Doze anos depois...
Caminhava apressadamente pela Times Square. Atrasada. Para variar estava atrasada.
Eu praticamente corro para chegar ao trabalho mais rápido. Qual o problema dos chefes que não entendem que não vivemos exclusivamente para eles? Juro, realmente não entendo.
Se bem que se parar um pouco para pensar eu poderia estar no lugar dele, porém para isso teria de voltar para o Brasil e reencontrar com o... Não sem lembranças melancólicas agora. Passaram-se dez anos desde que deixei o Brasil e sinceramente? Não preciso lembrar a cada segundo que se passa de que Gabriel está por aí feliz ao lado de alguma loura falsa.
Ainda lembro-me de como fora nossa despedida, muitos poderiam dizer que foi muito melosa ou até mesmo enjoativa, mas coloquem-se no meu lugar, eu era apenas uma garota de dezoito anos que foi aceita em uma das faculdades dos sonhos e além do mais teria uma oportunidade única, mas isso não incluía o amor de sua vida. Sim, sei que não precisávamos nos distanciar ou até mesmo perder o contato, porém essa parte não foi minha culpa! Foi ele quem me deixou, mesmo que aos poucos, mas deixou-me a mercê desse sentimento que me tomava por completo.
O que eu poderia fazer? Vim para Nova Iorque na expectativa de tornar-se uma publicitária e tanto, além de manter meu relacionamento com ele, contudo tenho de admitir fui inocente até demais em pensar que manteríamos um relacionamento á distancia.
Mas apesar dessas desavenças que a vida me trouxe, o esqueci. E isso é o que importa, além de aprender que relacionamentos não foram feitos para mim.
Tenho certeza disso!
Tenho vinte e oito anos, sou uma mulher independente, solteira e totalmente livre de relacionamentos amorosos.
Deste mal só tive o Gabriel mesmo e só deixando bem claro que ele foi o meu último relacionamento (sério) e se depender de mim continuará dessa maneira.
Sou desperta de meus devaneios pelo toque do meu celular.
Olho o visor e fico aliviada ao ver que é o Matheus.
-Alô? -Atendo apressada enquanto tento em vão chamar um táxi.
Lembrem-me de que se eu falhar na área administrativa posso ser taxista aqui, pois todas as vezes que tento pegar um nunca dá certo, sempre está ocupado. Vai ver tem taxistas mais ricos do que meu chefe.
-Miranda Guimarães você esqueceu DE NOVO os rascunhos do Sr. Sanches. -A voz do meu amigo soa como uma repreensão, também não é para menos. Como é que fui esquecer novamente os rascunhos?
-Matheus do meu coração... -Choramingo.
-Estarei na porta da Midya's publicity em dez minutos. -Responde rapidamente.
-Por isso mesmo que eu te amo tanto. -Digo sorrindo ao ver um táxi estacionar a minha frente.
-E é por isso que me sinto usado... -Resmunga do outro lado da linha provocando em mim um sorriso.
-Battery Park City, por favor. - Sussurrei para o taxista.
-Você quem manda moça.
-Está falando comigo? -Meu amigo pergunta do outro lado da linha.
-Não, estou falando com o taxista.
-Entendi... Até daqui a pouco.
-Até.
Encerro a chamada.
Quando cheguei aqui em Nova York estava praticamente sozinha, sem ninguém. Meu pai insistira para que ele pagasse pelo meu apartamento, mas simplesmente não podia aceitar. Queria ser a responsável pelo meu sucesso e conquista e foi isso que eu fiz... Comprei meu apartamento, e sinceramente, sabia que lá no fundo não conseguiria pagá-lo sozinha.
Então a melhor solução foi achar alguém para dividir comigo... E esse alguém é o Matheus, que é dono de um par de olhos verdes lindos, altura perfeita, barba por fazer, mas posso dizer que desde então ele se tornara meu melhor amigo ( as vezes mais que isso, mas deixemos isso em off).
-Senhorita? -A voz do taxista faz com que eu volte para a realidade.
-Sim, desculpe-me, quanto ficou a corrida? -Perguntei já pegando minha carteira na bolsa.
-Vinte e cinco dólares. -Respondeu sem ânimo.
Pago-lhe e praticamente saio correndo em direção ao meu amigo que estava com as pastas de meus rascunhos em mãos.
-Eu te amo Matt. -Falo ao pegá-las.
-Tá, você vai ter que fazer o jantar muitos dias da semana pra me pagar isso.
-Eu lavo até o banheiro. -Falo e logo me despeço dele adentrando ao prédio.
Acho que quebrei o botãozinho do elevador de tanto que o apertei. Por que os elevadores nunca chegam quando precisamos?
As portas de metais finalmente se abrem. Adentro tão rápido que mal percebo o homem que nele estava.
Vejo os andares passarem lentamente. Último andar, preciso chegar logo nele! Meu celular toca. Vejo no visor e vejo o que eu mais temia. Josh Lewis, meu chefe.
-Bom dia Sr. Lewis. -Atendo calmamente.
-Senhorita Guimarães posso saber onde você está? -Pergunta irritado.
-No elevador, para ser mais exata no décimo sexto andar. -Explico tentando esconder meu incômodo.
-Esteja aqui o mais breve, e venha direto para minha sala, quero falar com você. -Sem que tivesse tempo para despedidas ele desliga na minha cara.
Bufo, irritada.
-Manhã difícil? -Pergunta o homem que até então não havia notado.
Olho para o lado para observá-lo. Uau! Acho que preciso de um babador aqui produção.
Que homem lindo! Foi impossível impedir meus olhos de fazer uma vistoria total. Ombros largos, alto, pele clara, cabelos escuros, olhos de um preto indescritível e para completar aquele famoso sorriso de lado.
-Estou aprovado? -Pergunta fazendo com que saia de meu pequeno transe.
Buraco. Eu só queria um buraco onde pudesse enfiar-me nele e não passar por esse momento vergonhoso.
-Ãh... -Digo tentando em vão esconder minha vergonha.
-Marcos... Só para você saber, fica ainda mais bonita corada, senhorita...
-Miranda. É brasileiro? -Pergunto ao ver seu português tão perfeito.
-Sim, vim do Rio e você?
-São Paulo.
-Sente falta?
-Um pouco... -Confesso.
Até continuaria a conversa, mas o elevador se abre e sou praticamente obrigada a sair dele o mais rápido sem ao menos despedir-me de Marcos.
O senhor Lewis estava á minha espera como dissera, só espero ainda ter um emprego...
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Hoje foi o Primeiríssimo capítulo de "Coincidências do Acaso" e tenho que admitir estou realmente muito animada, espero que gostem. Comentem o que acharam e deem estrelinha se acharem merecido! Até o próximo capítulo !
21/11/15
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Coincidências Do Acaso
RomanceTrilogia coincidências: Livro 1 Só lembrando PLÁGIO É CRIME!!!! Obra registrada! Obra completa ❤ Dois amigos, separados pelas circunstâncias. Porém o tempo pode-se revelar ser um ótimo aliado quando trata-se de sentimentos. Miranda Guimarães, 28 a...