Capítulo 14 - FINAL

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Eles tinham marcado de se encontrar na Torre de Televisão, perto da fonte. Ficava no meio da cidade, entre o Sudoeste e a Asa Norte. Nem lá, nem cá. Victor tinha chegado um pouco antes e se sentado perto da fonte. Ele segurava uma rosa de presente pra Beto. E tinha preparado um pequeno discurso também. É. Ele tava nervoso. Já tinham se passado duas semanas desde o dia na beira do lago e agora Beto finalmente tinha concordado em vê-lo. Victor estava sempre mandando mensagens e tentando uma reaproximação, mas Beto negava. Apesar disso ele respondia às mensagens. Beto acreditava que as pessoas sempre mereciam respostas. Alguns amigos de Victor achavam que Beto tinha levado aquilo tudo muito a sério, mas ele entendia. Ele tinha pisado na bola e Beto bem que podia terminar tudo. Ele tava disposto a dar todo o tempo do mundo que Beto precisasse.

Victor viu Beto de longe e acenou. Ele veio em sua direção. Victor estava sentado em um banco na sombra, debaixo de um ipê-rosa que estava todo florido. A natureza estava dando uma forcinha pra Victor. Beto chegou ao banco, e se sentou. Ele usava óculos escuros e umas roupas que Victor nunca tinha visto. Ele também cheirava tão bem que Victor quis dar um beijo nele ali, na hora.

– Oi, tudo bom? – disse Victor.

– Tudo.

Os cabelos de Beto estavam especialmente brilhosos naquela tarde. Ele não olhava pro Victor. Ele olhava pra frente, pra água.

– Pra você – Victor entregou a rosa.

– Obrigado – respondeu Beto, e levou-a perto do seu nariz – Cheirosa...

– É... Mas como não sabia se era o bastante mandei os ipês da cidade todos florescerem pra você essa semana.

Beto não sorriu.

– Bom trabalho.

– Gostei dos óculos... São novos?

– São sim – Beto levantou-os e finalmente olhou pra Victor – Me dei de presente.

– Alguma data especial?

– Era terça-feira e eu sou lindo. Resolvi comemorar.

– Tá certo! Isso merece comemoração mesmo – Victor sorriu e olhou nos olhos de Beto – Tava com saudade de você.

Beto voltou a olhar pra fonte, sem responder nada.

– E você? Sentiu falta de mim? – perguntou Victor.

– Um pouquinho.

O coração de Victor pulou de felicidade!

– Só um pouquinho? – disse ele sorrindo.

– Não abusa, Victor...

– Ah, deixa eu abusar vai! – Victor estava feliz pela indicação de que o namoro não tinha terminado.

– Olha só... – disse Beto sério, tirando os óculos da cabeça e passando a mão nos cabelos – É o seguinte, você pisou na bola! Tipo, muito! Me machucou muito... Muito mesmo! E vou te falar por quê: você mentiu pra mim.

Victor balançava a cabeça, concordando. Beto continuou.

– Quero que a gente sempre fale a verdade um pro outro, ok? Sempre. O importante pra mim é a lealdade entre a gente... – Beto gesticulava com os óculos na mão – Quero olhar pra você e não ter que ficar desvendando o que você tá pensando ou tendo que desconfiar se você tá jogando algum joguinho ou se tá escondendo alguma coisa de mim.

– Desculpa, lindo. Eu concordo com tudo isso. Tudinho – Victor sorria para o Beto – Eu vou fazer o possível e o impossível pra te fazer o homem mais feliz do mundo. Sempre sendo leal e verdadeiro com você.

Machos AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora