*~Capítulo Quarenta e Um~*

3.1K 294 41
                                    

Miranda.

Uma forte dor se alastra por minha cabeça, posso jurar que ouvi alguma coisa, mas não consigo discernir uma única palavra sequer.

Sinto uma leve pressão em meu rosto, lentamente, lutando com tudo de mim começo a abrir meus olhos. Pela imensa claridade sou obrigada a fechá-los novamente.

Lentamente volto a abri-los, a luz não incomoda mais, pelo menos não tanto.

-Miranda, amor. -Ouço uma voz grossa sussurrada ao meu lado.

Olho para o lado vendo o dono da voz, e inconsequentemente me esquivo para o lado, ele é um homem com traços fortes, loiro, olhos claros e se entendesse tudo o que está acontecendo talvez poderia dizer se ele é bonito ou não, mas tudo o que quero é que ele se afaste de mim.

Não sei explicar, mas não o vejo como algo seguro, mas como posso afirmar isso se nem ao menos conheço?

-Miranda, sou eu. -Diz em um tom normalizado de voz, mas não consigo raciocinar, e quem raios é Miranda? Quem sou eu?

-Miranda, está tudo bem. Estou aqui com você.

-Quem é Miranda? -Pergunto, minha intenção era de gritar para que alguém pudesse me explica porque este homem fica me dizendo que vai ficar tudo bem, mas minha voz sai como um sussurro amedrontado.

-Como assim, quem é Miranda? -Pergunta se aproximando novamente e esquivo-me ainda mais para o lado oposto ao dele.

-Não brinque comigo. -Sussurra. -Vou chamar o médico. -Diz apenas se afastando e atravessando a porta.

Não respondo, afinal não sei o que responder, na verdade não sou eu quem tenho que responder, preciso de respostas. Como por exemplo, quem sou eu? Esforço-me para me lembrar de algo, porém tudo é um completo vazio onde encontro em letras maiúsculas a palavra NADA. Essa tal Miranda que ele disse, sou eu? Se sim o que este homem é meu, ou melhor, dizendo de Miranda?

Droga!

Olho ao lado percebendo a ilustre decoração branca, provavelmente estou em um hospital. Olho para baixo vendo minhas singelas roupas parece-se mais com uma camisola hospitalar. Fito minhas mãos, elas são pequenas e delicadas, minhas unhas estão feitas, a cor vermelha se destaca nelas. Sinto um gosto metálico invadir minha boca e consequentemente uma sede terrível me toma.

A porta se abre em um solavanco assustando-me, vejo um senhor que aparenta ter seus cinquenta anos vindo rapidamente em minha direção.

-Oh, minha jovem como se sente? -Pergunta ao lado da cama, sua postura tenta aparentar-se calma, mas posso ver seu desespero em seu olhar.

-Sede. -Respondo a única coisa que toma minha mente.

-Ah, sim. Traga água para ela. -Diz á uma enfermeira que até então não tinha notado.

Ela apenas assente e praticamente corre porta á fora.

-Como se sente? -Pergunta, seu tom de voz está calmo, diferente do tom do outro homem que me desesperou.

Após ouvir sua pergunta percebo o quão dolorido está meu corpo, meus braços e pernas doem e minha cabeça está latejando.

-Dor, estou sentindo um pouco de dor. -Respondo olhando apenas para ele, tentando inutilmente ignorar o loiro que está andando desesperadamente de um lado para o outro lá trás.

-Isso se deve á batida sofrida no acidente. -Diz calmamente.

-Que acidente? -Pergunto sentindo meus olhos se arregalarem.

Coincidências Do AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora