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- Driana

- Olá Fiennes

- É sempre bom ver - te outra vez

A praia estava em um estado caótico. O número de pessoas tende aumentar, como se não bastasse estava sozinha. O Riley tem uma habilidade impressionante de desaparecer, basta me distrair por 2 segundos que ele evapora. Se eu estava entusiasmada para voltar às corridas ? Lógico que não. Como sempre, tenho o meu coração na mão. A estrada estava a ser arrumada; o grupo de corredores já estava seleccionado. Em menos de uma hora estaríamos de volta a estrada.

- DRIANA !!

Vi o braço magro da Gisele balançar atrás de mim. Andei até ela é agradeci por estar a usar ténis e não sentir a areia quente directamente nos meus pés. Mas talvés usar a saia não foi uma boa ideia. Estava a pôr em consideração tirar a blusa e ficar apenas de sutiã. Mas o número de homens na praia era assustador, e não queria acabar estuprada nesses W/C's porcos.

- O que estás a fazer aqui ?

Gritei por cima da música ao lado do ouvido dela. Ao contrário de mim ela não se importava com as outras pessoas e estava de calções e um tope de banho. Os cabelos castanhos estavam soltos e batiam na cara dela por causa do vento. Uma palinha estava dentro da boca dela levando um líquido vermelho até o seu interior

- Eu nunca perco uma corrida. E quando são vocês, faço de tudo para estar na linha da frente

- Não estou com uma boa impressão

- Eeeh não começa Dri. Afasta esse pensamento negativo

- É sério. Talvés não devêssemos correr

- Tu só estas com medo. Vai correr tudo bem. Não confias nele ?

- Não confio em mim

- Quem tem medo de errar, já errou ali mesmo

Não era medo de errar. Na verdade era medo sim. Medo de dar as coordenadas erradas, direcções erradas, ver o que não existe. Essas corridas obrigam - nos a pôr todo o nosso ser em prova. Obrigam - nos afastar todos os medos que nos amedrontam, obrigam - nos a prever o que está por vir, obrigam - nos pensar em direcções alternativas. Apesar de tudo obrigam - nos a manter o foco é ignorar o resto do mundo e prestar atenção naquele pedaço de asfalto. E eu tenho medo. Medo de acabar por fazer uma merda, como todas as vezes que sou posta em causa. Da última vez alguém morreu. Ele morreu. Não devemos ser dependentes da razão humana, ela é capaz de justificar qualquer mal.

- Tudo bem ?

Ouvi a voz baixa do Riley logo atrás de mim, ele não me tocava, mas as suas vibrações me cariciavam. Todos os meus sentido ficavam em alerta. Ele transformava o meu corpo numa sirene

Respondi com a cabeça, preocupada demais com o que estava por vir

-O espírito tá pronto, mas a carne é fraca. Certo Dri ?

Gisele tinha acabado de dizer, roubando as nossas atenções. O espírito estava mesmo pronto ?

- Se estiveres pronta não terás com o que te preocupar

Riley disse. Dessa vez com os seus olhos nos meus. Não o consegui encarar por muito tempo. Eu sabia se demorasse eu viria os olhos verdes do Andreo nos castanhos dele. E isso seria perturbador, e como sempre ele iria invadir a minha alma e levar a minha vida com ele. Porque ele sempre fez isso, ele sempre me roubou de mim.

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