Miranda.
Aos poucos os raios de sol invadem o quarto, fazendo com que abra meus olhos. Pisco algumas vezes para que minha visão possa se acostumar com a claridade repentina.
Olho para os lados encontrando Gabriel ainda deitado no colchão improvisado, fitando-o daqui, ele parece tão sereno e calmo. Ao menos se parece com aquele homem com expressões duras e sérias, entretanto ontem pude conhecer uma parte que ainda não havia visto dele, seu jeito divertido e totalmente respeitoso me fez pensar se fora isso que fizera com que eu me apaixonasse por ele.
Poderia estar muito errada, porém no inicio realmente achei que ele agiria como se nada houvesse acontecido, que tentaria ter a mesma intimidade comigo, mas me enganei, pois ele agira totalmente ao contrário do que imaginei, e grande parte de mim ficou aliviada por saber que poderia andar tranquilamente sem o medo de que ele tentasse algo.
Mesmo ontem à noite ele ao menos tentou deitar-se na cama e presei tal atitude.
Respiro fundo, sento-me na cama, e espreguiço-me sentindo toda a extensão de meus músculos se alongarem.
Tentando ao máximo não fazer nenhum tipo de barulho me levanto, caminho lentamente até o closet, no inicio me assustei com a quantidade de roupas que tinha, além dos sapatos e bolsa. Provavelmente não é nada extravagante, porém mesmo assim me assustei. Pelo que Gabriel me contou não sou o tipo de mulher que prioriza os bens materiais, segundo ele, prefiro uma boa lembrança à um presente caro.
Assim que pego uma roupa simples para que possa passar o dia caminho até o banheiro ainda tentando manter totalmente o silêncio.
Encosto lentamente a porta, dispo-me totalmente de minhas roupas.
Olho-me no espelho, não consigo explicar a familiaridade que tenho comigo mesma, entretanto isso tudo torna-se algo tão estranho.
Tomei uma decisão. A decisão de me lembrar, não chega a ser uma opção, mas sim de uma necessidade, quero me lembrar, quero poder retribuir o que Gabriel sente e também retribuir à minha família.
Além de que nada, absolutamente nada, me tira da cabeça que fora algo ruim que me levará ao hospital. Não ruim como uma doença ou algo do tipo, mas sim algo ruim como intenções predestinadas somente à me prejudicar.
Deixo meus pensamentos de lado e concentro-me em tomar meu banho, aqui é frio, então basicamente só tomo banho o mais quente que posso.
A água aos poucos esquenta meu corpo, encolho-me sob a relaxante água.
Espero me lembrar... É nisso que estou depositando minha esperança.
Após terminar meu banho seco-me e logo me troco. Bagunço meus cabelos na frente do espelho, descobri que meu cabelo por ser curto e um pouco enrolado posso bagunçá-lo o quanto quiser que mesmo assim ele ficará bonito.
Olho-me uma última vez no espelho antes de sair do banheiro.
Encontro o quarto totalmente vazio, olho para os lados e constato que Gabriel saira daqui.
Ao deixar o quarto, desço as escadas, a voz de Gabriel começa a ecoar pela mesma.
-Tá bom, estou indo, em quanto tempo consegue chegar aqui? -Pergunta.
Assim que o mesmo entra em meu campo de visão, vejo que ele está no telefone enquanto tenta, inutilmente, fazer o nó de sua gravata. Ele está falando ao telefone que está equilibrado entre seu ombro e ouvido.
Sua atenção é totalmente direcionada a mim, assim que piso no último degrau.
Dou-lhe um sorriso junto à um aceno. Ele apenas retribui enquanto ouve o que a pessoa do outro lado da linha diz.
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Coincidências Do Acaso
RomanceTrilogia coincidências: Livro 1 Só lembrando PLÁGIO É CRIME!!!! Obra registrada! Obra completa ❤ Dois amigos, separados pelas circunstâncias. Porém o tempo pode-se revelar ser um ótimo aliado quando trata-se de sentimentos. Miranda Guimarães, 28 a...