Acordei com o celular tocando bem alto, em cima do criado-mudo. Eram 4h32 da manhã, mas mesmo assim resolvi atender.
- Alô? Quem é? - falei sonolenta.
- Desculpa pelo horário, aqui é o Richard. Bom, eu peguei seu número meio que por acaso com um amigo.
- Quem é esse amigo? - despertei-Quero dizer... Você fica sabendo onde moro, meu número e tudo mais.
- Ah, claro! - ele tossiu - Ela se chama Violet é morena e meio violenta, não sei se a conhece mas...
- Espera aí, Violet? De onde você a conhece? E por que ela fica te dando informação sobre mim?
- Bom, eu não sei mas. Espera, você também conhece Violet? Achei que ela descobria coisas sobre você porque eu pedia.
- Você pede informações sobre mim? Richard como assim, por quê pediria informações minhas? - eu estava pasma.
- Bom é que eu e você conversamos e eu nem peguei seu número, eu tinha que achar um jeito de ter seu número, entende?
- Por que precisava tanto do meu número?
- Para eu ligar para você.
- Por que queria falar tanto comigo?
- Bom - ele se calou por alguns segundos- porque somos amigos.
- Ah claro - eu ri um pouco - isso é verdade. E por que ligou?
- É que eu estou aqui fora, perto da sua janela. - ele disse sem graça.
- O que? Eu disse me levantando e correndo até a janela - o que faz aqui Richard? Por que você está na minha casa a essa hora da madrugada?
- A verdade é que passei a noite pensando em você Evelyn, e acabei vindo aqui por impulso. Desculpe. - ele disse com vergonha.
- Bom, por que você ficou pensando em mim?- eu ri.
- Porque você é diferente Evelyn e era minha melhor amiga, eu queria voltar a ser seu amigo de novo.
- Olha, volte aqui hoje de novo só que às 14h30 que eu... Eu saio com você. O que acha?
- Ótimo, combinado então. Boa noite Evelyn.
- Boa noite Richard.
Ele voltou para casa um pouco sorridente. Eu não conseguia acreditar que ele tenha feito tudo aquilo pela minha amizade. Voltei para minha cama, me cobri com o edredom e voltei a dormir.
Acordei com o despertador, eram 8h30 do sábado. Me levantei, arrumei minha cama e escovei os dentes, logo depois troquei meu pijama por uma calça jeans e um suéter branco. Fui até a cozinha e minha mãe já estava acordada, assim como meu pai.
- Bom dia - falei.
- Bom dia Evelyn - disse minha mãe ao me dar um beijo na testa.
Passei a manhã toda olhando a lista que eu havia feito e lembrando de Richard na janela. Eu ri algumas vezes de tudo aquilo, talvez fosse a hora de realizar alguns últimos desejos.
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Só Mais Um Dia
RomanceEvelyn Benetti, uma garota de 15 anos, conta como é lidar com o medo de só ter mais um dia de vida. Tendo que conviver com o câncer, ela transforma seus últimos momentos como os mais emocionantes e divertidos que já viveu. "A vida dela é frágil e a...