Banana split

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Estava pensando em dirigir pra casa, e sentiu uma intensa necessidade de ir para o lago. Dirigiu até a saída da 12 com o som no máximo, entrou no terreno da família, desligou o carro. Ficou ali dentro por um tempo, pensando, perdido em seus pensamentos. Era errado ele se apaixonar por Any? O que ele tinha que fazer pra conseguir esquecer ela? Estava tudo muito difícil. Ele não queria se sentir daquele jeito, queria protegê-la, queria apoiar ela em tudo, mas só conseguia deseja-la e sentir ciúmes.
O dia estava claro, mas o céu estava cheio de nuvem, em pouco tempo uma delas entraria na frente do sol estragando tudo. Desceu do carro, pegou o diário e subiu para a casinha.
"O que estou fazendo aqui nessa casinha sozinho quando deveria estar em casa esperando Any terminar? O que estou fazendo com isso tudo? Ela vai me odiar assim.
Quando fomos viajar pro acampamento de verão eu não achei que iria voltar de lá tão confuso. Todo ano fazemos a mesma viagem, e todo ano é bom, mas essa última vez foi simplesmente único, e eu tenho que esquecer.
Mas não consigo. Quando olho pra ela lembro daquela noite, me lembro dela sorrindo perto da fogueira, a gente ficou acordados até tarde conversando sobre as burradas anteriores. Todos foram dormir, e nós dois ficamos lá conversando, rindo, e aí entrei num assunto delicado, e ela caiu no choro, ela se apoiou em mim e ficou chorando por um tempo. Ela parecia tão frágil ali, eu senti que precisava protegê-la.
Em um momento meio confuso acabei beijando ela, e ela sem pensar me correspondeu. Não era minha intenção, eu sabia que ela não era como as outras, não era uma qualquer que eu ia ficar uma noite e nunca mais ver. Ela era minha amiga, minha melhor amiga.
O beijo foi ficando mais ardente, ela não resistiu em momento algum. A gente acabou parando na minha cabana. Ela me olhava sorrindo sem demonstrar nenhum pouco de arrependimento ou medo.
-Vou me arrepender disso amanhã, mas só amanhã, hoje quero ser sua.
Foi o que ela disse antes de me beijar de novo, tive a melhor noite da minha vida, me lembro dela gemendo, sussurrando meu nome. Entrei dentro dela, com carinho e desejo, senti uma coisa diferente, como se fosse uma barreira, insisti com mais força, derepente senti uma coisa escorrendo, então me toquei que ela era virgem.
Foi incrível, ela se entregou totalmente a mim, amãnhecemos abraçados sorrindo um pro outro.
Na manhã seguinte ela voltou pra cabana dela, me evitou quase o dia todo, e quando salvei ela de se afogar no lago tentei conversar. Nos beijamos, mas ela disse que aceitaria passar aquele verão com ele só se quando voltassemos pra casa as coisas voltassem ao seu lugar. Claro que eu aceitei, não achei que fosse sentir nada parecido com isso.
E agora não consigo tirar essa garota da minha cabeça.
Estou enlouquecendo.
Tenho que ir, ela deve estar me esperando em casa.
L."
Desceu da casinha se sentindo mais leve, entrou no carro e acelerou de volta pra casa. Ela estava lá esperando por ele, ele sabia que estava.
Chegou em casa, abriu a porta e viu ela sentada rindo com a sua mãe no sofá. Naquele instante sabia que não podia tirar ela da sua vida. Se ela queria amizade ele daria amizade. Tudo por ela. Aquele riso fácil o deixava fora de órbita.
-Aí está você. Achei que vinha direto pra casa. Aonde estava? Estou aqui a um tempão. - reclamou impaciente.
Ele sorriu, pensou como seria incrível ter ela sempre por perto cobrando sua companhia.
-Estava em um lugar especial. - respondeu sorrindo, sabendo que ela entenderia. -Mas agora que tal o sorvete que você me prometeu?
-Será uma honra Senhor Singer. - respondeu brincalhona. O sorriso dela aquecia o ambiente.
Ele percebia como a mãe olhava para os dois com um sorriso no rosto vendo um casal de pombinhos.
-Obrigada pela tarde Senhora Singer, volto assim que possível. - disse Any sempre sorrindo.
-Eu que agradeço minha querida, volte sempre que quiser, adoro sua companhia, e Lucky também. -respondeu.
Sua mãe sempre fazia questão de lembra-los de que ela queria que eles fossem um casal.
-Ok mamãe, agora nós já vamos. Até logo. - disse apressadamente pegando a mão de Any e correndo pra fora de casa.
Abriu a porta e o sol refletiu no cabelo dela, um brilho sobrenatural. Ele amava cada detalhe. E não conseguia esquecer todas essas coisas por mais que tentasse.
-Estava fugindo da sua mãe ou foi impressão minha? - perguntou rindo.
-Ela estava tentando nos casar de novo ou foi impressão minha? - rebateu com um sorriso.
Entraram no carro, e ele dirigiu tentando focar em qualquer coisa que não fosse a boca de Any.

Lei De MurphyOnde histórias criam vida. Descubra agora