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#03

O cheiro de cigarro está pesado no ar essa noite, mas Zayn não se importa. Na verdade, ele meio que está agradecido porque ele está contribuindo com metade disso, no mínimo. Em sua cidade, fumar era proibido em cada clube ou pub que ele estivera. Aqui, em Waybourne, eles não obedecem às regras de verdade. Terry, o dono do pub, às vezes coloca uma placa de proibido fumar na janela, mas se a placa não estiver ali, você está livre para acender o que quiser. É um dos motivos que levou Zayn a aceitar o emprego, mesmo. Ele odiava trabalhar num turno de sete horas, tendo que ficar nos fundos, com frio, para ter sua dose de nicotina.

Há uma música antiga e suave tocando pelas caixas de som situadas em cada canto do local, algo que ele tem na memória, se não palavra por palavra. Ele pode ver Niall jogando sinuca com Josh e Carlos, acabando com eles também, sem dúvidas. Louis desapareceu pela porta da frente dez minutos atrás para ajudar Perrie e Eleanor (as duas já bêbadas demais) entrarem no único táxi da cidade para levá-las para casa. Ele ainda voltaria. Ainda há algumas outras pessoas no pub também. Frequentadores regulares, do tipo que pedem apenas cerveja e sentam em suas mesas a noite inteira, umas vezes reclamando sobre as músicas, outras vezes cantando junto. A coisa toda é tão tranquila, tão diferente do que Zayn se acostumou antes de se mudar para cá logo depois de abandonar a universidade.

A porta se abre, a fumaça saindo para o ar frio entrar. Louis afasta seus cabelos de sua testa e caminha até ele, ignorando o assovio de Cassandra enquanto o faz porque não é algo novo, e também não é algo que valha o tempo de Louis. Ele senta no banco diretamente à frente de Zayn e diz "Vodka e coca, babe. Tenho uma história para contar."

Zayn rola os olhos, mas pega um copo limpo e a vodka. Em cima do balcão, ele abre uma lata de Coca e coloca muito mais disso no copo do que vodka. Louis é fraco para bebidas, e ele realmente deveria continuar com seu vinho. Quando ele começa com vodka, ele termina desmaiado no bar ao final da noite, e Zayn é obrigado a retirar suas chaves dos bolsos apertados de sua jeans skinny (que realmente faz jus ao nome), sendo forçado a levá-lo para casa mais uma vez.

"Uma história?" ele pergunta, empurrando o copo para Louis.

Louis sorri e concorda, tomando um gole de sua bebida antes de contar, não porque ele está com sede ou qualquer coisa, mas porque Louis realmente gosta de drama, e ele vai arrastar o máximo possível na esperança de que Zayn vá implorá-lo por mais informação. Ele não vai, na verdade, porque Zayn raramente se importa com as fofocas do Louis.

"Okay," Louis diz, batendo seu copo meio vazio no bar. Ele desliza seus dedos pela madeira e sorri abertamente para Zayn. "Lembra semana passada que aquele corretora de imóveis pomposa veio fuçar por aqui, e no dia seguinte alguém comprou o Pomar de Atkin?"

Zayn arqueia as sobrancelhas. "Você realmente chama de pomar quando não há árvores e ele renovou completamente o local todo para que não parecesse nenhum pouco algo parecido com um pomar?"

"Sim, eu chamo," Louis diz rapidamente. "É como nós fazemos as coisas por aqui. Por que você acha que o The Barn é chamado The Barn? Porque costumava ser um celeiro, tipo, setenta anos atrás. As pessoas por aqui não mudam, principalmente quando se trata de nomes.

Zayn revira os olhos porque... Sério. "Tanto faz. Sim, eu lembro. Então?"

"Então," Louis diz, balançando a mão. "Então! Alguém comprou aquele lugar, certo? Alguém com muito dinheiro. Tipo, um monte mesmo, porque eu ouvi Mary falar sobre isso umas semanas atrás, clamando que ninguém pagaria uma quantia grande de dinheiro em lugar algum dessa cidade, mesmo com o tamanho daquela propriedade, e—,"

"Louis," Zayn reclama. "Qual é, pare de enrolar."

"Desculpa," Louis diz. "Mas quando eu estava lá fora com as garotas, esse carro passou, certo? Lustroso, preto, caro demais para qualquer pessoa daqui dirigir. Definitivamente não é o tipo de carro que pertence a qualquer um que mora numa cidade pequena dessas. Um carro da cidade, sabe?" Zayn deixa escapar um suspiro irritado porque Louis sempre usa mais palavras do que o necessário. "E as janelas eram escuras."