Evelyn Benetti, uma garota de 15 anos, conta como é lidar com o medo de só ter mais um dia de vida. Tendo que conviver com o câncer, ela transforma seus últimos momentos como os mais emocionantes e divertidos que já viveu.
"A vida dela é frágil e a...
O dia da viagem finalmente chegou. Acordamos muito cedo pela manhã para terminarmos de arrumar nossas coisas, pois nosso voo era 9h30. Terminei de colocar as roupas que queria na minha grande mala bege, e organizei as coisas dentro da minha bolsa, como óculos escuros, câmera, carteira entre outras coisas. Quando terminei de vestir uma calça jeans e uma blusa sem estampa e pentear meus curtos cabelos para a viagem, Richard chegou, fui até a porta para recebê-lo.
- Oi Evelyn - disse Richard, depois me deu um selinho - Já estou com tudo pronto.
- Oi Richard, põe suas malas perto daquelas dali - falei indicando as malas dos meus pais encostadas na parede -, que eu vou buscar as minhas.
- Eu te ajudo.
Fomos até o meu quarto, Richard pegou a mala com facilidade do chão e então descemos as escadas.
- Bom dia Richard - disse minha mãe que estava guardando algumas coisas na bolsa.
- Bom dia Sra. Bennetti - ele a cumprimentou.
Meu pai também apareceu e deu bom dia a Richard. Depois que todos nós estávamos prontos, guardamos as malas no táxi e fomos para o aeroporto. No caminho, Richard ficou me falando como era a Califórnia, lugares que queria me levar e me disse que já tinha ido lá quando tinha 11 anos. Ao chegarmos, tiramos as malas e fomos fazer o check-in, depois esperamos para podermos entrar no avião.
Fiquei muito feliz quando soube que eu sentaria perto da janela e ao meu lado, Richard. Do lado dele ficou uma senhora bem velhinha, e na nossa frente, meus pais. As poltronas do avião eram bem confortáveis já que faríamos uma viagem de 10 horas e meia.
- Você tem medo de altura? - perguntou Richard.
- Eu já perdi o medo de morrer, não vai ser da altura que vou ter medo - falei.
- Namorada corajosa - ele debochou.
- Namorado medroso.
Ele riu. Depois disso ficamos conversando e ele parecia muito animado. Passaram-se muitas horas, e pela janela eu não conseguia mais ver nada, estava de noite. Eu e Richard ficamos ouvindo música no fone enquanto a maioria dos passageiros dormiam, inclusive meus pais. Vez ou outra Richard me beijava de surpresa.
- Você só quer ficar me beijando, curte a viagem menino - falei rindo.
- E tem forma melhor de curtir a viagem do que te beijando? - ele riu e depois me beijou novamente.
Comecei a ter sono e então dormi apoiada no ombro de Richard e segurando sua mão. Quando acordei, ele estava rabiscando num caderno, e eu ainda estava apoiada em seu ombro.
- Bom dia bela adormecida - ele falou quando notou que eu tinha acordado.
- Bom dia Guitarrista - falei me ajeitando na poltrona.
- Evelyn - disse minha mãe se virando para trás para poder me ver - Chegamos daqui 3 horas. Conseguiu descansar?
- Ah, que bom. Descansei sim mãe. Vou ao banheiro, já volto.
Me levantei com dificuldade da poltrona e fui até o banheiro. No caminho sem querer esbarrei num passageiro e me assustei ao ver quem era.
- Oi Evelyn! - disse Harry me abraçando.
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