Gabriel
Miranda estava sentada e encolhida no canto do quarto ao lado da cama, os joelhos encostados em seu tronco que escondia sua nudez.
Seu olhar perdido cheio de lágrimas foi o que fez com que meu coração se partisse.
Caminhei até ela, tentei ao máximo não transparecer meu desespero. Abaixei-me para ficar perto de sua altura.
Toquei-a de leve no ombro, e vi que seus olhos ganharam foco novamente. Ela se assustou com o meu leve toque, esquivou-se para o lado como se eu fosse fazer mal á ela.
-Miranda, sou eu. -Digo lentamente com a voz terna.
Ela apenas engole à seco, me fita nos olhos, parece analisar se digo a verdade ou não.
-Não precisa ter medo. Estou bem aqui. -Digo sem tocá-la novamente.
Ela não responde, não diz absolutamente nada. Fita-me como se procurasse por ajuda.
-O que houve? -Pergunto sentando-me ao seu lado.
-E-eu... -Sua voz está baixa e tomada pelo medo.
-Não precisa ter medo.
-Ela...
-Ela, quem? -Pergunto devagar.
-Eu não sei. -Diz segurando o choro. O que houve pra que ela esteja assim?
-Vem, vou te ajudar. -Digo me levantando. Ela nega com a cabeça.
-Não vou te fazer mal.- Garanto.
Só então ela estica sua mão permitindo que eu a levante. E assim faço.
Pego-a no colo.
Percebo que em seu antebraço direito há um corte, e em sua perna um roxo.
Não digo nada sobre isso, apenas caminho até a o banheiro e a coloco dentro da banheira. Encho-a. À medida que a banheira é tomada pela água Miranda treme, talvez pelo excesso de emoções.
-A temperatura está boa? -Pergunto. Ela apenas assente com a cabeça.
-Quer ficar sozinha? -Assente tão rápido que parecia estar ansiando por isso desde que a toquei.
Concordo, deixando o banheiro da suíte... Fecho a porta atrás de mim.
Analiso o quarto e só agora pude perceber que algumas das gavetas do closet estão abertas, muitas roupas jogadas pelo chão.
Ando em direção ao seu closet, começo a guardar as roupas, até porque Miranda não tem condições de fazê-lo agora.
Dobro roupa por roupa e guardo-as em seu devido lugar.
Quando saio do closet percebo uma foto que está praticamente debaixo da cama.
Pego-a, nela está eu e Miranda quando novos, tínhamos por volta de uns quinze anos.
Sorrio com as lembranças que me vem à mente.
A mesma menina sorridente da foto não se parece nenhum pouco com a assustada mulher que deixei no banheiro, o que houve? Minha vontade é de ir ao banheiro e exigir que ela me conte exatamente o que aconteceu, mas sei que não posso fazer isso. Não tenho esse direito.
Mas a maneira como ela estava alheia á tudo, seu olhar de pânico me fez pensar se algum idiota não teria... Não, claro que não! Porque se isso acontecesse, juro que não responderia por mim.
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Coincidências Do Acaso
RomanceTrilogia coincidências: Livro 1 Só lembrando PLÁGIO É CRIME!!!! Obra registrada! Obra completa ❤ Dois amigos, separados pelas circunstâncias. Porém o tempo pode-se revelar ser um ótimo aliado quando trata-se de sentimentos. Miranda Guimarães, 28 a...