Capítulo 5: A Feira

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Eu fecho meus olhos quando toco o corte em minha bochecha causado pelo anel do Kenny. Lentamente, eu o esfrego limpando com uma toalha molhada até o sangue ir embora. Nunca vou saber por que o Kenny e seus amigos fazem isso comigo. Será que eles não tinham razão ou apenas estavam descontando sua raiva em mim? Suspiro e me inclino sobre a pia quando dou uns passos para trás.

"August!" Minha mãe grita do outro lado da porta.

"Sim?" Pergunto gritando de volta.

"Seu pai está no telefone!" Ela responde, e um sorriso surge em meu rosto. Saio do banheiro indo para a sala de estar.

"Aqui está ela." Ela disse para meu pai no telefone antes de ir embora com os olhos marejados.

"Oi pai." Disse ao telefone o apertando contra meu ouvido.

"Oi querida, como é que minha adorável filha está?" Ele pergunta.

"Bem, como você está?"

"Tudo bem. E a escola?"

"Oh, normal, como sempre." Respondo e mordo meu lábio.

"Bom." Ele responde e eu suspiro baixinho em alívio. "Algum rapaz bonito entro em seu caminho?"

"Não." Respondo e suspiro. "Eles nunca falam comigo."

"Claro que eles falam."

"Pai, não. Todas as outras meninas da minha turma e da minha escola são bonitas e eu sou apenas..." Eu paro e deixo uma lágrima escapar do meu olho.

"August, escute, você é muito bonita, tem uma personalidade agradável e eu estou orgulhoso de te chamar de filha. Uma dia, haverá alguém que vai ser o namorado que você merece. Você apenas tem que esperar ele chegar." Ele responde.

"Obrigada, pai." Digo e sorrio, embora ele não possa ver.

"Isso é o que um pai tem que fazer." Meu pai diz e ri.

"Pai?"

"Sim August?"

"Posso te perguntar uma coisa?"

"Claro, querida, o que é?"

Eu respiro fundo e fecho meus olhos. "Por que você e a mamãe se separaram?" Pergunto e sinto as lágrimas em meus olhos marejados.

"Oh querida." Meu pai suspira. "Sua mãe e eu não fomos feitos um apara o outro." Ele responde.

"Por que não? Vocês se casaram e ainda me fizeram." Disse e as lágrimas começar a escorrer dos meus olhos. "É por minha causa?"

"August, não chore." Ele sussurra e ouço a voz dele também trava. "Não, claro que não! Prometa que você nunca vai se culpar por isso! A culpa é nossa, não sua. A vida é injusta e é algo que você ainda vai descobrir."

"Eu apenas n-não entendo." Eu resmungo.

"Você vai em breve, August. Mas eu tenho que ir agora. Vou ligar novamente, o mais rápido possível, ok?"

"Ok."

"Eu te amo August, lembre-se disso." Ele sussurra.

"Eu também te amo pai."

"Tchau August."

"Tchau, tchau." Digo antes de ouvir o bip to telefone, sinalizando que meu pai desligou o telefone. Eu escorrego pela parede e abraço meus joelhos. As lágrimas escorrem e permaneço na mesma posição quando minha mãe passa por mim, nem mesmo percebendo que eu estava chorando, e disse que era hora de jantar.

Let Me In |h.s| traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora