INTERMISSION4

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Louis está dormindo na minha cama de barriga para cima.

Eu estou com medo de ele não acordar. E se ele tivesse entrado em coma alcoólico?

Minha cabeça ainda roda sobre as coisas que ele me disse. Sobre como ele estava mal ontem à noite, e como meu personagem de Harry Styles me faz querer vomitar.

É pra isso que eu sirvo, pra você foder. Então, me foda, vai. Vamos.

Mas não é isso. Nunca foi.

Talvez eu tenha sustentado isso por tempo demais. Eu tive chances de repetir – de ser o Harry Styles – mas nunca consigo. Não é assim que quero Louis.

Porque ele é tão especial. Tudo.

Louis respira fundo e eu chego mais perto. Suas pálpebras tremem e de repente se abrem. Ele olha para cima por um momento; os lábios separados, e piscando. E, muito rápido, ele se vira para mim, me encarando. Eu gosto da cor de seus olhos. Gosto de olhar para eles.

Mas ele rola e cai. Será que ele não gosta dos meus olhos?

"Ai, não, não, não", Louis grunhi do chão.

"Você tá...", eu digo, mas ele faz uma careta ao ouvir minha voz.

"Tá, entendi", ele diz.

Hã? O que ele entendeu?

"Eu dormi por quantas horas?"

Eu sento na cama e ele continua no chão. Não pensei que ele acordaria assim.

"Muito tempo. Já é meio-dia."

Ele pula e se coloca de pé. Louis ainda parece muito tonto – ele parece tonto desde ontem.

"Fica tranquilo, é só um dia de aula", eu tento tranquiliza-lo.

"Meu Deus, é melhor você calar a boca", ele diz, se agarrando a tudo que encontra pela frente para se manter de pé. O que é meio engraçado. "A saída. Cadê a merda da porta?"

"É melhor você se sentar", eu falo. Ele não me obedece. "Senta, você vai cair."

Ele me ignora e agarra em minhas coisas para se manter de pé. Louis parece uma criança aprendendo a andar, e eu só observo enquanto ele tenta fugir. Estar comigo é tão ruim assim?

Desde aquela noite no quarto de William, eu tento fazer de conta que eu sou Harry Styles, mas é muito difícil. Desmorono todos os dias um pouco mais.

"Você vai cair", eu repito.

Louis não me escuta – e ele nem deveria, nunca, de alguma forma, se eu fosse pensar em tudo o que eu fiz.

"Eu tô falando sério."

E então ele cai como uma criança no chão, mas eu já estou lá. Minha preocupação com ele aumenta um pouco.

"Eu disse, porra."

Eu o levo para a cama e ele parece mole demais, não se aguentando em pé. Meus braços continuam ao seu redor enquanto eu estudo seu rosto. Ele precisa de um banho, mas eu não me importo.

"Eu não posso", ele murmura, e então se sacode e aperta meus braços. "Tira, tira... Trabalho de química, eu tenho que entregar. Pelo amor de Deus, me deixa..."

"Eu levo para você", é o que eu consigo dizer. Ele mantém seus braços longe de mim.

"Não, você não pode."

Eu o deixo na cama, e ele parece não querer levantar mais.

"O banheiro é ali se você quiser vomitar", eu digo, mas acho que ele não me escuta. "É melhor você dormir, eu volto daqui a pouco."

REFLECT | l.s » twin!louisOnde histórias criam vida. Descubra agora