Agora Temos Tempo

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          “Você tem que parar de me beijar inesperadamente Evelyn” disse Richard depois que nossos lábios se separaram.
Eu ri, ele era o tipo de garoto que consegue arrancar um sorriso seu quando quer.

         Ficamos conversando sobre nós como nunca antes. Ele me disse que sua cor preferida era preto, (muito óbvio) e que sua palavra preferida era “agora” porque é o momento em que podemos fazer o que quisermos. Contou sobre os foras que já havia levado de diversas garotas, o que me fez rir mais ainda. Lhe contei que minha cor preferida era cinza, pois a vida era tecida por várias linhas cinzas que ganhavam outras cores de acordo com as lembranças.
Já a minha palavra preferida era “tempo”, pois era tudo que eu gostaria de aproveitar enquanto ainda tinha.

          Remamos de volta à margem, ainda conversando sobre nada e sentindo tudo. Ele me olhava com um sorriso fofo, me sentia mais viva perto dele, como se eu nunca fosse dizer adeus. Como se fôssemos viver aquele dia eternamente. Enquanto andávamos, discretamente ele segurou minha mão. Senti ela gelar, um arrepio. Fingi que nem tinha notado, continuei falando e andando. Ao chegarmos ao carro de Richard, ele abriu a porta para que eu pudesse entrar. Ele colocou novamente uma música calma no som do carro, e seguimos viagem.

        - Sabe, eu adorei a tarde, de verdade - ele disse olhando a estrada.

         - Eu também - falei baixo.

         Ele colocou “Stay With Me”, de Sam Smith para tocar. Fiquei tentando pensar se a letra era algum recado para mim. “Você não vai ficar comigo?
Porque você é tudo que eu preciso”

         Talvez fosse algo que ele gostaria de dizer, mas eu resolvi não falar nada. Eu observei todo o caminho pela janela do carro, e fiquei pensando como seria a vida dos outros depois que eu partisse. O que eu teria significado, qual seria o meu legado. Que tipo de lembranças teriam de mim. Talvez tudo não tivesse a menor importância já que eu estaria morta. Ao chegarmos, Richard parou o carro na frente de minha casa e me ajudou a descer do carro.

         - Obrigada - falei.

          - Foi ótimo. Deveríamos nos ver mais vezes - ele disse sem graça.

          - Devíamos - falei nervosa - mas nós temos que combinar antes.

         - Com certeza - ele riu - Sim ou não?

         - Sim ou não o que?

         - Evelyn Benetti, você gostaria de namorar comigo? - ele disse com um sorriso meigo e com um olhar apaixonante.

         - Evelyn Benetti, você gostaria de namorar comigo? - ele disse com um sorriso meigo e com um olhar apaixonante

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