Harry P.O.V.
Eu levanto lentamente o corpo sem vida da menina em meus braços, olho em volta rapidamente, querendo encontrar um lugar onde poderia esconder seu corpo. Vejo gotas de seu líquido vermelho caindo no chão e levo meus dedos até seu pescoço. Gotas escorrem pelo meu dedo indicador e, quando param, eu o lambo, permitindo o sabor doce em minha boca.
Volta para a realidade quando ouço um som de carro e rapidamente corro para o beco. Em frustração, olho em volta e vejo um enorme saco de lixo. Um sorriso cresce em meu rosto e caminho até o saco antes de eu ver uma lata de lixo que se encontra ao lado. Sinto o sorriso crescer e eu coloco o corpo da menina no chão. Eu agarro o saco de lixo antes de voltar para seu corpo. Eu começo a enrola-la em uma forma de bola da melhor maneira possível, ouço seus ossos quebrando quando faço isso. Mordendo os lábio, eu pego a lata de lixo e, embora fosse difícil, eu consigo levar ela até lá. Abro a tampa. Suspirando, eu jogo o corpo sem vida da menina na lixeira e olho para a esquerda e direita, verificando se alguém estava por perto para ter visto, mas felizmente, não havia ninguém.
Eu coloco o capuz sobre minha cabeça e coloco meus cachos dentro dele. Quando coloco minha mãos nos bolsos, começo a caminhar pelas ruas escuras, com a cabeça virada para o chão. As vezes eu olho para cima para ver se estou perto do edifício e da rua familiar, já que havia ido para a cidade longe de Holmes Chapel. Levanto meu braço, olho para o relógio e vejo que ja eram quase sete da manhã, vendo que eu tinha ficado muito tempo fora de casa. Meus olhos se arregalam quando percebo isso e na velocidade de vampiro, eu corro de volta para Holmes Chapel, querendo chegar antes de o sol nascer, porque eu iria estar mostro se isso acontecesse antes de eu chegar em casa.
Só quando chego no parque que ficava em meio aos prédios familiares, sinto a pele em meu braço ser rasgada e uma enorme dor passa por mim quando me sinto queimar. Olho por cima do ombro, meus olhos se arregalam quando vejo que o sol estava nascendo e forço meus pés irem mais rápidos no chão, sentindo minha pele rasgada. Eu empurro a porta, subo a escada e vou pelo corredor, suspirando por não estar perto de uma janela. Eu paro de correr, sinto a ferida queimando e abro a porta da frente querendo nada mais do que parar a dor. Lá dentro, corro em direção a pia e coloco meu braço sob a água fria. Mordo a parte interna da minha bochecha com o contato da água, mas logo a água fria acalma a dor.
Depois de alguns minutos, eu fecho a torneira e minha ferida se cura. Eu sorrio, pensando em como tinha sorte em chegar aqui a tempo. Seco meu braço antes de perceber que minha boca e queixo estavam sujos, rapidamente os lavo com água fria e os seco. De repente, percebo que meu apartamento estava totalmente tranquilo e levanto uma sobrancelha quando coloco a toalha no balcão da cozinha.
"August?" Eu pergunto e entro no corredor, mas não recebo nenhuma resposta.
"August?" Pergunto novamente e abro a porta do quarto, mas estava vazio e todo bagunçado como eu havia deixado. Abro a porta do banheiro, entro e o vejo vazio, vou para sala e procuro em cada canto, concluindo que a August estava longe de ser encontrada. Me deixo cair no sofá e coloco meu rosto em minhas mãos. Eu a deixei assustada? Provavelmente. Agora, ela tinha ido embora e a culpa era minha. Eu pego o que tem mais perto de mim, um copo, e o jogo com frustração. Ele bate na parede oposta e quebra em vários pedaços. O som do vidro caindo no chão era alto, mas não me importo.
De repente, percebo que estava cansado, física e mentalmente, encosto minhas costas no sofá. Me xingo, me sentindo exatamente como um pedaço de merda, tudo havia se tornado diferente, desde que minha vida adolescente não era mais normal, desde que conheci August, ela me fez sentir vivo novamente.
August, aqueles belos e brilhantes olhos azuis que olhou em meus empoeirados olhos verdes. Seus longos cílios, tornando seus olhos maiores do que já eram, os olhos que, apenas de olhar para mim, me deixam paralisados. Suas sobrancelhas escuras e grosas, que dão ao seus olhos um olhar forte e enfatizam as maçãs de seu rosto. Seus lábios, seus lábios rosas e rechonchudos, que se tornam menores quando ela sorri. As vezes tenho desejo de colar meus lábios nos dela, mas eu sabia que não podia já que ela merece alguém melhor, não um monstro como eu. Embora ela tente me convencer as vezes e eu não me sinto como um monstro perto dela, mas quando mato alguém, a realidade me bate e eu não consigo pensar em nada melhor para mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Let Me In |h.s| tradução
FanfictionUm jovem homem misterioso se muda para o apartamento ao lado de August, uma menina que lida com o bullying e com o divórcio de seus pais. August desenvolve um vínculo especial com seu vizinho estranho, mas quando a pequena cidade é surpreendida por...