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-Calum


Olhei atentamente para o saco de boxe velhos, que continha alguma fita-cola vermelha por causa do remendo.

O facto de agora não puder lutar mais tornava as coisas mais difíceis para mim, pois não sabia como descarregar a minha raiva.

Hoje, se eu ainda estivesse nas lutas, iriam ter uma. Mas isso não quereria dizer que eu não poderia ir há mesma...

Paro e solto um suspiro cansado, enquanto me baixo um pouco agarrando no meu telemóvel e procuro o contacto de Ashton, ligando-lhe.


-Calum? - ele fala.

-Ashton, - começo e depois engulo um seco - Eu vou começar a lutar.

-O quê? Mas 'tás parvo ou quê? - ele exalta-se - Calum tu disseste que não voltavas a fazer isso! O que é que a Kerry vai pensar?

-Por isso é que preciso que mintas.

-Calum nem penses, eu não lhe vou mentir. Tens noção no quão desapontada vai estar ela contigo? Tu não podes ir. - ele fala agora mais calmo e um pouco mais baixo - Ouve, daqui a pouco vamos todos sair e divertirmo-nos, vem connosco.

-Não dá, mesmo. - digo suspirando - Tenta fazer com que a Kerry não ande há minha procura.

Houve uns longos minutos de silêncio, fazendo-me humedecer os lábios e mexer desajeitadamente do meu cabelo.

-Okay Calum, ganhaste. Mas estás avisado de que vai ser difícil fazer a Kerry esquecer-se de ti.


A chamada vai abaixo, Ashton deve ter desligado.

Pouso o telemóvel em cima do pequeno banco da sala onde treinava e volto a mexer nos meus cabelo suados.

O que queria dizer Ashton com "Vai ser difícil ela esquecer-se de ti"?

Saio da sala e tomo um duche rápido, preparando o saco para a luta de daqui a duas horas. Retiro umas sweatpants e uma t-shirt branca, agarro nas chaves de casa e no me telemóvel e nos phones, preparando-me para dar um volta por aí.

Não tinha mesmo um lugar especial para ir.

Só queria ir.

Fecho a porta de casa, retirando as chaves e colocando os phones nos ouvidos, começando a caminhar lentamente pelo passeio, as minhas mãos colocam-se nos meus bolsos.

Sinto o seu cheiro a perfume fresco, o que me faz olhar para cima, reparando nos seus cabelos escuros, observando-me. 

Por muito que me custasse; passei por ela sem pronunciar uma única palavra.

-Então agora vai ser assim? - ela pergunta alto.

Fecho os olho e retiro um dos meus phones, continuando a andar.

-Calum tu tiras-te um phone. Eu sei que se passa algo, tu saís-te do planetário depressa. 

Ela dá uma pequena corrida e coloca-se há minha frente, impedindo-me a passagem, retirei o outro phone que ainda estava no meu ouvido, agora ganhando a coragem de olhar para Kerry nos olhos.

Ela mantinha o seu olhar no meu, semicerrando os olhos enquanto tinha os seus braços cruzados.

-Kerry, deixa-me por favor. - peço em murmúrio.

-Porque raio haveria eu de te deixar? - ela pergunta.

Abro a boca várias vezes, não tendo um resposta concreta para ela. 

As sua mãos frágeis tocam nos meus braços, fazendo-me olhar para ela.

-Estives-te a treinar... - ela murmura. Olho para ela com uma sobrancelha erguida - Tens os músculos tensos, estives-te a treinar.

Tento largar-me dela, mas não a queria magoar e sabia perfeitamente que ela não me iria deixar.

-Calum, conta-me aqui e agora o que se está a passar, eu estou a falar a sério. - decido não responder, soltando um suspiro leve -  Calum, eu estou-me a passar, esse teu silêncio dá cabo de mim...

-Pára. - pronuncio-me e ela olha confusa para mim - Para de ser assim Kerry. Tu fazes-me mal, ainda não percebeste? Tu fazes-me sentir coisas por ti que nunca senti por ninguém na vida!

Kerry olha para mim sem uma expressão, erguendo uma sobrancelha. 

-Calum tu não percebes mesmo nada... - ela murmura relaxando os seus ombros.

-E há algo para perceber? - pergunto, baixando um pouco a minha cabeça.

-Okay, como querias Calum. - ela fala e encolhe os seus ombros - Vai lutar, sê feliz, mas lembra-te de que tudo isto vai correr mal e depois eu já não irei querer saber.

Ela olha para os meus olhos uma última vez e depois abandona o lugar, caminhando em sentido contrário.

Fico parado a olhar para uma árvore estúpida, enquanto retiro o meu telemóvel do bolso, procurando o número dela.

Começo a escrever algo sem sentido nenhum, contudo escrevi e enviei, retomando o meu caminhar, agora para casa.


"E mesmo que eu me apaixone por alguém nunca poderia ser da mesma maneira de como me apaixonei por ti"

Enviada (19:45 p.m.)




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holaaa

como estão?

podem matar-me

okay prontos

espero que tenha gostado


With love,

imavodkaflawless






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