Acordei com barulhos de aparelhos apitando. Tentei abrir meus olhos só que era como se minhas pálpebras estivessem pesadas. Levantei meu braço com um pouco de dificuldade e esfreguei meus olhos até conseguir abri-los. Eu estava em um quarto claro, era um quarto de hospital. As cortinas estavam fechadas, mas com a claridade do lado de fora dava pra vê que os aparelhos apitando mediam meu batimento cardíaco e coisas do tipo. Em meu braço havia tubo de soro e em meu dedo um dedal. Na beira da cama havia um pequeno controle, no qual eu apertei para chamar alguma enfermeira. Minha cabeça doía e eu ainda estava meio grogue. Esfreguei mais uma vez meus olhos até me lembrar e perceber que eu estava sem óculos. A porta se abriu e eu rapidamente fechei meus olhos.
-Isabelle Kestley?- uma voz calma e feminina invadiu o quarto- está acordada?
-Oi, é...estou- senti o toque de sua mão na minha, me fazendo da um pequeno pulo de susto- cadê meus óculos?
-Junto com suas roupas, quer que eu o pegue para você?
-Sim, por favor- ela retirou suas mãos de mim e se afastou
-Vou pega-los, precisamos fazer alguns exames, sente alguma coisa?
Fiquei uns dois segundos quieta para vê se eu sentia algo a mais que dor de cabeça
-Não, só dor de cabeça mesmo
-Esta bem- ela mexeu em algo no tubinho do soro- vou trazer o óculos, um medicamento e aproveitar para chamar o médico- ela logo saiu
Fiquei em silêncio enquanto ouvia a porta de abrir e fechar. Será que viram meus olhos!? Provavelmente não, já que ela agiu naturalmente, a não ser que ninguém tenha comentado com ela. Quanto mais eu pensava, mais minha cabeça doía.
-Oi Isabelle- ouço uma voz infantil, que deve ser de Lindsay
-Quem está aí? É você Lindsay?
-Sim
-Tem mais alguém aqui?
-Não
-Okay- falei abrindo meus olhos. A vi perto da cama, mas ela olhava para mim com uma expressão de surpresa- O quê?
-O que aconteceu com seus olhos?
-Nada, porque?
-Vá até o banheiro e se olhe no espelho
Tirei o dedal e desci lentamente para não ficar tonta. Fui arrastando o soro comigo. Abri a porta do banheiro e procurei o espelho, eu estava começando a ficar ansiosa. Assim que vi meu reflexo sobre o espelho, paralisei. Um grito agudo saiu de minha garganta, não sei ao certo se era susto, surpresa ou alegria, mas meus olhos estavam normais. Tipo, normais mesmo, igual de humanos, a esclera estava branca e as íris...bicolores? Em um olho estava azul e no outro verde. Não importa, meus olhos não estavam negros!!!!
-Srta.Kestley?- alguém abriu a porta numa rapidez que dei um pulo quase da altura da pia. A enfermeira apareceu na porta do banheiro com expressão preocupada- aconteceu alguma coisa?
-Não é que...- pense em um motivo para ter gritado- vi um, um...- eu falava mexendo os braços e estalando os dedos como se quisesse lembrar de algo
-Hum!?
-Bi-bicho
-Bicho? Que bicho?
-Inseto, que anda correndo e.... assusta
-Barata?
-Isssooooo, é, isso, vi uma barata
-Sei- ela olhava sobre o banheiro procurando a barata, que no caso não tinha- De todo jeito, volte para a cama, vou te medicar- fiz o que ela falou, eu queria continuar olhando meus olhos- aqui seus óculos
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A Garota dos Olhos Negros
ParanormalMenina cujo nome é Isabelle, tem os olhos negros e é filha de um demônio, mas na realidade ela mora com sua tia Lorrany. Decidida a descobrir mais sobre seus pais, ela embarca em uma jornada emocionante, conhecendo pessoas novas e mistérios novos...