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" Estou consciente disso "

"É difícil acreditar no que dizes Ana. É a tua vida que voltou ao jogo. Estas entre a faca e a parede"

"Não vai ser a primeira vez"

"O Ncristian trabalha sozinho. Não vai te deixar em paz até conseguir o quer. Por favor Driana eu sei do que és capaz, mas não faz nada estúpido"

"Não vou"

"Vou tentar te ajudar de longe. Lembra - te que não estás sozinha. Aguenta - te por uns tempos já estou a resolver o teu problema... por enquanto mantém - te calma"

"Tem como ?"

"Não... O George já alertou a polícia daí. Tens um pessoal a paisana"

"Quando é que vou poder falar com ele?"

"Dois dias no máximo. Porquê?"

"O Ncristian é o pai do Junior. Ex namorado da Gisele. Há uma semana atrás ele veio atrás do menino e foi assim que me encontrou. Como a Gise não quis entregar o Junior ele a espancou"

"A tua vizinha?"

" Sim "

"Diz para ela não ir atrás do Junior. Vou fazer umas ligações e colocar ele sobe a proteção da polícia"

"Os pais dela não sabem"

"Diz que ela tem até amanhã as 4h da tarde para contar tudo a eles. A essa altura dois polícias vão estar à bater na porta dos pais dela e assim vai ser pior"

"Não tem como proteger ele sem os pais dela saberem?"

"Ana já não estamos a falar de ameaças. O Ncristian cumpre com a sua palavra. Eu preciso conversar com alguém que acompanhe todos horários do Junior. A sua rotina e ciclo de amigos. Tolerância 0 a erros"

"Entendi"

"Tem cuidado Aninha. Por favor"

" Te amo Diego "

"Eu também maninha. Vens para o aniversário da Lúcia?"

"Não tem como faltar"

"Óptimo. Nos vemos lá então"

Ninguém faz a mínima ideia do vazio que sente até ao momento que a pessoa mergulha de cabeça e percebe que ele nunca chega ao fim.

A noite engoli estrelas na esperança dela passar mais rápido, o dia amanhecer e eu encontrar ele sentado no seu lugar habitual na mesa da cozinha, com uma chávena de café a ler o jornal com as notícias do dia. Mas a única coisa que eu encontrei foi a torneira enferrujada a pingar água no lava loiças. Com a janela fechada e fazer aquele espaço virar um forno.

A porta do quarto dele estava entreaberta mas vazio. A cama desarrumada do jeito que ele sempre deixa, mas com o cheiro do quarto a gritar Riley. Duas garrafas de whisky estavam partidas ao lado da janela aberta.

A casa estava tão silenciosa que conseguia ouvir os meus próprios batimentos e os ruídos da minha mente que diziam que eu devia ir atrás dele e pedir desculpas. Era o meu lado racional a falar, como nunca dei tantos ouvidos a ele saí de casa e subi as escadas até ao apartamento da Gisele, para soltar as boas novas do dia.

Já conseguia ouvir o barulho irritante da música que ela estava a ouvir e não estava com  paciência para esclarecimentos.

- Desliga essa porcaria Gise !

Disse ao entrar directo para o apartamento e me jogar de barriga para baixo no sofá

- Acabaste de chamar a Queen B. de porcaria ?

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