Notinha do autor: Pessoal, estamos na reta final do livro. Gostaria de agradecer desde já ao sucesso (gente, nunca achei que chegaria a 1k aqui, e eu fiquei muito feliz). Prometo que tentarei publicar o livro físico esse ano, pois acabei deixando tudo de lado por causa da faculdade e por causa da mote do meu notebook (perdi o pdf editado e a arte da capa.). Que, quiser continuar acompanhando meus trabalhos, sugiro que leiam Faça Suas Apostas!
Obs: Iremos até o capítulo 28.♡
Chegamos ao hospital minutos depois de papai ter desmaiado. Rubem estava sentado no chão, o rosto enfiado entre as palmas das mãos. Só sabia chorar. Dóris estava preocupada e, com seu vestido de noiva, caminhava para lá e para cá, esperando que algum médico aparecesse para dar notícias de papai. Marjorie estava sentada, ao meu lado, na sala de esperas, serrando suas unhas. Ninguém tocava no assunto. Ninguém parecia se importar com o acontecido. Nem mesmo questionavam sobre o aparecimento daquelas Drag Queens no casamento.
Saí do lugar onde eu estava e me sentei ao lado de Rubem, no chão. Ele chorava muito, mal conseguia olhar para Dóris, com vergonha, de certa, por ter tentado a enganar. Ele não sabia, no entanto, que ela já estava por dentro do plano malicioso que ele tinha de se casar apenas para conseguir o dinheiro.
— Eu estou arruinado, Rose. — desabafou Rubem, entre soluços. — Se papai morrer, vai ser por minha causa. Mas eu juro, eu juro que não foi por ganância que eu fiz aquilo.
Era a primeira vez que eu via meu irmão daquele jeito. Eu só queria que ele fosse humilde o suficiente para assumir seus erros e pedir desculpas a todos que ele magoou.
— Só me diz, Rubem: por quê você tentou enganar a Dóris? — olhei fundo nos olhos do meu irmão — ela não merecia isso, ela não merecia ter o coração partido dessa forma. Ela gosta de você, de verdade... como homem.
— Mas eu não sou homem! — ele abaixou o rosto entre as palmas das mãos novamente e voltou a chorar. Eu forcei sua cabeça de modo que ele retornasse a olhar para mim.
— Não, Rubem. Você não é um homem. Ainda. Mas você pode assumir seus erros, você pode pedir desculpas. E recomeçar. Se ninguém te aceitar do jeito que você é.... — pus minha mão sobre seu peito — apenas viva, sem medo de ser feliz e não se importe com que os outros pensam de você. Mas nunca Rubem, nunca, use ninguém como degrau para chegar ao topo de alguma coisa. Você está me ouvindo? — encarei-o, séria. Parecia eu quem era a irmã mais velha, e não ele.
— Obrigado, Rosemary. — ele disse, amistoso, me dando um beijo na testa.
— Agora Rubem, se levanta daí... — levantei-me, ficando de pé a sua frente e puxei seus braços para que ficasse de pé também - e vai falar com a Dóris. Não se preocupa com o papai agora, acredita que vai dar tudo certo, ok?
Então, como uma criança indefesa, Rubem caminhou em direção a Dóris, que, ainda aflita, rumava de um lado para o outro naquele corredor de hospital. Ela já o esperava, mas não daquele jeito. Talvez minhas palavras o fizeram mudar um pouco, talvez as circunstâncias o fizeram perceber que ele, Rubem, não poderia mais ser aquele grande esnobe de sempre.
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(por Rubem Maldonado)
Eu nunca percebi que Dóris olhava para mim de modo estranho. Eu sempre deixei claro para ela que sou gay e, com isso, achei que seria impossível que uma mulher - ela, principalmente - pudesse se apaixonar por mim.
— Eu... eu sinto muito, Dóris. — falei, me aproximando. Estaria um silêncio absoluto naquele hospital, se não fosse por Marjorie serrando suas unhas.
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Os Clichês de Rosemary
ChickLitSolange sempre privou os filhos de terem uma vida como a de qualquer outro jovem. Rosemary, sua filha mais nova, quer seguir os passos do irmão mais velho, o ácido e carismático Rubem, e se rebelar contra a mãe. A moça, porém, quer ir mais além e fu...