo fica pronta em 10 minutos. Riley.

Sábado, 08: 30 pm.

Eu não tinha muitas escolhas, estava a precisar de dinheiro e não podia fugir do Riley, e pelo que parece ele também não. O estranho foi ter recebido uma mensagem dele, ele nunca manda mensagens. Não sabia como o meu corpo e a minha mente iam reagir assim que eu visse o Riley, não tinha me preparado mentalmente, nem pensado nisso. A minha cabeça anda numa confusão que só um circo entende. Primeiro vem a Gisele e o Junior, o facto de ter de falar com o Diego meu irmão e tentar entrar em contacto com o George tem me deixado paranóica, sem falar da volta do Axwell e da estrela que ganhei de presente. E vem o Riley como complemento.

Em menos de 10 minutos ele vai entrar por essa porta e eu ainda nem banho tomei. O cheiro de hospital me dá náuseas.

Fiz o meu tempo recorde a esfregar o corpo e me vestir. Mesmo que eu quisesse ir de calções para o Pablo's por causa do calor, não podia. Calções servem de ímanes para predadores. E ser seguida a noite toda não é opção. Para facilitar escolhi calças pretas com buracos nos joelhos e o tope preto que deixava a minha barriga a mostra. Uma das vantagens de ser magra.

Transformei a estrela num colar. Ela não é muito grande e um óptimo acessório, assim não corro risco de perdê - la.

Hoje em dia eu odeio o silêncio, ele me faz ouvir os meus pensamentos barulhentos. Faz com que eu perca a noção do agora e viaje no ontem. O ontem pode ser o dia anterior ou 10 anos atrás. Penso nas pessoas que já perdi e que corro risco de perder. Acho que a felicidade e a paz nunca foram para mim, a vida não gosta de mim, Jesus não gosta de mim. Quem quer que comanda esse mundo não gosta de mim. Perdi os meus pais. Perdi o amor da minha vida. Perdi a estabilidade. Perdi a razão de tentar ser feliz. Sempre acreditei que tudo acontece por uma razão e nada vem do acaso, mas não encontro a razão da minha existência e não sei se esse sofrimento todo é um acaso. Os meus pais morreram por uma razão estúpida, o Andreo por minha culpa. Mas à ele só tenho que agradecer, ele me proporcionou os momentos mais marcantes da minha vida, simples mas inesquecíveis. Deixei de ter pesadelos quando passei a dormir com ele, agora são raras as vezes que tenho pesadelos, uma parte de mim acredita que ele dorme comigo a noite e me protege desses pesadelos, como sempre fez. Com ele enfrentei os meus medos e me tornei mais forte.

Ouvi a porta da frente ser aberta, em passos lentos passei pelo corredor até à sala. Os meus passos foram marcados pelas minhas sandálias fazendo o chão chiar. Ele estava sentado a remexer no telemóvel, o cabelo estava puxado para trás e brilhava, negro como alcatrão. Usava uma regata preta, marcava o seu abdómen e deixava os braços firmes livres. As calças jeans pretas desgastadas abraçaram as suas pernas com perfeição. Ele olhou para mim. Sério, forte e firme. A boca numa linha fina com o queixo brilhante. Se eu pudesse sentava no colo dele e arrastava os meus lábios pelo queixo dele até a boca. Puxava o cabelo dele para trás e beijava o seu pescoço. Puxava a regata para cima e deixava o peito livre, percorria o peito dele com beijos até chegar a virilha e sentir ele ofegante por baixo de mim.

- Oi

A voz dele saiu rouca e calorosa, me deu uma vontade de ouvir outras palavras com aquela voz e alucinar

- Hum... Oi

A minha voz saiu fina e raspava na minha garganta. Eu estava com muito calor e com sede.

- Não vais te vestir ?

- Estou vestida

- Vais assim ?