Evelyn Benetti, uma garota de 15 anos, conta como é lidar com o medo de só ter mais um dia de vida. Tendo que conviver com o câncer, ela transforma seus últimos momentos como os mais emocionantes e divertidos que já viveu.
"A vida dela é frágil e a...
Olhei para o teto com uma sensação de vazio sem igual. Eu não tinha mais um namorado, não tinha vivido meus 16 e 17 anos, não vira meu irmão nascer, não tinha terminado o colégio. Quem eu sou? Estava perdendo a noção de tudo, e até mesmo a ideia de quem eu era.
O dia foi igual a todos os outros, lendo livros, rabiscando, assistindo ao noticiário e desejando poder andar. O que mais eu poderia fazer? Minha vida caminhava sem propósito, sem razão. A única coisa que me alegra é o pequeno Dylan.
- Maninha, quando você vai poder andar? - perguntou Dylan sentado no meu colo enquanto eu levava nós dois num passeio pelo Hospital em minha cadeira de rodas.
- Eu acho que... Bom, no dia em que você aprender a falar meu nome - respondi sorrindo.
- Mas eu já sei, é é-Veliin.
- Mais ou menos - comecei a rir e dei um beijo em sua bochecha - você ainda vai falar direitinho meu nome.
- Tá bom.
Voltei para meu quarto e encontrei Harry sentado na velha poltrona, o que me fez lembrar Richard falando que me amava enquanto eu estava deitada inconsciente. Algumas lágrimas saíram dos meus olhos.
- Você está bem Evelyn? - perguntou Harry me olhando aflito.
- Não, mas vou ficar Harry, não se preocupe. Dylan, vá brincar com a mamãe - falei o tirando do colo e o colocando no chão - daqui a pouco voltamos a passear, okay?
- Ta bom é-Veliin.
Olhei para Harry sem graça por ter chorado sem motivo, enquanto Dylan saia do quarto levando um carrinho de brinquedo na mão.
- Eu chorei porque...
- Não precisa dizer - disse Harry me interrompendo, então me abraçou.
Foi estranho, ele estava ajoelhado no chão e eu sentada na minha cadeira de rodas, movendo nem mesmo meus braços para retribuir o abraço. Ele me soltou e olhou no fundo dos meus olhos, com nossas faces estranhamente próximas. Meu coração bateu forte enquanto a respiração dava para ser sentida em meu rosto. Então, sem que eu entendesse, Harry me beijou carinhosamente, fazendo com que eu sentisse meu coração disparar ainda mais.
- Evelyn? - ouvi uma voz que há muito tempo não ouvia chamar meu nome, era Richard.
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