Evelyn Benetti, uma garota de 15 anos, conta como é lidar com o medo de só ter mais um dia de vida. Tendo que conviver com o câncer, ela transforma seus últimos momentos como os mais emocionantes e divertidos que já viveu.
"A vida dela é frágil e a...
Acordei no hospital porque infelizmente havia tido uma recaída. "Não acredito", pensei. Minha mãe estava cochilando em uma poltrona a meu lado quando uma médica correu até a mim, ao me ver acordada ela colocou a mão sobre minha cabeça e me lançou um olhar aflito.
- Como se sente querida? - me perguntou analisando uma prancheta.
- Eu não sei, acho que fraca. O que houve? - perguntei.
Ela olhou para baixo, como se não quisesse dizer o que eu tinha perguntado. Suspirou um pouco e então minha mãe acordou.
- Ah, olá doutora. Como ela está?
- Bom... - ela respirou fundo, a médica pareceu estar tensa e ficou branca de tão pálida - o câncer não está só apenas no seu intestino, ele está começando a se espalhar Evelyn.
- Eu não vou durar muito não é doutora? E vou acabar morrendo rápido ? - perguntei.
- Não diga isso Evelyn! Vamos fazer o possível por você. Ninguém vai deixá- la partir sem lutar!
- Então eu realmente vou partir. Para o que serve essa vida, se não temos tempo nem de vivê-la? - falei baixo.
Algumas lágrimas desceram de meus olhos. Não adiantava chorar pois nada mudaria. O que mais temia estava muito próximo de acontecer: viraria apenas mais uma lembrança a ser esquecida. Inesperadamente, Violet entrou em meu quarto e estava horrível, a maquiagem escura que usava parecia estar toda borrada de tanto chorar. Seus cabelos estavam emaranhados e seu rosto estava pálido mesmo sendo bem morena.
- Violet? O que faz aqui? Você está bem? - falei.
- Evelyn você teve uma recaída e se preocupa se eu estou bem!? Meu Deus você tem que me falar o que houve e não eu! - ela disse aflita.
- E-Eu... - não sabia o que dizer - eu estou morrendo. Só isso.
Violet me olhou perplexa. Parecia estar em choque. Todos se calaram. Meus cabelos que já estavam curtos pareciam cair ainda mais.
- Vou voltar para casa? - perguntei com o medo de que passaria mais tempo no hospital.
- Eu vou deixar você ir só quando estiver melhor. Violet poderia esperar lá fora? Preciso falar com Evelyn e a mãe dela. - disse a doutora, então Violet assentiu e saiu da sala. A médica ficou calada por uns instantes - Evelyn o câncer está passando para seu pulmão, vamos ter que começar com uma quimioterapia mais forte, mas não se preocupe faremos todo o possível para cuidar de você querida. Com o tratamento seu cabelo vai cair ainda mais, sugiro que já cortemos um pouco, o que acha?
- Não tenho mais o que fazer doutora...
Minha mãe que tinha se mantido calada me abraçou. A possibilidade de nunca mais poder vê- la era insuportável, nunca mais a abraçaria, a diria o quanto ela é especial. Mais tarde quando eu estava me sentindo melhor, fomos cortar meus cabelos. Eles eram bem ruivinhos e me sentia feliz por ser ruiva mas agora eu seria careca, depois cada dia mais pálida, magra e então morta. Não passaria de um corpo gelado e sem vida.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.