Capítulo 27: "Você não é quem estava destinado a ser."

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"August. Acorde, August." Ouço uma voz masculina dizer baixinho. Lentamente, abro meus olhos para ver que ainda estávamos na estrada. Viro minha cabeça para a esquerda para ser atendida pelos olhos azuis do meu pai. Eu imediatamente olho para frente, vendo a estrada que passávamos. De repente, uma mão surge em minha coxa e eu afasto minha perna o mais rápido que eu podia. Quero olhar para meu pai e mostrar a raiva que eu sentia, mas eu não podia. A tristeza em seus olhos era de mais para mim. Embora eu quisesse odia-lo, eu não poderia, afinal de contas ele continua sendo meu pai.

"Nós estamos quase chegando." Meu pai diz sem emoção na voz, nem em seu rosto. Eu não sinto pena dele. Meus sentimentos por ele estavam todos fudidos. Balanço minha cabeça lentamente e olho para meu colo. Minhas mãos estavam em minhas pernas, os meu polegares giravam em torno uns dos outros.

"Ela vai estar lá também?" Pergunto em voz baixa, ainda sem olhar para cima.

"Quem você quer dizer?" Pergunta meu pai e sinto o carro parar. Escuto um barulho e vejo que meu pai saiu do carro. Levanto minha cabeça e vejo uma enorme casa em minha frente.

"Uau." Digo baixo antes de a porta se abrir ao meu lado. Rapidamente solto o cinto e saio do carro.

"Obrigada." Murmuro, sem fazer qualquer contato com os olhos e rapidamente caminho até a porta da frente. Meu pai fecha a porta do carro e me segue com sua cabeça abaixada e com suas sobrancelhas franzidas. Olho ao meu redor, pensando na oportunidade que tinha para escapar. Mas por alguma razão, eu estava pregada no chão. Talvez fosse porque eu sabia que se eu fugisse, eu não teria para onde ir, já que não tinha mais nenhum dinheiro. Aperto a alça da minha bolsa em volta de mim quando meu pai passa por mim. Ele coloca a chave na fechadura e empurra a porta a abrindo. Indo para o lado, ele acena para mim, sinalizando que eu podia entrar. Com meus olhos fixos no chão, lentamente entro, sentindo o perfume que costumava ter em nossa casa.

"Marc é você?" Ouço uma voz feminina e eu paro de andar.

"Estou aqui!" Meu pai chama atrás de mim e não logo depois, uma mulher aparece no batente da porta da cozinha. Seu cabelo vermelho cai como uma cascata em seu rosto e voa pelas suas costas, seus olhos azuis encontram os meus e um sorriso se espalha pelo seu rosto.

"É ela?" Ela pergunta e seu sorriso cresce ainda mais quando meu pai concorda. Ela caminha em minha direção e me estende a mão.

"Eu finalmente estou te conhecendo, August!" Ela diz antes de eu estender minha mão e apertar a sua. Apenas sendo educada e não estando feliz, eu sorrio para ela.

"Seu pai disse muitas coisas sobre você!" Ela diz antes de, de repente, me envolver em seus braços, se pressionando contra mim. "Ah, por falar nisso, sou Maria." Ela se apresenta. Sem ser rude, eu coloco meus braços lentamente em volta de seu corpo, mas ela se afasta antes que eu pudesse.

"É ela?" Pergunto ao meu pai sem rodeios e me viro para encara-lo.

"O que você quer dizer?" Ele pede e estreita seus olhos.

"A mulher com que você traiu a mamãe."

"Pare com isso August!" Papai grita de repente e eu pressiono meus lábios firmemente uns contra os outros vendo raiva no rosto do meu pai.

"Marc? O que é isso?" Maria pergunta dando um passo para mais perto de nós e estreitando os olhos olhando para meu pai.

"Maria, eu vou te explicar tudo mais tarde-" Meu pai começa e esfrega a mão em sua nuca, se sentindo claramente desconfortável com o que eu havia dito.

"Não, eu quero uma explicação agora!" Maria grita de repente e eu não pude evitar em lembrar do dia em que eu sai do hospital e Harry gritou comigo quando disse meu pai tinha matado minha mãe.

Let Me In |h.s| traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora