Contos

Apenas um Mergulho

Tínhamos acabado de sair da água, eu não tinha ido pro lado mais fundo da piscina, pois a altura da água era maior que a minha; uns trinta centimetros à mais, por aí, e como eu não sabia nadar muito prefere não arriscar; agora deitados sobre a grama ao lado da piscina estávamos rindo de alguma bobeira.

Era uma tarde ensolarada, e tudo que precisávamos era um ótimo banho de água fria e relaxar; foi o que fizemos.

Não demorou muito e logo o silêncio se instalou, agora ouvíamos o som do vento que ia de lá para cá, alguns pássaros à cantar, e nossas respirações ofegantes, que agora estava desacelerando.

Estava tudo muito agradavel, de uma forma muito boa; acabei olhando para o lado, e meus olhos encontraram um rapaz de pele escura, e ombros largos, cabelos pretos e lindos olhos castanhos; ele estava de olhos fechados, apoiando a cabeça com os dois braços enquanto aproveitava o sol.

Garoto que me havia feito sentir coisas que não sentia à muito tempo, coisas que havia esquecido, me fizestes lembrar; lembrei da vez que sente ciúmes de uma de suas exs-namoradas ou exs-ficantes tanto faz; aquele sentimento quase me consumiu por inteiro, mas ele não havia percebido, eu simplesmente tinha sentido algo quase se quebrar dentro de mim, só de raiva, ou de dor. - Maldito ciúmes! - murmurei em meus pensamentos.

Aquele mesmo garoto que não era tão garoto, estava mais pra um rapaz, me tirará sorrisos doces, ele costumava me trazer paz em seus conselhos, talvez eu me sentisse completa com ele; talvez fosse ele o amigo que tanto pedi à Deus, ou talvez tenha sido a pess..." Balancei minha cabeça em exaspero tentando expulsar aqueles pensamentos idiotas, não podia ficar pensando neste tipo de bobeira, eu estaria alimentando esperanças ridiculas, éramos bons amigos, muito amigos e isso era mais que o suficiente. - eu disse a mim mesma em meus pensamentos. -

- Por que tanto me encara ? - Ele perguntou ainda de olhos fechados, sua voz quase me fez saltar de susto; eu adorava aquela voz, ás vezes me fazia entrar em transe e eu esquecia-me de tudo. - Estou começando a ficar sem jeito. - Confessou ele com um meio sorriso no rosto, agora de olhos abertos, ele me encarava.

Virei o rosto para que ele não percebesse o rubor em meu rosto.

- Tá com você! - Eu disse dando um peteleco em sua testa, e rapidamente me levantando para correr.

Era idiotice, mas eu queria desviar o foco que aquela conversa estava tomando.

Comecei a dar à volta pela beirada da piscina, ele estava logo atrás de mim, precisava correr mais dcostuma.

Então eu ouvi.

Parei bruscamente e olhei para trás, ele agora estava caído na beirada da piscina, não havia sangue no chão ao seu redor, ele devia ter escorregado, mas, ele não estava rindo, reclamando de dor ou começando a se levantar. Foi então que percebi que seu corpo começava a escorregar para dentro da piscina.

Ele estava desacordado.

Uma demasiada onda de desespero me atingiu de imediato, meu coração agora martelava em meu peito; eu não precisava pensar duas vezes.

Saltei atrás dele; tampava a respiração do nariz com uma das mãos, e me forcei a abrir os olhos; eu logo o vi, mesmo com as vistas um pouco embaçadas percebe que continuava inconsciente, ele não se movia nem nada; ainda tomada pela adrenalina e o medo que gritava em minha cabeça por sua vida, tentei nadar em sua direção; me arrepende amargamente de não ter aceitado sua ajuda mais cedo para me ensinar à nadar, troquei algo que agora percebe ser tão importante por algo bobo e divertido que foi ficar jogando água um no outro na parte rasa da piscina, vi que aquilo não adiantará de nada agora; não estávamos na parte rasa eu percebia claramente isto.