CAINDO

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Você me faz querer gritar até acabar com meus pulmões. Isso dói, mas não vou te impedir – Afraid. 

Louis estava parado em frente a porta, o sangue quente e a cabeça rodando.

Tinha que tirar satisfações, mesmo com tudo. Tinha que encarar aqueles olhos verdes, de qualquer jeito. Porque nada importava agora se tudo – agora sim, absolutamente tudo – havia sido uma farsa.

Isso aqui – Southampton e a nova vida de Louis – era uma farsa. Uma tremenda farsa.

E era isso que dava ódio. Não foi Louis que conquistou tudo isso, foi ele. Louis só foi um fantoche. Com uma pessoa criando uma vida, que na verdade, nem estava no plano.

Estava com ódio.

Ele bateu na porta, com vários socos. Quase chutou.

Um som abafado saiu de dentro do quarto, e Louis deu mais uns socos na madeira. Um cara, da porta vizinha, saiu para ver o que era, depois fechou a porta. Louis estava quase caindo no chão, quase chorando (choraria se não estivesse com ódio).

Mas, quando ele abriu a porta, algo se soltou. Lá estava ele, novamente, apagando o resto de tudo. Louis não podia mais se sentir assim. Não queria ter que viver uma vida que foi baseada na farsa, desde sempre. Na farsa com William.... na farsa com a universidade.

Louis tinha que ir embora de Southampton.

24 HORAS ANTES

"Vai me contar o que foi aquilo?"

Louis deixou a mochila sobre o chão e se jogou na cama, olhando para o teto. Estava cansado demais, de tudo. Não foi um bom primeiro dia – não. Porque, aff, o que foi aquilo?

"O que que ele estava fazendo aqui?", a voz de Louis saiu em um suspiro.

Zayn se levantou e foi até a escrivaninha, empilhando livros grossos.

"Me responde primeiro", ele disse, se controlando para não começar a falar pelos cotovelos. "Não sabia que você saía distribuindo socos."

Louis bufou, trincando os dentes. O que ele responderia, hein?

"Ele te disse alguma coisa?", Louis se sustentou nos cotovelos, de olhos fechados. Era difícil pensar em alguma coisa para explicar, ainda mais sobre ele. A única preocupação era sobre alguém ter aberto a boca.

"Nada", Zayn foi até a cama, olhando de cima para Louis. "Não disse nada. E ia dizer o que? Mandei ele esperar aqui dentro, aí quando eu volto você dá um tapa na cara dele."

Louis se jogou na cama outra vez, as mãos sobre a barriga. A cabeça começava a doer, como se alguém estivesse martelando. Havia tanta coisa para pensar, tanta coisa para tentar colocar em ordem... Tudo tão difícil.

Ele andou por tempo demais no campus de Inglês. Havia voltado para lá – único lugar que sabia ir a pé – com a mão ardendo, e a cabeça fumegando. Louis havia levado um susto com tudo isso, com Harry bem ali na frente. Na verdade, Jesus, ele ficou sem chão. Sério.

Olhar para ele depois de... depois de tudo, fez com que os acontecimentos viessem outra vez. E, nossa, foi como um soco – em Harry também, literalmente.

"Então?", Zayn cutucou sua perna com a ponta do tênis. "Não vai me dizer nada? Você sabia que ele era da...", ele fez uma pausa. Dava quase para ouvir os pensamentos dele ligando os fatos. "Louis, que merda, ele namorava o William. Filho da puta", disse e começou a rir. Louis abriu os olhos. "Claro que sim. Era por isso que aquele merdinha continuava implicando comigo..."

REFLECT | l.s » twin!louisOnde histórias criam vida. Descubra agora