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16:00 vi o Hammer preto parar na parte de trás do restaurante. Pude sair mais cedo pelas horas extras que fiz no fim de semana. Deixei a Juliana que prometeu que chegaria a tempo de ver a última rota e ia a comemoração comigo.

Sentei - me nos bancos traseiros e Comprimentei os dois rapazes

- Oferta do Fernandes

Disse a entregar os sanduíches de frango ao Riley e o Francês.

- Tens certeza que ele só quer ser teu amigo ?

- Ainda não demonstrou o contrário

- Na minha opinião ele está a ganhar terreno princesa

Dessa vez foi a voz do Francês.

- Hoje corres ?

- Nunca mais na vida... mas só espero que essa corrida valha a pena.

- Então entregaste o carro na pessoa errada

Foi o Riley a responder com um sorriso travesso nos lábios. Ele nunca sorri, e quando o faz é de pôr todos os teus cabelos em pé e sentir o sorriso dele acariciar a tua pele.

Pelo que o Riley me disse, o Francês deixou de correr a dois anos atrás porque  partiu a perna esquerda num acidente. Havia cortes profundos por todo corpo, entrou em coma por 4 meses e só conseguiu se recuperar completamente o ano passado. Desde então jurou não voltar a correr e pôr a sua vida em risco outra vez. Ele e o Riley eram uma dupla implacável pelo que ouvi de outras pessoas. Inclusive foi numa dessas corridas onde ele ganhou o Hammer. Uma posta. Tudo gira em torno de apostas.

A estrada 49 fica numa das praias menos famosas de Brighton Village, por ter águas frias era pouco solicitada. Mas o local perfeito para as corridas ilícitas, nelas perde- se e ganha - se tudo.

A primeira vez que vi de perto estás corridas senti a adrenalina correr pelas minhas veias sem mesmo estar por cima das motos.

Na altura eu obriguei o Riley a dizer - me o que ele fazia quando não estava em casa, sei que não devia me meter na vida dele mas quando se vive com alguém é necessário saber o que ele faz todos os dias das 8 da manhã até as 8 do dia seguinte, só para termos a certeza que ele não é nenhum serial Killer , essa era a única hora que nos víamos. Fazia dois meses que estava naquele apartamento.

- Precisas de alguma coisa ?

Perguntou sem tirar os olhos da TV com uma taça de cereais entre as mãos.

- Hoje vou contigo

- Desculpa ?

Agora já tinha a atenção virada para mim e me senti pequena

- Vou acompanhar a tua rotina de perto

- O que te faz acreditar que vou deixar ?

A tom de indiferença estava mais frio e a minha pele se arrepiou.  Começava a mudar de ideias

- É importante conhecer a rotina da pessoa com quem vivemos

- É indiferente para mim... eu não sei o que tu fazes quando eu não estou aqui, e não queimo os neurónios para descobrir

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