Richard se afastou de leve e sorriu. Eu realmente tinha gostado, mas estava atordoada. Ele me olhou envergonhado, mas não parecia arrependido.
- Me desculpe, eu... - ele disse sem graça, confuso sobre o que dizer.
- Eu não sei beijar. Deve ter sido estranho para você. - falei olhando para a grama.
- Na realidade eu gostei bastante.
Ficamos olhando um para o outro por alguns instantes. Tudo entre nós havia mudado. Então, sem muito motivo, começamos a rir.- Eu gosto muito de você Evelyn. - ele disse com um sorriso.
- Eu também gosto de você. De estar com você. Enfim...- respirei fundo - nunca me senti assim antes.
- Então você está apaixonada por mim - ele concluiu rindo.
- Talvez. - disse baixo.
- Talvez seja para sempre. - ele continuou.
- O que talvez seja para sempre?
- Nós.
- Mas ainda nem existe "nós". - disse confusa.
- E você quer que exista? - ele perguntou baixinho.
- Sim. Mas não vai durar muito.
- Verdade. Mas você ainda está aqui. Agora. Comigo. É cedo para te pedir em namoro. Não é? - ele me encarou.
- Talvez. Ou não. Mas já é um pedido?
- Talvez. E você diria "Sim? - ele arregalou os olhos.
- Talvez.
- Hm. Que bom que pelo menos "Talvez".
- Sim. - falei envergonhada.
- Então você está aceitando meu talvez pedido de namoro? - ele ficou eufórico.
- Talvez. - respondi.
O silêncio voltou. Não sabíamos o que dizer. Ouvíamos apenas o som dos carros na rua. Ele me olhou nos olhos e me deu um rápido selinho.
- Eu vou esperar você ter certeza - Richard disse se levantando - depois volto para te ver.
- Okay, volte mesmo. Tenha um bom dia Richard. - dei meu melhor sorriso.
- Você também Evelyn.
Ele se foi, me deixando sentada na grama, sozinha. Aquele havia sido meu primeiro beijo. E tinha sido com Richard. Eu não conseguia acreditar. Subi para meu quarto e me joguei na cama. Muitas coisas passavam pela minha cabeça. Eu não sabia o que fazer. Peguei meu celular e o fone e coloquei "The Only Exception" de Paramore para tocar. Fechei os olhos e fiquei ouvindo atentamente a música. Estava muito nervosa. Fiquei relembrando daquele momento muitas vezes.
- Filha, o almoço está pronto. Vem - minha mãe apareceu no quarto me dando um susto.
- Já estou indo mãe. - respondi.
Desci para a cozinha com apenas uma coisa na cabeça: Richard.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Só Mais Um Dia
RomanceEvelyn Benetti, uma garota de 15 anos, conta como é lidar com o medo de só ter mais um dia de vida. Tendo que conviver com o câncer, ela transforma seus últimos momentos como os mais emocionantes e divertidos que já viveu. "A vida dela é frágil e a...