Capítulo Quatro - Um Azul

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Augusto

Ta já estava ficando esquisito, eu ali no hospital andando de um lado para esperando noticias. Tudo bem, não era bem isto, eu estava esperando a Amanda acordar. Não sei ao certo o que eu ia fazer só queria ver se ela estava bem.

Jonas já estava com meus tios no quarto, estava meio sonolento por conta dos medicamentos eu até fui vê-lo, mas ele dormia. Ia esperar mais um a pouco e voltaria para ver se aquele pestinha já estava acordado e provavelmente aprontando alguma. Um sorriso nos meus lábios surge ao me lembrar de meu priminho, eu achei que nunca ia dizer isto, mas preferia ver-lo aprontando a vê-lo naquele estado. Esta lembrança me arrepia todo.

- Você não pode ficar aqui perambulando pelos corredores! - Pulo com o susto que levo, olho para o lado e vejo uma senhora enfermeira, com as feições severas. - Já passa das três da manhã e você não pode ficar por aqui.

- Eu queria ficar no quarto, mas não deixaram.

- Para ficar no quarto tem que ser um parente próximo ou alguém autorizado pelos responsáveis da menina, ela é menor de idade e tinha que esta acompanhada, mas como vai dormir a noite inteira os pais dela chegam somente amanhã.

- Eu sou próximo! - Eu disse em uma tentativa de dela me deixar ficar.

- Próximo quanto? - Ela me perguntou erguendo as sobrancelhas de uma forma que demonstrava que não acreditava muito no que eu estava falando

- Ela é minha! - Foi o que eu consegui dizer e não me pergunte o porquê, sendo que nem eu entendia minha afirmação.

- Sua o que? - Agora a enfermeira já estava mais leve e sorrindo, acho que ela ficou comovida com meu desespero, não queria sair de lá não queria sair de perto dela.

- Namorada? - Sério Augusto você perguntou isto para a enfermeira?

- Tem certeza? - A enfermeira disse rindo, com certeza ela sabia que era mentira.

Olhei para o crachá e estava escrito "Maria Aparecida", ela tinha um ar de experiente e eu não podia fletar com a inteligência dela. Então não tinha outro jeito, tinha que ser sincero.

- Não ela não é minha namorada! Mas fui eu que a tirei da água e ela salvou meu priminho, eu sei que não é saudável ficar aqui, eu sou bombeiro e sei que nunca é bom misturar as coisas. Mas ela foi tão corajosa, tão valente que eu não queria que ela passasse a noite sozinha. Não sei por que os pais delas não ficaram aqui, por que mesmo ela dormindo e não sabendo quem sou não quero deixá-la sozinha. - Falei de uma vez só.

A enfermeira Maria me avaliou por um instante. Respirou fundo saiu andando em direção a recepção falou com a moça por alguns minutos. Acho que ela estava chamando os seguranças do hospital, pronto eu seria expulso.

Maria voltou e fez um sinal para que eu a seguisse. E eu o fiz! Ela caminhou até uns dos quartos, abriu a porta se virou para mim e falou.

- Ela é sim uma guerreira e acho que não deve ficar sozinha, pode ficar aqui com ela, mas não chegue perto eu vou deixar a persiana aberta e vou estar de olho, além de vir fazer o monitoramento dela, você pode ficar até amanhã cedo quando os pais dele chegar para assinar a alta dela. - Ela fez uma pausa e abriu passagem para que eu entrasse no quarto.

- Obrigada!

- Não me decepcione! Avisa-me séria, já indo embora, porém ela se vira olha pra mim e diz ríspida. - E se realmente a quer como "sua" cuide dela! - Falando isto ela se virou e saiu. Não sei por que, mas as palavras dela tiveram um peso em mim que eu não entendia.

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