Cap.22

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 Acordo com uma insuportável dor de cabeça, abro meus olhos lentamente e minha visão fica turva. Me sento encostando-me na parede enquanto coloco a mão no local onde minha cabeça mais dói, puxo minha mão ao alcance de minha visão e vejo sangue. Olho ao redor e vejo um cômodo, ou melhor, uma cela, e em frente ela tem outra. Mas a luz do corredor é tão fraca que não da para ver o fundo da cela, só um pouco depois das grades. Me levanto meio cambaleando, e quando vou da um passo ouço barulho de correntes se arrastando e sinto um peso em meus tornozelos, olho para baixo e vejo que meus pés estão acorrentados. Com um pouco de dificuldade ando até a grade e me escoro sobre ela

-ALÔÔ, TEM ALGUÉM AÍ?- grito

-Você acordou- ouço uma voz feminina sair do fundo da cela. Olho para frente e ouço mais barulhos de correntes se arrastando. Chegando até a claridade, primeiro vejo seus pés, ela vai se aproximando mais da grade até eu conseguir ver todo o seu corpo e então a reconheço com aqueles longos cabelos negros, pele pálida e olhos extremamente azuis

-Mãe- digo quase em sussurro

-Filha- ela diz com a voz fraca. De longe consigo vê-la chorar e sorrir ao mesmo tempo -como senti sua falta- ela fala entre soluços

-Oh mãe -digo sentindo os olhos marejados- achei que nunca te conheceria

-Oh minha filha, minha querida como quero te tocar, te abraçar- ela esticava os braços para o lado de fora da cela

-Cadê papai?

-Ele esta na cela ao lado- ela diz indo rumo a parede- Cameron- ela diz, mas nada- Cameron- agora um pouco mais alto

-Oi- uma voz rouca e baixa sai do cômodo ao lado

-Nossa filha Cameron- ela da uma pausa olhando para mim- acordou

Ouvi novamente barulho de correntes se arrastando, mas os passos estavam mais lentos, até eu vê o homem que aparecia em meus sonhos, o meu pai

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O homem fraco caiu de joelhos na cela, se encostando na grade e em seguida abaixando a cabeça.

-Porque ele esta fraco assim?- perguntei olhando assustada para minha mãe

-Depois que descobriram que ele conseguia se comunicar com você nos seus sonhos, eles jogaram água benta em tudo lá dentro, o deixando fraco demais para fazer qualquer coisa

Ele coloca a mão nas grades e vejo que elas também estão acorrentadas

-Pai- digo e ele olha para mim- sou eu pai. Tente se levantar, eu estou aqui

Mas quando ele vai abrir a boca para dizer algo, um estrondo preenche o local assim que a porta do corredor é aberta

-Hora hora. O encontro tão esperado finalmente aconteceu- Robert diz parando em frente as nossas celas- Blaine quer vê vocês- Assim que ele termina de falar, seis criaturas horrendas e corcundas surgem atrás dele- acorrentam as mãos dela

Quatro criaturas vem até minha cela, dou passos para traz assustado

-Querida, não fique assustada, seu pai também é assim- olho para Robert e as "coisas" acorrentam minhas mãos- ANDEM LOGO

Ele sai andando, eu e meus pais somos arrastados pelas criaturas

-Cadê minha tia?

-Você vai descobrir agora- ele responde com um sorriso enquanto abri uma porta e saímos no mesmo local que antes eu tinha visto ela jogada no chão. Quando entrei, me deparei com ela ainda deitada no chão, seus pés e suas mãos estavam amarradas

A Garota dos Olhos NegrosOnde histórias criam vida. Descubra agora