Maneiras Misteriosas

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Depois da terceira música consecutiva que Andréa, Mariah e eu dançamos, resolvemos ir ao bar beber alguma coisa, apesar de eu querer espera-las na pista de dança elas me arrastaram para lá.


Paramos próximas de dois rapazes que estavam sentados nos bancos apoiados no balcão. Eles levantaram o olhar para nós e um deles sorriu para Andréa levantando seu copo. Andréa se fez de timida e deu um leve asceno para ele.


Ele era louro, magro e parecia alto.


- Um branquelo até bonito. - pensei.


- Que galego gato! - Sussurrou Andréa para nós, o olhando por cima do ombro em seguida. Revirei os olhos e ri. Estava demorando mesmo. Mariah fez nossos pedidos.


Enquanto isso, olhei por cima do ombro da Andréa, por curiosidade, para o outro rapaz que me surpreendeu por não ter mostrado nenhum interesse pela Mariah, que por acaso era demasiada linda.


Ao contrário do branquelo sem graça que a Andréa havia gostado, este era um moreno, tinha belos cabelos pretos. Ele conversava com o tal louro, me dando uma visão mais ampla dele. Tinha barba rala, bem feita; usava uma camisa T-shirt, e uma camisa de ganga escura, que vinha até a altura de seu cotovelo. Ele apoiava os dois braços no balcão do bar, sua camisa parecia apertada quando chegava a altura de seus bícepes, mas percebe que era apenas por causa de seus músculos.


- O que está desenhando Juliana ? - Perguntou Andréa, me tirando de meus devaneios. Olhei pra ela sem entender; ela abaixou seus olhos para o balcão onde eu tinha meu dedo indicador, que até antes estava 'desenhando' como ela disse.


- O que viu de interessante ? - Insinuou Mariah olhando ao redor.


- Costuma fazer isto quando acha algo que lhe tire deste mundo. - Disse Andréa bebericando sua bebida. Bebi a minha em seguida, nem havia percebido que já a tinha ganhado. Andréa tinha razão; eu fazia isso sempre que algo me prendia a atenção.


- Vamos. - Chamou Andréa. - Eu tenho trabalho a fazer. - Explicou Andréa, dando-nos uma piscadela, e desfilando à nossa frente. Mariah e eu rimos. Virei meu copo de vez, e segui Mariah, que segurava minha mão para não nos perdermos na multidão de corpos que bebiam, se agarravam, ou dançavam naquela boate. Passamos na frente dos dois caras novamente, e eu não consegui me conter; olhei novamente para Ele, que me olhou sobre o seu ombro.


Engoli em seco, não havia notado que ele tinha olhos verdes por causa do jogo de luzes. Mas ele tinha. De um verde escuro fascinante.


Percebe que seu cabelo estava um pouco úmido e desgrenhado, como se ele tivesse transpassado as mãos nele. Sua camisa, agora vista de mais perto e não de solaio, não fazia nada para esconder os ombros largos e o corpo musculoso, nem a postura insolente. Na penumbra do bar, seus olhos elétricos brilhavam como esmeraldas.


Sente certa decepção ao o perder de vista. Tentei não me abater ou ligar, apenas esquecer. Havia muitos caras na boate, demasiada música; eu havia vindo para me divertir, não? E era isso que eu iria fazer.


Mariah e eu dançavamos distraidamente no meio daqueles vários corpos; vimos Andréa ao longe, se agarrando com o tal louro que ela havia gostado. Eu me perguntei se aquele outro cara ainda estaria ali no bar, e se ele estaria sozinho.


Percebi que Mariah começava a flertar com um cara. Revirei os olhos. Eu iria sobrar está noite.


Suspirei e lhe dei um sorriso, Mariah entendeu o recado, deu-me uma piscadela, e não perdeu tempo.


Dançar sozinha já não me parecia algo tão convidativo; me espremi entre a multidão, até encontrar o bar. Estava quase vazio, algumas pessoas estavam no andar superior, onde havia mais mesas e espaço.

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