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-Calum


Não tinha sido muito difícil sair do colégio, pois o porteiro não reparou em nós.

Ajeitei a minha mala nos ombros e caminhei ao lado de Luke que mexia no seu telemóvel com atenção. 

-Mas a noticia ainda não terminou? - perguntei olhando para ele.

Ele desvia o olhar do telemóvel e solta um sorriso.

-Não, Calum, nós estamos a fazer história. Temos de aproveitar enquanto podemos... - ele responde.

-É, mas ninguém vai reconhecer o nosso trabalho. - Kerry comenta elevando a sua mão e erguendo as suas sobrancelhas.

-Por um lado isso até é bom. - Ashton responde guardando o seu telemóvel.

Continuámos a caminhar enquanto falávamos de algo sem importância. Kerry diminui os passos acabando por ficar no fundo de todos nós ao meu lado.

-Está tudo bem Calum? - perguntou.

-Sim, porque não haeria de estar? - pergunto olhando para ela.

-Bem, porque - ela começa - Tu estás muito calado. Não me digas que o gelado te fez mal...

Nego com a cabeça e solto uma leve gargalhada.

-Por acaso o gelado estava ótimo. - comento.

Kerry sorri orgulhosa e depois coloca a sua mão há volta do meu ombro com alguma dificuldade devido há diferença de alturas.

-O que é que vocês costumam fazer naquela casa? - atrevo-me a perguntar.

-Nada de mais, temos um colchão no telhado e ficamos a ver as estrelas quando não temos mais nada para fazer, ou pintamos a casa, ou conversamos e bebemos... - ela explica.

-A ideia de ver as estrelas agrada-me. - dialogo e ela solta-me sorrindo.

-Pois é, mas tens uma luta. - ela avisa - Tu tens mesmo que começar a pensar no que queres fazer...

Humedeço os lábios, optando por não responder.

Eu sabia que tinha de decidir o que queria fazer e Kerry não tinha sido a primeira pessoa a dizer-mo.

Quando dou por mim estava a passar pelo parque, agora cheio de pessoas, que conversavam animadamente, sentados nos bancos enquanto algumas crianças corriam de um lado para o outro.

-Afinal, os bancos secaram. - Michael comenta soltando uma leve gargalhada.

Todos assentimos e passámos pelo parque, acabando por chega há casa pintada de branco já um pouco desgasto no meio do pequeno pinhal ao lado do parque.

Desta vez não foi preciso arrombar a porta, pois Kerry tinha-a deixado encostada desde a última vez que aqui viemos, sendo que só foi preciso empurrar um pouco a porta para entrar.

Pousámos as nossas malas em cima de uma mesa cheia de copos vermelhos, que agora estavam no chão pois Ashton tinha-os atirado para o chão podendo ter assim espaço para colocar-mos as nossas mochilas.

Kerry agarrou na minha mão e caminhou em passos apressados até um canto da casa cheia de garrafas de vodka, na qual ela agarrou duas, estendendo-me uma, que eu aceitei e abri depressa bebendo um pouco e sorrindo para ela.

-Vamos subir? - perguntou e eu assenti.

Começamos a subir umas escadas de madeira frágeis que rangiam a cada pé em cima da mesma. Devo de admitir que estava com medo das escadas se desfazerem, mas tentei não o demonstrar.

Vodka ⭐C.H.⭐Onde histórias criam vida. Descubra agora