ÓSCULO

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Aquelas lágrimas de bebê chorão saem no escuro - Cry Baby.

Dito e feito.

Assim que a porta da frente bateu, Louis correu pro quarto. Procurou o celular, olhando para a tela. Sabia que Harry ia ligar. Ele sabia.

Desde que Louis e Harry fizeram aquilo no sábado passado, assim que William ia embora, dava as costas ou piscava, Harry estava lá, em cima dele . E agora não seria diferente.

E Louis nem se sentia mau. Não estava nem ai. Ele só queria mostrar que era melhor — e ele era.

Em vez de uma ligação, veio uma mensagem.

Tô indo ai.

E Harry nem assinou.

Louis resolveu escovar os dentes e novo. E lavar o rosto.

Tudo o que pensava era em como odiava William. Babaca.

Queria fazer qualquer coisa contra ele. Qualquer coisa.

Olhou para o quarto e juntou as roupas sujas. Teria que lava-las separadas para que a mãe não sentisse o cheiro de maconha e vomito. Louis nunca tinha fumado e nem queria saber como era. Ficar chapado só com álcool já estava de bom tamanho pra ele. Gostava da sensação.

E então ele esperou mais um pouco.

Antes, ele sempre pensava se Harry viria de carro, onde iria estaciona-lo, se iria deixar alguma marca de que passou por ali... Agora, tudo o que ele queria era que chegasse logo.

E a campainha tocou.

Harry estava lá, sorrindo com as mãos nos bolsos. Estava com frio.

"Eu sei que William não está", foi o que ele disse.

"Eu sei que você sabe", Louis abriu mais a porta. A garganta de repente ficou seca. "Sinta-se a vontade"

Harry entrou na casa, dando dois passos para dentro do hall. As casas de Balby tinha os mesmos formatos. Hall, escada, do lado direito a porta da cozinha, e no esquerdo a sala, com um corredorzinho para os fundos, e em algumas, um banheiro em baixo da escada.

"Como se sente?", Harry perguntou, ainda de costas a Louis, de frente para a escada.

"Bem", Louis fechou a porta. Isso era mentira, mas não importava.

E agora?

Harry sempre o arrastava para o quarto. Louis teria que o arrastar justo agora?

"Deveríamos subir", foi o que Louis disse.

E então ele passou por Harry e subiu os degraus, sentindo o outro o acompanhando. Louis dormiu na cama dele há poucas horas, viu o rosto dele contra o seu, viu o modo como ele ficou preocupado... Nem pareciam mais aquelas pessoas que ficaram mudos na cozinha de Harry... pareciam agora aqueles dois adolescentes que estavam traindo alguém. Um irmão e um namorado. Agora pareciam só isso.

Eles chegaram no quarto e Louis não sabia onde ficar. Esperaria Harry chegar e então o beijaria? Esperaria que Harry o beijasse primeiro? Não era pra isso que ele veio até aqui?

"Como você tá?", Harry perguntou quando entrou no quarto. Não olhava para Louis, estudava o quarto, como fazia toda vez que subia ali. Talvez estivesse procurando um livro que química com questões não resolvidas, sei lá.

"Bem melhor, embora faça poucas horas, né.", sua voz saiu mais sarcástica do que gostaria.

Harry não respondeu. E era a hora de agir.

REFLECT | l.s » twin!louisOnde histórias criam vida. Descubra agora