Mal podia crer que Harry estava no mesmo voo que eu. Com tantos lugares no mundo para eu reencontrá-lo, tinha que ser justamente dentro do avião junto com minha família, e pior, junto com Richard.
- Oi Harry - Eu disse sem graça - como vai?
- Bem e você? - ele me olhava estranhamente enquanto mordia os lábios.
- Ela vai muito bem - alguém tocou meu ombro, era Richard - na verdade nós estamos muito bem mesmo.
- Você é o namorado dela? - perguntou Harry a ele.
- Sim, somos namorados - ele apertou forte minha mão - e você, quem é?
- Eu sou Harry, conheci Evelyn numa boate, foi uma noite legal - Richard o lançou um olhar assassino - Quer dizer... Ela foi com uma amiga, e enquanto ela dançava ficamos conversando.
- É Richard, Harry é... - olhei para os dois confusa - um amigo, Harry é um amigo.
- Então "amigo" - ele frisou - você pode dar licença? Ela quer ir ao banheiro.
- Claro - ele saiu do caminho - nos falamos depois Evelyn.
- Sim - concordei e fui ao banheiro, deixando Richard e Harry para trás.
Quando entrei, molhei o rosto e me olhei no espelho. Eu estava muito assustada com tudo que tinha acontecido, e apesar das circunstâncias, eu ri. Comecei a rir porque vi que Richard tinha ciúmes de mim, e eu não achava isso ruim. Voltei para meu assento um pouco temerosa com o que eu teria que ouvir.
- Quem é esse Harry? - perguntou Richard que parecia estar muito nervoso.
- Richard - olhei no fundo de seus olhos - acha mesmo que eu te trairia com alguém que eu conheci numa boate?
- Não - ele passou a mão em meu cabelo - mas não confio nele. É mais velho que você.
- Seria uma idiota se te traísse - lhe dei um selinho - você sabe que te amo, te adoro...
Ele riu depois do que eu disse, me puxou para perto e me deu um beijo, depois nos abraçamos. Eu nunca o trairia, mas que eu estava achando péssimo Harry estar indo para a Califórnia no mesmo voo que nós, eu estava.
O resto da viagem foi silencioso e dessa vez Richard cochilou um pouco no meu ombro. Eu fiquei observando as nuvens pela janela do avião e pensei que quando morresse, talvez ali seria um bom lugar para meu espírito ficar.
Ao pousarmos em Los Angeles, pegamos nossas malas de mão e saímos do avião. E acabei encontrando Harry de novo.
- A gente podia se ver nesse tempo em Los Angeles. Eu e você. - Harry falou sorridente.
- E eu - disse Richard se aproximando - vou estar sempre com a Evelyn.
- Sim - concordei e Richard me beijou forte na frente de Harry.
Harry ficou um pouco sem graça e se despediu rapidamente e então saiu. Meus pais apareceram e nos chamaram para que pudéssemos ir logo. Pegamos nossas malas e então fomos atrás de um táxi. Richard andava a meu lado segurando minha mão e de vez ou outra me dava um beijo na boca ou na bochecha. Quando o táxi chegou, guardamos nossas malas e então meu pai mostrou o endereço para o taxista de onde ficava nossa casa.
- Perto da praia de Malibu - comentou o taxista - um bom lugar.
- Sim - concordou meu pai.
Quando chegamos, eu me encantei com a casa. Era toda branca, com janelas de madeira, quartos enormes e todos com camas de casal. A cozinha tinha uma enorme mesa também de madeira e uma grande geladeira. A sala tinha dois sofás enormes beges, uma televisão led e alguns quadros na parede.
Escolhi um quarto para mim, que era um pouco menor que os outros. A cama estava com um forro-de-cama vermelho, tinha um guarda-roupa grande que cabia o dobro do que eu tinha trago. Todos foram para seus quartos colocar suas coisas, então guardei minhas roupas no guarda-roupa e me joguei na cama, era muito confortável.
- Filha vou com seu pai buscar comida para a gente. Fique com Richard aí - disse minha mãe aparecendo de repente na porta.
- E eu estou de olho, hein mocinha - falou meu pai aparecendo depois.
- Sim, vou me comportar pai - falei rindo um pouco - voltem logo, estou morrendo de fome.
Depois disso eles saíram e eu continuei deitada. Richard apareceu e deitou ao meu lado, se jogando na cama também.
- O que achou da casa? - ele me perguntou olhando para o teto.
- Linda, e você?
- Também achei ótima, apesar que nem vamos ficar tanto tempo dentro dela.
- É verdade - concordei.
Ele se levantou da cama e me puxou também contra minha vontade. Pegou o celular, colocou um música romântica para tocar e começou a dançar comigo. Ele me olhava com um olhar atraente, enquanto nossos rostos estavam bem próximos. Me sentia hipnotizada perto dele, com se tudo me atraísse. Comecei a beijá-lo e ficamos assim por um tempo, nos beijando enquanto dançávamos. Rimos depois do beijo, então ele deu um beijo em minha testa.
- Eu te amo muito Evelyn Benetti - ele disse me conduzindo na dança.
- Eu te amo muito Richard Acker.
Ficamos dançando juntos até depois que a música acabou. Richard era a ideia que eu eu tinha de um para sempre.
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Só Mais Um Dia
RomanceEvelyn Benetti, uma garota de 15 anos, conta como é lidar com o medo de só ter mais um dia de vida. Tendo que conviver com o câncer, ela transforma seus últimos momentos como os mais emocionantes e divertidos que já viveu. "A vida dela é frágil e a...