-Kerry
Bati, pontapeei a porta, tentei de tudo, mas não havia meio de o jovem abrir a porta.
-Vai embora Kerry! - ele gritava do lado de dentro de casa.
Ouvia coisas a partirem-se, deixando-me mais preocupada.
Volto a esmurrar a porta, quase a partindo.
-Calum, se não abrires a porta, eu vou parti-la! - exclamo gritando também.
As pessoas passavam a comentavam coisas entre si, ao ver a figura que fazia.
Estava a esforçar demasiado a perna ao bater com ela na porta, podia piorar, mas nesse momento eu não queria saber. Queria entrar e acalmá-lo.
-Então parte! Parte a merda da porta! - ele grita e um estrondo é ouvido.
Olho para o espaço à minha volta procurando algo com que arrombar a porta, mas não havia nada, pelo que tinha de usar a minha própria força.
Afasto-me um pouco da porta e pontapeio-a, esperando que esta se abrisse, mas não tive força suficiente, pelo que continuei a fazer a mesma coisa até esta se partir.
Entro com rapidez na casa e observo todo o espaço destruído.
Estava assustada. Havia sangue no chão e estava tudo partido e destruído.
-Calum? - chamo falhando-me a voz.
Sinto um choro intenso vindo do andar de cima. Subo as escadas com cuidado. Bato levemente na porta da casa-de-banho.
-Já te disse para saíres daqui Kerry! - ele exclama e grita frustrado - Eu não te quero magoar porra!
Encosto a minha cabeça à porta e dou um pequeno murro na mesma, resmungando.
-Abre a porcaria da porta Calum! Deixa-me ver-te, sentir-te, abraçar-te... - peço tentando acalmar-me.
A porta é aberta lentamente e eu afasto a minha cabeça da porta olhando para o chão.
Calum funga e passa a sua mão pelos lábios cheios de sangue.
Abraço seu corpo com força e afasto a minha cabeça elevando o meu olhar para cima e encarando o seu rosto desfeito. Os seus olhos negros e com olheiras, a sua bochecha com sangue por ter vomitado, os seus lábios secos e rebentados.
-Calum, o que se passa contigo? - murmurei.
Calum solta-se do meu aperto e coça a sua bochecha enervado e deixando marcas vermelhas na mesma. Agarro no seu pulso, impedindo-o de continuar a fazer aquilo.
-Kerry sai daqui, por favor. - ele pede tirando a minha mão do seu pulso.
-Nem penses que te vou deixar!
Calum grita e pontapeia a parede, logo de seguida esmurrando-a.
-Sai daqui kerry porra! Estou farto disso! Deixa-me vive a tua vida, não e peças para te amar, não me ajudes. - ele grita.
Sinto um ardor no peito, mas cerro os meus punhos e agarro no rosto de Calum, as suas veias eram salientes, assim como as minhas. Ambos estávamos enervados.
-Não me peças para não te amar, quando penso em ti todos os dias, penso no teu sabor a baunilha quando me beijas, no teu cheio da roupa, nas tuas mãos a tocarem-me e a darem-me prazer. - grito-lhe na cara.
Calum inspira, tentando acalmar-se e estica a sua mão.
-Sai. daqui. já!
Afasto-me dele e cruzo os meus braços, recusando-me.
-Não. - Calum arregaça os seus olhos e levanta a sua mão - Bate-me, força, não vou sair daqui mesmo assim.
Humedeço os meus lábios e espero uma resposta vinda da sua boca. Ela passa ao meu lado e entra numa nova divisão, no seu quarto, e antes que ele pudesse fechar a porta, eu entro.
Ele senta-se na cama e baixa a cabeça, apoiando-a com as mãos. Baixo-me à sua frente e retiro as suas mãos da cabeça, fazendo-o olhar para mim.
-Não me deixes. - murmuro.
Tomo a liberdade de juntar os nossos lábios e sinto o seu sabor na minha boca. Levanto-me e Calum deita-se na cama, deixando-me deitar por cima dele. As suas mãos deslizam até ao meu rabo e apertam-no.
Encosto a minha testa na dele e ele morde o seu lábio.
-O problema é esse. Eu vou deixar-te. - ele resmunga.
Ergo uma sobrancelha confusa e saio de cima dele. Sento-me à sua frente e Calum dá um soco na cama, voltando a ficar enervado.
-Porquê Calum? Porque me vais deixar? - pergunto.
-Tenho andado a vomitar sangue. - ele explica - Tenho problemas graves de raiva.
-Isso não é razão. - concluo.
-Kerry, eu tenho cancro nos pulmões de fumar.
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E ACABOU
PALMAS PARA MIM
credo este foi o capitulo que eu mais gostei de escrever de toda a fic mesmo
ainda vou fazer aquela parte em que conto o que aconteceu com as personagens passado um tempo, mas não hoje, talvez amanhã.
Obrigada pelo suporto que deram nesta fic :')
with love,
pinkmalboroluke